Novas Regras de Rotulagem de Ovos e Lácteos

Nova Regras de Rotulagem para Ovos e Lácteos: O que Mudou e Como isso Impacta Sua Produção

Você já parou para pensar se os rótulos dos alimentos que consumimos realmente informam tudo o que precisamos saber? Apesar de parecerem completos, muitos rótulos ainda geram dúvidas — especialmente quando falamos de alimentos como ovos e produtos lácteos, tão presentes na mesa dos brasileiros. Em alguns casos, a falta de clareza pode até levar o consumidor a acreditar que está comprando algo que, na prática, não é exatamente o que parece.

Recentemente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) atualizou as normas de rotulagem para esses produtos, exigindo mudanças que vão muito além do visual da embalagem. O objetivo é garantir mais transparência, rastreabilidade e segurança alimentar, corrigindo práticas que geravam confusão — como bebidas lácteas vendidas com aparência de leite ou ovos sem qualquer identificação após a retirada da embalagem.

Essas novas exigências vêm para reforçar o compromisso com a informação correta, mas também trazem desafios para produtores, processadores e comerciantes, que precisarão rever rótulos, adquirir equipamentos e adequar processos internos.

Neste artigo, você vai entender o que mudou na rotulagem de ovos e lácteos, quais os prazos para adequação e por que essas mudanças não são apenas uma obrigação legal, mas uma oportunidade de elevar o padrão de qualidade do seu produto.

O que mudou na rotulagem de ovos

Rotulagem nutricional de ovos embalados

A rotulagem nutricional de ovos segue as diretrizes da RDC 429/20. Entre as obrigações para embalagens primárias, destacam-se:

  • Porção de referência: 50g (aproximadamente 1 unidade média);
  • Informações obrigatórias na tabela: valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, saturadas e trans, fibras alimentares e sódio;
  • Indicação do %VD (Valor Diário) com base em dieta de 2.000 kcal;
  • Tabela com fundo branco, letras pretas, formato retangular, e valores por porção e por 100g.

Atenção: Ovos in natura dificilmente ultrapassam os limites de sódio, gordura saturada ou açúcares adicionados — por isso, não costumam receber selos frontais de advertência. No entanto, produtos derivados que contenham ovos processados, como massas e sobremesas, devem seguir as regras dos selos “alto em” caso ultrapassem os limites definidos.

E quando os ovos são vendidos a granel?

Para garantir rastreabilidade e segurança, a marcação na casca deve conter:

  • Data de validade ou prazo de consumo;
  • Nome ou razão social do produtor;
  • Registro do estabelecimento no SIF ou SIE;
  • Classificação por peso e qualidade do ovo.

A tinta utilizada precisa ser atóxica e própria para contato com alimentos, evitando qualquer risco de contaminação.

O impacto da rotulagem de ovos nas suas vendas

A correta rotulagem dos ovos é mais do que uma exigência legal — é um sinal de profissionalismo. Produtos com rótulo padronizado ganham destaque, transmitindo segurança ao consumidor e demonstram comprometimento com a qualidade.

Novas regras para rotulagem de produtos lácteos

E não são apenas os ovos que passaram a ter regras mais rigorosas. O MAPA também aprovou novas exigências para a rotulagem de bebidas lácteas, compostos lácteos e leites fermentados, com prazos para entrada em vigor a partir de agosto e setembro de 2025.

O objetivo é evitar que consumidores confundam produtos como bebida láctea com leite ou composto lácteo com leite em pó

Frases de advertência obrigatórias:

  • “Este produto não é leite” — para bebidas lácteas brancas não fermentadas;
  • “Este produto não é iogurte” — para bebidas lácteas fermentadas;
  • “Composto lácteo não é leite em pó” — para compostos lácteos.

Essas frases devem estar em destaque no painel principal da embalagem.

Outras mudanças importantes para produtos lácteos

Além das advertências, outras exigências afetam tanto o marketing quanto a formulação dos produtos:

  • Leite não precisa ser ingrediente obrigatório: se não for o principal, deve-se indicar o ingrediente predominante. Ex: “Bebida láctea à base de soro de leite”;
  • Criada nova categoria: bebida láctea ultrapasteurizada, que exige refrigeração até 10 °C;
  • Aditivos limitados: amido ou gelatina não podem ultrapassar 1% da fórmula;
  • Uso de água só é permitido para reconstituição de ingredientes em pó;
  • Substituição de gordura láctea por óleo vegetal só será permitida se houver fim nutricional claro — e o rótulo deve informar: “Contém óleo vegetal”.

Saiba como estar dentro da legislação

Com o objetivo de promover transparência ao consumidor e atender às exigências da ANVISA, a rotulagem nutricional é um instrumento essencial para garantir o acesso a informações claras e padronizadas sobre os alimentos. Para isso, é fundamental compreender o tipo de produto, suas especificações e as normas vigentes aplicáveis à sua comercialização.

A rotulagem nutricional deve seguir critérios técnicos estabelecidos pela legislação, incluindo a Tabela de Informação Nutricional, alegações nutricionais permitidas, destaque de açúcares adicionados e advertências em casos específicos. Esse processo exige atenção aos detalhes e atualização constante frente às mudanças regulatórias.

Após compreender a importância da rotulagem nutricional correta, torna-se indispensável o investimento em capacitação da equipe responsável. Dessa forma, é possível garantir que todas as informações obrigatórias estejam presentes de forma adequada, evitando autuações, promovendo a conformidade legal e fortalecendo a confiança do consumidor nos produtos ofertados.

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Gasolina Mudou? Veja Como Proteger o seu Veículo

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Gasolina Mudou : Saiba Como Proteger Seu Veículo

No dia 1º de agosto de 2025, a ANP oficializou o aumento do teor de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%. A medida, embora tenha justificativas ambientais e econômicas, levanta dúvidas sobre seus impactos na qualidade do combustível e no desempenho dos veículos.

A gasolina mudou, e com ela surgem novas preocupações. O aumento no teor de etanol pode parecer pequeno, mas traz efeitos reais: do rendimento do veículo à manutenção do motor. Essa nova formulação exige atenção e levanta dúvidas sobre o que, de fato, está sendo colocado no tanque dos automóveis da população brasileira.

AUMENTO DO ETANOL NA GASOLINA: ENTENDA O MOTIVO

A mistura de etanol anidro à gasolina no Brasil é uma prática já consolidada e regulada pela ANP. Até recentemente, o limite era de 27%, valor considerado adequado para equilibrar desempenho, custo e impacto ambiental. Agora, com o novo teto de 30% para a gasolina tipo C, o governo justifica a medida com três pontos principais:

  • Redução da dependência do petróleo importado;
  • Estímulo à produção nacional de etanol;
  • Menor emissão de gases do efeito estufa.

De fato, os biocombustíveis possuem vantagens ambientais. Mas será que esse aumento é benéfico para todos? É aí que começam os questionamentos.

OS POSSÍVEIS IMPACTOS NEGATIVOS?

Apesar da boa intenção por trás da medida, o aumento do limite de etanol anidro na gasolina pode gerar consequências práticas que muitas vezes não recebem a devida atenção. Se, por um lado, a proposta traz ganhos ambientais e fortalece a produção nacional, por outro, pode impactar diretamente o desempenho dos veículos, a durabilidade de componentes mecânicos e até mesmo a experiência cotidiana do consumidor.

Esses efeitos costumam passar despercebidos em meio ao discurso oficial, mas têm relevância tanto para motoristas quanto para oficinas, montadoras e toda a cadeia de distribuição. Entre os principais pontos de preocupação, destacam-se:

  • Perda de rendimento: O etanol tem um poder calorífico menor que a gasolina, o que pode causar aumento no consumo por quilômetro rodado;
  • Problemas em veículos mais antigos: Carros mais antigos podem não estar preparados para essa nova proporção de etanol, sofrendo corrosões e falhas no sistema de alimentação;
  • Aumento da presença de água: O etanol é higroscópico, ou seja, absorve água do ambiente. Com mais etanol, a chance de contaminação por água também cresce;
  • Facilidade para adulteração: O novo limite pode acabar confundindo o consumidor e até ser usado como “desculpa” por postos que vendem gasolina adulterada, dificultando a identificação do problema.

Com diversos fatores novos associados a essas mudanças, como o consumidor pode se prevenir e estar ciente do que está sendo utilizado em seu veículo?

How to Start an On-Demand Fuel Delivery Business

OS POSSÍVEIS IMPACTOS NEGATIVOS

Com a nova formulação da gasolina, que pode conter até 30% de etanol anidro, é ainda mais crucial que os consumidores fiquem atentos ao abastecer. Essa mudança, embora traga benefícios ambientais e produtivos, também eleva os riscos de adulteração e a necessidade de monitorar o desempenho do veículo. Afinal, quanto maior a quantidade de etanol, maior a probabilidade de variações no consumo e possíveis problemas mecânicos em automóveis mais antigos.

Por isso, é fundamental redobrar os cuidados e adotar práticas simples que ajudem a assegurar a qualidade do combustível utilizado. Confira a seguir algumas maneiras eficazes de se proteger:

Com a nova formulação da gasolina, que pode conter até 30% de etanol anidro, é ainda mais crucial que os consumidores fiquem atentos ao abastecer. Essa mudança, embora traga benefícios ambientais e produtivos, também eleva os riscos de adulteração e a necessidade de monitorar o desempenho do veículo. Afinal, quanto maior a quantidade de etanol, maior a probabilidade de variações no consumo e possíveis problemas mecânicos em automóveis mais antigos.

Por isso, é fundamental redobrar os cuidados e adotar práticas simples que ajudem a assegurar a qualidade do combustível utilizado. Confira a seguir algumas maneiras eficazes de se proteger:

1.Abasteça em locais de confiança

Postos sérios seguem as normas da ANP e não têm nada a esconder. Sempre exija a nota fiscal.

2. Desconfie de preços muito abaixo da média

Combustível barato pode ser um indicativo de adulteração ou mistura irregular.

3. Fique atento ao comportamento do seu carro

Mudanças no consumo, dificuldades para ligar ou perda de potência são sinais evidentes de combustível de má qualidade.

4. Solicite o teste de proveta

Você tem o direito de pedir que o posto comprove a proporção correta de etanol na gasolina. Se houver recusa, procure outro local.

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Porque o Diesel S10 está substituindo o S500?

POR QUE O DIESEL S10 ESTÁ SUBSTITUINDO O S500?

Nos últimos anos, o setor de transporte e logística no Brasil passou por uma mudança importante: a substituição gradual do diesel S500 pelo diesel S10. Essa transição não aconteceu por acaso, mas é resultado de um conjunto de fatores que vão desde novas exigências ambientais até avanços tecnológicos nos motores a diesel!

Com a necessidade de reduzir emissões poluentes e aumentar a eficiência, o mercado vem priorizando combustíveis mais limpos e compatíveis com tecnologias modernas. O diesel S10, com seu teor muito mais baixo de enxofre, tornou-se o protagonista dessa mudança, atendendo tanto a regulamentações nacionais quanto a padrões internacionais de qualidade.

1. Teor de enxofre drasticamente reduzido

O diesel S10 contém apenas 10 ppm (partes por milhão) de enxofre, enquanto o S500 permite níveis de até 500 ppm. Isso representa 50 vezes menos enxofre no combustível.Essa mudança traz consequências positivas:

– Menor poluição atmosférica: redução na emissão de óxidos de enxofre (SOx), principais causadores de chuvas ácidas.
– Compatibilidade com tecnologias modernas: veículos novos já saem de fábrica com sistemas avançados de tratamento de gases, como filtros de partículas (DPF) e catalisadores SCR, que só funcionam adequadamente com baixo teor de enxofre.

  • Países da União Europeia já usam combustíveis equivalentes ao S10 desde 2009. No Brasil, a adoção começou em 2013, com foco inicial nos grandes centros urbanos.

2. Conformidade regulatória e ambiental

A mudança está diretamente ligada ao Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que estabelece limites progressivos de emissão para motores a diesel no Brasil.

Impactos positivos:
* Menor emissão de poluentes nocivos à saúde.
* Melhora da qualidade do ar em grandes cidades.
* Contribuição para compromissos internacionais de redução de gases tóxicos e de efeito estufa.

  • Segundo estudos da CETESB, esta poluição gerada por veículos a diesel era responsável por boa parte dos problemas respiratórios em áreas metropolitanas. A transição para o S10 é uma das maiores conquistas ambientais no setor de transportes.

3. Melhor performance e durabilidade do motor

Motores movidos a diesel S10 apresentam vantagens claras em relação à manutenção e eficiência:

– Menor desgaste dos componentes internos, já que o enxofre em excesso causa corrosão.
– Menos entupimento de filtros e injetores.
– Maior eficiência energética, pois a queima do combustível é mais limpa.

  • Diesel S10 tem índice de cetano mais alto que o S500.  O cetano mede a qualidade da ignição — quanto maior, mais fácil é a partida do motor, principalmente em dias frios, além de reduzir a fumaça preta típica dos motores antigos.

4. Benefícios ambientais diretos

O uso do S10 trouxe impactos positivos não só para os motores, mas também para a saúde e o meio ambiente:

– Redução significativa de material particulado (fuligem).
– Diminuição de fumos tóxicos expelidos no escapamento.
– Qualidade do ar mais limpa em locais com grande tráfego de ônibus e caminhões.

  • A fumaça preta nos coletivos urbanos, muito comum até 2012, começou a diminuir justamente após a expansão do S10, tornando-se cada vez mais rara nas grandes cidades.

5. A transição no Brasil

A substituição do S500 pelo S10 foi gradual:

* Em 2013, tornou-se obrigatório em veículos novos.
* Após isso, foi se espalhando para postos de combustíveis em todo o país.
* Hoje, o S10 é praticamente padrão nas cidades, com o S500 restrito a áreas mais remotas.

  • Embora o S10 seja mais limpo e eficiente, sua densidade é um pouco menor que a do S500, o que faz alguns caminhoneiros notarem pequena diferença na autonomia. Ainda assim, o ganho em eficiência do motor e em durabilidade compensa essa diferença.

Como saber se a qualidade do diesel está própria para uso?

Na Peq Engenharia Jr., oferecemos um serviço completo de análise de combustíveis, com foco em diesel S10 e S500, trazendo tranquilidade, eficiência e sustentabilidade para o seu negócio:

  • Análises laboratoriais precisas: mensuramos teor de enxofre, frações voláteis, presença de contaminantes, densidade, entre outras propriedades importantes.
  • Relatórios técnicos detalhados: com explicação dos resultados, implicações operacionais e sugestões de ação.
  • Consultoria personalizada: orientamos a transição para combustíveis mais limpos como o S10 e otimizamos a performance da sua frota ou operação energética.

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  • Economia e conformidade: com análises precisas, você evita desgastes, multas e surpresas, além de promover uma imagem sustentável e responsável.

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Formulação de Saneantes e Boas Práticas

Formulação de Saneantes e Boas Práticas - Seus impactos e inovações: O futuro dos saneantes.

Você sabe o que realmente está por trás dos produtos de limpeza que usamos todos os dias? Muito além da fragrância agradável e do brilho imediato, os saneantes são fruto de formulações químicas complexas, inovações tecnológicas e rígidas regulamentações. Neste artigo, descubra como esses produtos são desenvolvidos, quais riscos as misturas caseiras podem causar e como a indústria tem investido em soluções sustentáveis para garantir mais segurança, eficiência e menor impacto ambiental.

 

Produtos saneantes são as substâncias químicas que têm a propriedade de interagir umas com as outras de várias formas e, quando associadas, podem somar estas propriedades e gerar produtos formulados que auxiliam nas mais diversas necessidades, como, por exemplo, os produtos de limpeza. 

Estes produtos, tecnicamente denominados Saneantes, são definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como aqueles destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum e no tratamento da água, e têm sua regulamentação sob a responsabilidade da Gerência Geral de Saneantes (GGSAN) daquele órgão.

A formulação de saneantes envolve a combinação de diversas matérias-primas, como compostos clorados, bases, ácidos inorgânicos (por exemplo, ácido fosfórico e ácido nítrico) e agentes de neutralização. Cada componente é selecionado por suas propriedades específicas para garantir a eficácia e a segurança do produto final. 

É fundamental que a manipulação dessas substâncias siga rigorosamente as regulamentações estabelecidas pela Anvisa, conforme a Lei 6.360/1976 e a RDC 59/2010, que exigem que todos os produtos saneantes sejam notificados ou registrados antes da comercialização.

A formulação de saneantes envolve a combinação de diversas matérias-primas, como compostos clorados, bases, ácidos inorgânicos (por exemplo, ácido fosfórico e ácido nítrico) e agentes de neutralização. 

Cada componente é selecionado por suas propriedades específicas para garantir a eficácia e a segurança do produto final. 

É fundamental que a manipulação dessas substâncias siga rigorosamente as regulamentações estabelecidas pela Anvisa, conforme a Lei 6.360/1976 e a RDC 59/2010, que exigem que todos os produtos saneantes sejam notificados ou registrados antes da comercialização.

 

Inovação no setor de saneantes - Novos produtos tomando forma

O setor de saneantes, por sua vez, tem se destacado cada vez mais pela sua constante inovação. Atualmente, foi observado que o desenvolvimento de produtos a base de probióticos, tem grande potencial de desinfecção de ambientes, inclusive dentro de ambientes que há uma grande demanda por esses produtos de desinfecção de qualidade, como em ambientes hospitalares. 

A inovação da formulação dos saneantes tem utilizado da nanotecnologia para a criação de desinfetantes mais eficazes e produtos que não deixam resíduos ou que não geram degradações ambientais muito significativas. 

Desse modo, as inovações desse setor industrial extremamente importante refletem o compromisso das indústrias nacionais em se alinhar com as principais pautas tecnológicas atuais, além de procurar desenvolver produtos que tenham o mínimo de impacto ambiental possível.

No entanto, é muito comum que mesmo com a inovação dos produtos saneantes, os consumidores continuem cometendo diversos erros, como por exemplo, combinar diferentes produtos de limpeza. 

Esse ato é, além de perigoso, muito equivocado. Isso porque, as combinações entre seus componentes deve ser testada anteriormente por profissionais dentro de laboratórios para evidenciar a sua eficácia ou seus riscos, desse modo, muitas misturas podem além de ser prejudiciais, ineficientes ou até mesmo tirar a qualidade do produto. 

Por isso, é de extrema importância que as indústrias que realizam as formulações dos mais diversos saneantes estejam sempre se preocupando em deixar explícito e de fácil leitura as informações sobre os riscos e o modo de usar cada produto, incluindo as misturas que podem ou não ser feitas. 

 

Portanto, a indústria de formulação de saneantes é muito importante no território nacional. As pautas ambientais e inovadoras visadas para o futuro serão essenciais para o crescimento do mercado e a garantia de uma maior segurança ambiental e qualidade dos produtos, e também uma maior segurança dos consumidores. 

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A Verdade por trás do Uso de Luvas na Fabricação de Produtos: Aliadas ou Vilãs à Segurança dos Alimentos?

Você já parou para pensar se o uso de luvas na manipulação de alimentos realmente garante segurança? Apesar de serem vistas como símbolo de higiene e proteção, as luvas podem, na prática, representar um risco oculto à saúde do consumidor quando utilizadas de forma inadequada. Muito além de apenas vestir um par de luvas, a segurança alimentar depende de boas práticas, higienização correta das mãos e conhecimento técnico por parte dos manipuladores.

 

A utilização de luvas em processos produtivos no setor alimentício é frequentemente vista como um instrumento responsável por criar uma barreira protetora contra contaminações em produtos. Entretanto, seu uso incorreto pode se tornar um vilão durante o processo e aumentar os riscos de proliferação de bactérias e microorganismos. 

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o uso de luvas juntamente com outros equipamentos de proteção individual não substituem a lavagem frequente e correta das mãos. Porém, ao optar por sua utilização, um erro frequente é mantê-las em uso por um período prolongado sem a troca adequada. Dessa maneira, as luvas que teriam como principal função a proteção se transformam em um potencial veículo de contaminação cruzada. 

Além disso, a utilização de luvas para estabelecimentos que não seguem as condutas de Boas Práticas exigidas pela ANVISA passam a falsa sensação de segurança ao manipulador. Dessa forma, são negligenciadas condutas básicas de higiene como a lavagem das próprias mãos, ou então, a utilização do mesmo par de luvas para a realização de atividades não relacionadas a manipulação dos alimentos.

Riscos do uso indevido das luvas

As mãos constituem a principal fonte de transmissão de contaminação no setor alimentício. Devido a composição majoritária das populações de microrganismos na pele, sendo eles microorganismos residentes e a transitórios, é necessária a adequação de medidas higiênicas para a não proliferação de microrganismos indesejados no processo de fabricação de alimentos.

Os microrganismos residentes apresentam em sua constituição bactérias pertencentes à microbiota natural da pele. Já a microbiota transitória se concentra na camada mais superficial, então a utilização de luvas deterioradas com presença de furos ou rasgos permitem a maior dispersão das bactérias não fermentadoras, enterobactérias, fungos e vírus durante o processo produtivo.

A transferência desses agentes contaminantes em uma área ou produto para locais anteriormente não contaminados, é caracterizada como Contaminação Cruzada e pode ocorrer também com o uso de mãos não corretamente higienizadas e  luvas contaminadas.

Como algumas graves consequências destacam-se a intoxicação alimentar, doenças causadas por bactérias como a Salmonella e reações alérgicas em celíacos.

Quando usar luvas de proteção na manipulação de alimentos?

É recomendado o uso em situações de manipulação de alimentos prontos para consumo, atividades que envolvem contato direto com ingredientes alergênicos ou então, procedimentos que demandam certa proteção para evitar contaminação externa. Entretanto, destacam-se os cuidados exigidos pela ANVISA a serem seguidos para manuseio dos alimentos:

  • Armazenar as luvas limpas em locais limpos, em temperatura ambiente e sem umidade;
  • Antes de colocá-las higienizar as mãos;
  • Verificar se o par de luvas encontra-se em estado íntegro, sem perfurações, coloração ou odor incomum;
  • Quando houver interrupção do procedimento ou forem tocadas superfícies ou produtos não higienizados deve-se descartar as luvas.

Como orientações de tipos de luvas é possível citar alguns materiais comumente utilizados como o látex, a nitríla e o plástico. As luvas de látex podem ser usadas para manipulação de alimentos prontos para o consumo, para frutas, verduras e legumes já higienizados e alimentos que já passaram por tratamento térmico. Porém por se tratar de uma substância alergênica sua reação na pele de manipuladores ou consumidores alérgicos ao látex  pode prejudicar a higienização do processo produtivo, de forma que o uso de luvas sintéticas seja recomendado pela Anvisa. Caso seja opção de uso, as luvas de material alergênico apresentam como obrigatoriedade declarar na embalagem “alérgicos: pode conter látex natural”.

Já as luvas nitrílicas apresentam maior resistência química, durabilidade e maleabilidade em relação às luvas de látex. Logo, são empregadas na manipulação de produtos saneantes para higienização do estabelecimento, utensílio, transporte e coleta de resíduos. 

As luvas plásticas compostas de copolímero de polietileno são mais finas e pouco resistentes em comparação às luvas de látex e nitrílicas, de modo que sejam utilizadas em serviços de manuseio de utensílios.

O que afirma a ANVISA?

Em suma, é reforçado conforme a RDC n° 216/04 da ANVISA que a utilização de luvas descartáveis não substitui a adoção de higienização das mãos para evitar contaminações durante o processo produtivo. Além disso, a Organização Mundial da Saúde recomenda que mesmo com a preferência da utilização de luvas, seja imprescindível a adoção da prática dos manipuladores de alimentos em lavar as mãos antes e após o uso.

Assim, é obrigatório o segmento de lavagem das mãos conforme a realização das seguintes tarefas:

Antes de iniciar o trabalho;
Após tossir, espirrar, assoar o nariz ou levar a mão ao rosto;
Antes de manusear alimentos cozidos ou prontos para o consumo;
Antes e depois de manusear ou preparar alimentos crus;
Após manusear lixo, sobras e restos;
Após tarefas de limpeza;
Após usar o banheiro;
Antes de comer;
Após comer, beber ou fumar;
Após lidar com dinheiro;
Ao tocar em dispositivos, como celulares, tablets etc.
Quando houver qualquer interrupção da atividade de manipulação/ fabricação do alimento.

Saiba como estar dentro da legislação

Com o intuito de garantir maior segurança alimentar e padronização nos processos, a implementação de Boas Práticas de Fabricação garantem a conformidade do estabelecimento segundo as exigências da ANVISA. Para isso é recomendado compreender o tipo do estabelecimento e suas adequações conforme a legislação.

O Manual de Boas Práticas de Fabricação reúne os protocolos de prevenção à contaminação juntamente com Procedimentos Operacionais Padrões (POP´s) que visam instruir e detalhar aos colaboradores do estabelecimento ações higiênico sanitárias adequadas para serem treinadas e colocadas em prática.

 Após a compreensão da importância e da responsabilidade de um Manual estruturado, torna-se de extrema relevância a aquisição de um treinamento para os colaboradores do estabelecimento. Assim, é possível assegurar um alinhamento dos processos, facilitar a comunicação interna e reforçar a cultura da segurança alimentar da higienização correta das mãos.

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Qual o Futuro do Mercado de Petróleo?

Qual o Futuro do Mercado de Petróleo?

Prever o futuro do petróleo, uma comodity de suma importância entre transações internacionais, não é uma tarefa simples. A dificuldade se dá pelas diversas variáveis que esse mercado está condicionado, além das dimensões colossais que tais variáveis são capazes de atingir.

 

O futuro da indústria do petróleo depende de um vasto estudo sobre a geopolítica mundial, interpretando relações entre países – produtores, exportadores e importadores desse produto– como também a progressão dessas relações ao longo do tempo.

Além disso, é importante um estudo e uma interpretação perspicaz da economia mundial, entendendo a demanda das potências globais por energia fóssil e a vazão da produção de petróleo mundial (Lei da oferta e da procura).

A Pandemia no Mercado de Petróleo

A pandemia do Coronavírus, iniciada em 2020, mas que teve muitos impactos futuros, afetou todos os aspectos da sociedade mundial, e o mercado petrolífero não ficou imune às mudanças proporcionadas por ela. Uma clara exemplificação disso foi a redução significante da demanda por combustível para transporte. 

Como o mundo passava por um isolamento social, havia menos automóveis na rua, bem como um menor tráfego aéreo, o que reduzia o consumo de óleo. Além disso, algumas linhas de produção industrial de várias potências mundiais, como a China, que muitas vezes utiliza petróleo como fonte energética na produção, foram paralisadas. 

Para tentar compensar o desbalanço entre oferta e demanda, a OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo – tentou reduzir a produção do óleo bruto, mas, por falta de acordo entre as partes da organização em relação a essa diminuição, o preço do barril do petróleo despencou em 2020.

A Oscilação do Preço do Barril de Petróleo

Para analisarmos o preço do barril de petróleo, primeiro é necessário pontuar que, na atualidade, o petróleo é mais do que um produto, é um investimento. Por isso, seu valor é influenciado por recessões, guerras, descobertas e muitos outros fatores. 

Na cotação Brent, principal referência de cotação de petróleo para a Europa e Brasil, o preço do barril (que equivale a, aproximadamente, 159 litros) foi de cerca de U$ 130,00 em meados de 2008 para U$ 45,00 no fim do mesmo ano, o que mostra como a crise de 2008, nos Estados Unidos, impactou esse mercado. Exemplo similar é o de 2020, pelos motivos explicados anteriormente, quando o barril foi cotado a U$ 22,00 em março, valor que não atingia desde 2003. 

Desde então, a cotação subiu bastante e entre 2022 e 2023, o preço do barril se manteve relativamente estável, na faixa dos U$ 80,00 e U$ 110,00. Por esses altos e baixos, esse mercado se mostra volátil, mas muito adaptável, característica que tende a se manter a longo prazo.

A interferência da Geopolítica e Economia Mundial

As relações entre as potências mundiais também têm alto impacto na indústria do petróleo, porque o fluxo mundial dessa commodity depende das tensões e das parcerias que essas potências formam. A China, em especial, tem um papel fundamental no mercado petrolífero, pois é a nação que mais importa essa commodity, além de ser a segunda maior consumidora, perdendo apenas para os EUA. Por ser epicentro da pandemia, a economia chinesa sofreu uma grande recessão, fator que diminuiu muito a demanda mundial por petróleo em 2020 e 2021. Porém, a economia chinesa se recuperou além das expectativas em 2023 e aumentou as projeções do preço do barril para a cotação Brent. 

O conflito do Leste Europeu, entre Rússia e Ucrânia, também impactou o mercado do petróleo. Isso acontece porque a Rússia, segunda maior exportadora de petróleo, sofreu sanções dos EUA, o que prejudicou sua exportação e aumentou o preço do barril, porque a oferta pela commodity diminuiu. Assim, a Rússia se voltou para a China, que está em recuperação e precisa aumentar as importações, para conseguir vender o combustível. Enquanto isso, a Arábia Saudita, maior exportadora dessa commodity, está tentando reduzir a produção para balancear a oferta e a demanda mundial, a fim de alavancar o preço do barril. 

No meio desse jogo diplomático, também está o Brasil, que funciona como um fornecedor estratégico de petróleo, uma vez que possui limitações em relação à refinaria nacional e grandes reservas petrolíferas, muitas ainda inexploradas, o que resulta em um excedente exportável. Sua maior parceira comercial é a China, que importou 84 milhões de barris brasileiros entre janeiro e abril de 2023. 

 

Plataforma P-51, Brasil

O Petróleo Irá Acabar?​

Enquanto o senso comum busca formatar a ideia de que o petróleo se extinguirá, a realidade vem se mostrando diferente das previsões. A revista Super de junho de 1993, por exemplo, estimou que as reservas petrolíferas durariam, aproximadamente, mais 70 anos, devido à exploração exacerbada desde a Segunda Revolução Industrial. 

O argumento, de fato, faz sentido; todavia, na época, nem todas as reservas existentes já tinham sido descobertas, como é o caso da região da Margem Equatorial do Brasil, onde estima-se encontrar mais de 30 bilhões de barris de petróleo, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). 

Portanto, é bem mais provável que a demanda por petróleo diminua em proporções maiores do que sua oferta, já que a busca por energias sustentáveis está aumentando. 

 

“A idade da pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petróleo chegará igualmente ao fim, mas não por falta de petróleo”

Xeque Yamani, Ex-ministro do Petróleo da Arábia Saudita

 

E as Tentativas de Diminuição de Emissão de Gases Poluentes?​

A busca por energias sustentáveis, pauta que cada vez cresce mais nas conferências internacionais, de fato, é um fator que, a princípio, pode ameaçar o gigantesco mercado de petróleo. Uma boa métrica para verificar o crescimento da preocupação com o meio ambiente é a quantidade de carros elétricos nas ruas do planeta. 

Segundo um artigo da Insper, em 2022 foram vendidos aproximadamente 10 milhões de carros elétricos, contra 6,5 milhões em 2021 e 2 milhões em 2020. Em contrapartida, até 2022, a frota de eletrificados correspondia a apenas 1,7% da frota mundial: 25 milhões de eletrificados contra 1,47 bilhão no total. 

Além desse gap que ainda existe entre combustível fóssil e energias sustentáveis, é muito improvável que o petróleo e seus derivados sejam substituídos completamente por essas matrizes, já que a diversidade energética será muito importante em um planeta com uma população que pode superar os 9 bilhões no meio do século. A demanda mundial por petróleo pode atingir 110 milhões de barris até 2045, segundo previsão do Secretário-Geral da OPEP, reportada na CNN. Por isso, o petróleo ainda vai fazer grande parte da matriz energética mundial.

Portanto, o mercado petrolífero mostra-se ainda com muito potencial, tendo em vista sua adaptabilidade, sua influência na economia e na política mundial e a capacidade de fornecer energia que ainda tem. Mesmo assim, é natural que o mercado sustentável, a longo prazo, supere o mercado petrolífero, mas este não deixará de ter sua relevância. 

 

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PRODUÇÃO DE CERVEJA: ETAPAS, CARACTERÍSTICAS E A QUÍMICA DA CERVEJA

Conheça na íntegra o processo de produção de cerveja em todos os seus aspectos, desde a escolha dos ingredientes e do padrão desejado até as etapas da produção.

 

Você sabe como é o processo de produção da cerveja? Ok, você talvez até saiba, mas você conhece os parâmetros necessários para fazer cada tipo específico de cerveja? Tem curiosidade a respeito da química envolvida na sua fabricação? 

Nesse texto iremos abordar todos esses assuntos que circundam a nossa querida “breja”, sanando as dúvidas mais comuns dos consumidores e dos produtores de cerveja e instruindo aqueles que já a fabricam ou que pretendem começar neste negócio. A partir disso, iremos tratar dos seguintes tópicos:

 

      • A matéria-prima para a produção de cerveja;

      • Fatores que influenciam no sabor, aroma e aparência;

      • As especificidades da água;

      • Diferentes classificações do malte;

      • As formas do lúpulo mais comuns;

      • Fermento: importância e uso;

      • As etapas da produção de cerveja;

      • A bioquímica do processo de produção;

A matéria-prima da produção de cerveja

A lei de pureza alemã (Reinheitsgebot) de 1516 determina que para fabricar cerveja os três ingredientes permitidos são água, malte e lúpulo. Na época, os alemães ainda não tinham conhecimento sobre a levedura, a qual certamente incluiríamos nessa lei se atualizássemos nos dias atuais.

Dessa forma, esses ingredientes são considerados como a “fórmula básica” da produção de cerveja e tanto a água quanto o malte e o lúpulo têm sua seleção de acordo com o resultado que se deseja, assim como existem orientações de especificações para cada um desses componentes, que veremos nos próximos tópicos ao longo do texto.

Além desses ingredientes, é possível incluir outros com o objetivo de diversificar o produto final, como a adição de ictiocola, irish moss, carragenina, polyclar, por exemplo, que é muito utilizada para clarificar a cerveja e até mesmo gelatina. A adição de açúcares ao produto também é comum, a fim de melhorar e intensificar o sabor.

Fatores que influenciam no sabor, aroma e aparência ​

Uma pergunta que pode surgir: como é possível somente quatro ingredientes serem responsáveis por quase toda a variedade de cerveja que conhecemos?

A resposta é que cada um deles possui variedades com processos de preparo e quantificação de maneiras diferentes. Assim, os fatores que comumente influenciam no resultado são o tempo e a maneira de acrescentar e processar os componentes na mistura.

Outros aspectos marcantes e característicos da cerveja são a sensação na boca, a força e a densidade, onde se relacionam diretamente com a amargura, o azedume da bebida, a intensidade do sabor e textura do líquido, que são provenientes dos tipos de ingredientes e da metodologia de processamento.

É interessante ressaltar que a qualidade dos produtos é um diferencial. Dessa forma, é fundamental prezar por alimentos de alto padrão para obter um resultado de maior qualidade e, assim, evitar substitutos mais baratos e de padrão secundário é uma escolha inteligente a se fazer quando um resultado fiel à proposta de sua cerveja é o principal desejo.

As especificidades da água

A água, por representar mais de 90% da matéria-prima constituinte da cerveja, é um fator de enorme importância. Dessa forma, a qualidade da água, assim como os demais ingredientes precisa ser de excelência. Por isso, é crucial utilizar uma fonte confiável de água para a produção de cerveja ou então fazer a correção laboratorial da água potável comum, afinal as especificidades da água podem influenciar diretamente em aspectos da cerveja, como veremos a seguir: a influência do pH e dos íons.,

Influência do pH

O parâmetro principal para a água utilizada na produção é seu pH, cuja sua escala vai de 0 a 14, onde 0 é o extremo ácido, 14 é o extremo alcalino e 7 é o valor de neutralidade. Este, deve estar entre 6,5 e 7,0, ou seja, levemente ácido, pois um pH alcalino pode acarretar na dissolução de algumas substâncias presentes no malte e nas cascas.

O pH ácido, além de evitar a degeneração do malte, contribui para maior atividade enzimática na etapa de mostura, proporcionando um rendimento maior de maltose. Além disso, é importante lembrar que apesar dessas informações, o tipo de cerveja alvo irá ditar qual o pH de fato ideal para a produção.

Determinar o pH da água pode ser feito facilmente por um medidor de pH digital, kits de medidor de pH para piscinas ou mesmo checar o relatório de qualidade da água distribuída em sua cidade ou região são opções viáveis. Então, se a água estiver alcalina, uma alternativa é utilizar um malte acidificado na etapa de mosturação.

Presença de íons

  • A água pode apresentar íons que afetam seu pH, tendo assim duas classificações: água dura e água mole. Indica-se a água dura para a produção de cervejas escuras por conter pH mais alto e concentração de íons (cálcio, magnésio, bicarbonato…) maior. Da mesma forma, a água mole se adequa melhor para a produção de cervejas pilsen, com pH mais baixo e menos íons dissolvidos. Portanto, é importante avaliar as características da água por meio de uma análise de dureza da água, que determina a quantidade de íons presentes na mesma e é um fator determinante para o resultado final.

Características do malte e sua produção

O malte é a fonte de amido da cerveja, ou seja, o ingrediente fermentável, sendo os grãos como milho, arroz, trigo, aveia, cevada, centeio e sorgo são opções populares e a cevada o mais comum. Este último grão é maltado por imersão em água através da germinação e depois da secagem. Já o sorgo vem ganhando muito espaço ultimamente para fabricação de cerveja sem glúten para pessoas alérgicas.

Através da maltagem, os grãos produzem enzimas que convertem o amido em açúcares fermentáveis. Logo em seguida, é preciso moer, descascar e dividir em pedaços os grãos sendo possível reaproveitar as cascas na etapa de brassagem, atuando como filtro natural para a lavagem, quando é feita a separação dos resíduos insolúveis dos grãos e o mosto.

Para cervejarias pequenas e cervejeiros independentes, é interessante utilizar o extrato de malte. Esse extrato é o mosto concentrado de malte moído e misturado com lúpulo e enzimas, cuja vantagem de sua utilização é pular as etapas de moagem, mosturação e separação do bagaço, economizando tempo e dinheiro.

O segredo para obter variedades de malte e de cores, sabores e densidade nas cervejas, é utilizar diferentes tempos e temperaturas no processo, apesar de haver uma quantidade fixa de 200 gramas para 1 litro de cerveja que geralmente se utiliza. Sendo assim, o malte pode ter sua classificação tanto quanto à cor quanto à quantidade no produto final, e existem dois grandes grupos: maltes base e maltes especiais.

Classificações do malte

Os maltes base possuem o maior potencial enzimático e de extrato. O Château Pilsen é um malte claro para fazer cervejas Pilsen, o Château Peated defumado é um malte pilsen que no final da maltagem é defumado. Já o Château Vienna tem um sabor mais forte e adiciona aroma de caramelo e uma cor mais dourada à cerveja. Por fim, o Château Pale Ale também adiciona cor dourada à cerveja, e geralmente se combina com Pilsen para ter um sabor mais marcante.

Os extratos de malte não possuem cor definida e podem ser em pó ou líquido. O Château Wheat Blanc (trigo claro), por exemplo, dá estabilidade à espuma da cerveja e a deixa encorpada. Por sua vez, o Château Munich Wheat (trigo escuro) deixa a cerveja mais gasosa e com um aroma semelhante ao Ale e tem um sabor mais forte, entretanto, apesar do nome, sua cor não é necessariamente escura.

Os maltes especiais contribuem com características únicas e possuem quase nenhum potencial enzimático. Assim, os principais maltes desse grupo são os caramelos (que deixam a cerveja mais doce) e os torrados (que dão um aroma de café). O Château Munich Light e Château Munich promove um dourado alaranjado e espuma estável, já o Château Melano Light e Château Melano deixam a cerveja avermelhada, estável e de sabor maltado intenso.

O Château Cara dá sabor de caramelo e aroma de toffee, possuindo cor dourada. Suas variações Blond, Ruby e Gold representam coloração âmbar claro, intermediário e escuro, respectivamente; o Château Abbey proporciona um sabor forte de pão assado, frutas e nozes, levemente amargo; o Château Chocolat dá sabor torrado de nozes e coloração castanha à cerveja e o Château Special B dá coloração de vermelho a castanho escuro.

As formas utilizáveis do lúpulo

O lúpulo (Humulus lupulus) é uma planta da família Cannabaceae, típica da Europa que se desenvolve bem com um clima frio e luz solar presente. Na produção de cerveja o lúpulo é responsável pelo sabor único e amargo da cerveja, trazendo a identidade do sabor da mesma. Além disso, ele atua como um conservante natural fazendo a retenção da espuma e auxiliando na remoção de proteínas indesejadas.

O lúpulo contém também o ácido alfa, que dá o amargor à cerveja e define o teor de amargura na bebida. A maioria das formas comercializadas do lúpulo possuem um padrão da quantidade dessa substância, facilitando assim a escolha do tipo de lúpulo para a produção.

As principais formas no mercado do lúpulo são: em flor, pellets T-90, pellets T-45, extrato e essências. Primeiramente sobre a forma em flor, é considerada 100% natural, porém não é ideal para estocagem e é a mais ineficiente para fabricação de cerveja. Já as pellets T-90 e T-45 são parecidas; ambas são lúpulos em flor que passam por um moedor e prensa, sendo melhores para armazenagem. O T-90 não possui padrão no teor de ácido alfa; já o T-45 apresenta este padrão.

Há também formas mais recentes de comercialização, que são os extratos e essências. O extrato é uma forma líquida de lúpulo sem resinas. Já as essências consistem-se em óleos do lúpulo, com seus componentes refinados, concentrados e são considerados bons pela facilidade de estocagem e por possuirem um bom prazo de validade. Sendo assim, cada vez mais, essa modalidade vem ganhando espaço no ramo cervejeiro.

A classificação do lúpulo é possível de acordo com o sabor que promovem na cerveja: amargor, aromático e dual. O amargor possui teor bem elevado de ácido alfa; Já os aromáticos possuem teor baixo desse ácido e promovem um aroma bem agradável à cerveja. O dual são lúpulos versáteis, que representam uma mistura do amargor com o aromático. Por conta disso, geralmente é indicado qual dessas duas características é a predominante.

Fermento: importância e uso

O fermento ou levedura é um micro-organismo que irá realizar o processo de fermentação da bebida. Nesse importante processo, os açúcares do mosto são consumidos para que seja produzido o álcool e o gás carbônico. Dessa forma, esse ingrediente é responsável por determinar o teor alcoólico da cerveja produzida.

Para que a fermentação tenha excelência e corresponda às expectativas, alguns fatores são considerados ideais no processo. O principal, é a temperatura, pois determina a velocidade das reações e a forma de ocorrência das mesmas. Com isso, é possível obter uma variedade de cerveja no aspecto do teor de álcool presente.

Sobre a levedura de cerveja, pode ser dividida em 2 grupos principais: de baixa fermentação (lagers) e de alta fermentação (ALE). O de baixa fermentação atua na parte inferior do fermentador e trabalha na faixa de 9ºC a 13ºC. Já o de alta fermentação age na parte superior, trabalhando na temperatura entre 18ºC e 24ºC.

Quais são as etapas da produção de cerveja?

A produção de cerveja possuem diversas etapas que vão desde a preparação dos ingredientes até a embalagem. O conceito da fabricação da bebida é a conversão da fonte de amido em mosto, um líquido açucarado que se submete à fermentação. As etapas são as seguintes: maltagem, brassagem, fervura, resfriamento, fermentação, condicionamento e embalagens.

Maltagem, Brassagem e Fervura

Na maltagem ocorre a preparação dos grãos da fonte de amido determinada (cevada, trigo, milho). Primeiro, o produtor deve pô-los de molho por 40 horas. Depois, os espalha para um repouso de 5 dias. Por fim ocorre a secagem, onde os grãos têm uma exposição gradual a altas temperaturas no forno. Ao final, os grãos chamam-se “malte”.

Na brassagem ocorre a conversão dos amidos do malte em açúcares para a fermentação. As enzimas convertem os amidos em açúcares simples, processo chamado sacarificação, cujo é o mosto, líquido açucarado que é então drenado. Antes da drenagem indica-se realizar um mashout: aumentar a temperatura até 75ºC para desativar as enzimas.

Na fervura ocorre a esterilização do mosto e a adição do lúpulo. O calor da fervura coagula as proteínas do mosto e diminui seu pHeliminando sabores indesejados. Esta dura entre 15 e 120 minutos e quanto maior o tempo da ebulição, mais amarga a cerveja será. Lúpulos de amargor permanecem em fervura no início durante uma hora, e os de aroma, no fim por 15 minutos.

No final da fervura pode-se realizar um processo para clarificar o mosto e reter compostos do aroma do lúpulo. Geralmente se faz o whirpool ou o hopback. Então, é hora do processo de resfriamento do mosto para a temperatura de fermentação (entre 20º e 26º C). Para isso, utiliza-se trocadores de calor de placas e adiciona-se oxigênio ao mosto resfriado.

Fermentação, Condicionamento e Embalagem

Depois do resfriamento e oxigenação, ocorre a fermentação do mosto. A fermentação pode ocorrer em tanques de variados tipos e deve ser feita em ambiente sem oxigênio. Os açúcares e carboidratos do malte, na presença de leveduras e/ou bactérias, irão produzir tanto álcool quanto dióxido de carbono. O tempo da fermentação deve ter seu controle de acordo com o teor alcoólico desejado.

Após a primeira fermentação é feito o condicionamento, isto é, o envelhecimento da cerveja. Dependendo do tipo, o tempo de maturação pode levar de semanas a anos. É importante mudar o recipiente da cerveja para cessar o contato com levedura morta e evitar sabores indesejados e acetaldeídos, que são prejudiciais à saúde.

Há algumas modalidades de envelhecimento, sendo elas: fermentação secundária, em garrafa, lagering e krausening. Na fermentação secundária, grande parte da levedura restante é depositada no fundo do fermentador, tendo como resultado uma cerveja mais clara. Já na fermentação em garrafa acontece a carbonatação natural, proveniente do gás carbônico resultante da fermentação que fica preso na garrafa.

No processo de lagering, matura-se a cerveja em temperaturas de congelamento durante alguns meses, dependendo do resultado desejado. A lager então, é uma cerveja mais suave e a mais comum no mercado. O processo de krausening consiste em adicionar mosto que está fermentando à cerveja já finalizada. A levedura irá fermentar a cerveja finalizada e ocorrerá carbonatação.

Por fim, se faz a embalagem da cerveja. As embalagens mais comuns são em latas de alumíniobarris e garrafas de vidro. Boa parte das cervejas passam pela etapa de filtração e ocorre clarificação, geralmente quando são embaladas em garrafas ou latas. Quando ocorre maturação em garrafa, não há filtração e a cerveja carrega restos de levedura que não foi fermentada.

A bioquímica por trás da produção de cerveja

Basicamente, há uma transformação sequencial dos carboidratos dos grãos de cereais em álcool através da atuação das leveduras. Quimicamente, isso significa degradar os polissacarídeos amilose e amilopectina em glicídios menores maltose e glicose e a então fermentação alcoólica por enzimas glicolíticas das leveduras.

Na formação do malteas sementes dos cereais sofrem germinação e as enzimas que degradam os polissacarídeos se produzem. Esses dois processos se interrompem com o aquecimento. As principais enzimas que constituem o malte são: α- e β-amilasescelulase α-glicosidase, que atuam como catalisadores, respectivamente, das reações de degradação do amido, da celulose e das ligações glicosídicas.

Na preparação do mosto, o malte em água se torna propenso à ação das enzimas hidrolíticas na amilose, amilopectina e celulose dos grãos, formando assim os glicídios simples e solúveis em água. Com a fervura, a degradação enzimática se encerra. Ao se adicionar as leveduras para fermentação, as células crescem e se multiplicam através da energia do metabolismo aeróbico dos glicídios simples, principalmente no ciclo de Krebs.

A fermentação ocorre depois do consumo de todo o oxigênio dissolvido no mosto. Ao alterar o metabolismo de aeróbico para anaeróbico, a levedura consome os piruvatos dos glicídios simples produzindo etanol e gás carbônico. O pH, a quantidade de glicídios restantes e a concentração do álcool  controlam essa etapa.

A regulagem da quantidade de espuma da cerveja ocorre durante a ação das enzimas proteolíticas na fase de maltagem. É importante que haja um grande controle, pois a atividade enzimática em excesso deixa a cerveja “choca” (com pouca espuma), e a baixa atividade deixa-a turva quando gelada. Para isso, uma alternativa é utilizar enzimas proteolíticas exógenas (isto é, provenientes de ingredientes descartados na produção de cerveja).

Malte, lúpulo... ação!

Agora que você sabe tudo sobre o processo de fabricação de cerveja, que tal conhecer mais sobre os outros aspectos que atribuem as características únicas à essa bebida tão querida no Brasil e no mundo?

Continue acessando o nosso blog e dê uma olhada nos seguintes textos:

– Cerveja: a maior invenção do homem

– O mercado da cerveja

– Concentração do mercado de cerveja no Brasil e as Microcervejarias

 

Escrito pela Gestão de 2017 e revisado por Milena Ferreira de Azevedo

 

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Rotulagem Nutricional: Uma Aliada Para Impulsionar Vendas

ROTULAGEM NUTRICIONAL: UMA ALIADA PARA IMPULSIONAR VENDAS

Você sabe as substâncias que estão presentes no alimento que você vende? Você conhece as determinações da Anvisa a respeito da rotulagem nutricional? Entenda como rotular o seu alimento pode atrair clientes e alavancar o seu negócio alimentício!

A origem e os pilares da Rotulagem Nutricional no Brasil

A rotulagem nutricional no Brasil surgiu como o meio mais eficiente de informar a população acerca dos alimentos e bebidas que consomem, ao mesmo tempo que estimulou práticas alimentares e estilos de vida saudáveis, sendo uma solução que foi elaborada estrategicamente pela Política Nacional de Alimentação. Essa ação teve o objetivo de reduzir índices alarmantes revelados pelo Ministério da Saúde, como doenças crônicas associadas a maus hábitos alimentares.

ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) regulamentou a rotulagem nutricional em 2001. Através de duas Resoluções, RDC nº 39 e RDC nº 40, a ANVISA estabeleceu as bases para a rotulagem: a Tabela de Valores de Referência para Porções de Alimentos e Bebidas Embalados e o Regulamento Técnico para Rotulagem Nutricional Obrigatória de Alimentos e Bebidas Embalados.

Depois, em 2003, essas resoluções foram atualizadas e melhoradas para se alinharem às normas do Mercosul, formando as regras para rotulagem nutricional. O Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados (RDC 360/03) tornou-se a  nova resolução. Ela mantém a rotulagem obrigatória e tem como objetivo a atuação em benefício ao consumidor.

Publicaram em 2003 uma outra resolução denominada Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional (RDC 359/03)Através dela, as porções indicadas nos rótulos dos produtos devem ser feitas com base numa dieta saudável de 2000 kcal, de forma a padronizar esse valor com os outros países do Mercosul. 

Entendendo as normas da ANVISA para rotulagem nutricional e seus desdobramentos

Em dezembro de 2003, houve a publicação da RDC 360/03, norma da ANVISA que fala sobre rotulagem, onde, descreve que a informação nutricional obrigatória em todos os alimentos e bebidas embalados será mantida. Dessa maneira, as empresas teriam até 31 de julho de 2006 para se adequar às novas regras. Sendo assim, os fabricantes desses produtos deveriam se atentar a determinadas condições para rotular sua produção de forma adequada. 

Com essa norma, as orientações para rotulagem obrigatória dos produtos focam especificamente nas informações nutricionais. Dessa forma, fica mais fácil produzir um rótulo eficiente e de acordo com a norma, visando, em primeiro lugar, o bem estar do consumidor. Além disso, há alguns produtos que passaram a não ser regulamentados por essa norma, os quais veremos a seguir.

Os produtos que não precisam apresentar rotulagem nutricional 

A nova resolução, utilizada atualmente, dispensou alguns produtos da rotulagem nutricional obrigatória. São eles:

    • Águas minerais e demais águas destinadas ao consumo humano;
    • Bebidas alcoólicas;
    • Os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia;
    • As especiarias (ex.: pimenta do reino, cominho, canela, etc.);
    • Os vinagres;
    • Sal de cozinha (cloreto de sódio);
    • Café, erva mate, chá e outras ervas sem adição de outros ingredientes;
    • Os alimentos preparados e embalados em restaurantes e estabelecimentos comerciais, prontos para o consumo, como por exemplo, sanduíches embalados, sobremesas do tipo flan ou mousses ou saladas de frutas e outras semelhantes;
    • Os produtos fracionados nos pontos de venda a varejo, comercializados como pré-medidos. Alimentos fatiados como queijos, presuntos, salames, mortadelas, entre outros;
    • As frutas, vegetais e carnes in natura, refrigerados ou congelados;
    • Produtos que possuem embalagens com menos de 100 cm² (esta dispensa não se aplica aos alimentos para fins especiais ou que apresentem declarações de propriedades nutricionais).

 

Informações obrigatórias no seu rótulo

As informações mais importantes e mais procuradas de um rótulo de alimento ou bebida são seu valor calórico e as quantidades das substâncias presentes, portanto, a apresentação da quantidade de calorias, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar, sódio, outros minerais e vitaminas é obrigatória. 

Ademais, vitaminas e outros minerais farão parte do rótulo, obrigatoriamente, caso haja alguma referência ou declaração sobre estes nutrientes na embalagem. Cálcio, ferro e colesterol, caso possuam quantidade superior a 5% da Ingestão Diária Recomendada (IDR), orienta-se que sejam apontados no rótulo, porém não é obrigatório. As quantidades por porção de todas as substâncias devem ser registradas obrigatoriamente no rótulo. 

Além disso, o rótulo deve mostrar como aquela porção de alimento impacta no total de nutrientes que devemos consumir por dia, ou seja, o percentual de nutrientes necessários por dia que estamos ingerindo (baseado numa dieta de 2000 kcal diárias). Este dado, chamado Percentual de Valor Diário (denotado por %VD) é uma ótima forma de determinar tanto exageros no consumo de determinada substância quanto a qualidade daquele produto para seu organismo. 

Outras informações

Outras informações fundamentais e obrigatórias para a embalagem de seu alimento ou bebida estão abaixo listadas:

    • Nome do produto;
    • Lista de ingredientes, escritos em ordem decrescente de quantidade;
    • Conteúdo líquido: quantidade ou volume que o produto apresenta;
    • Identificação do país de origem da produção;
    • Identificação do lote de fabricação;
    • Prazo de validade: para produtos com duração mínima inferior a 3 meses, deve ser informado o dia e mês de vencimento. Já para produtos com duração mínima superior a 3 meses, deve ser informado o mês e o ano de vencimento;
    • Instruções para uso, caso necessário;
    • No caso de produtos importados, todas as informações dispostas acima devem estar escritas em português.

O que você precisa para deixar o seu produto mais profissional?

Atualmente, a sociedade está cada vez mais preocupada com os produtos que consome e com o seu impacto nos hábitos alimentares e para gerar valor ao produto e conseguir credibilidade com o público, você precisa atender as exigências dos clientes, para diferenciá-lo do mercado. Logo, a tabela nutricional é essencial para isso, porque hábitos mais saudáveis estão sendo cada vez mais adotados pelos consumidores.  

Porém, apenas as informações nutricionais não são suficientes para ter um produto com alto grau de profissionalismo. Nesse sentido, saber o tempo de duração é uma informação valiosa para alcançar esse objetivo assim como a rotulagem. O Shelf Life analisa o produto a fim de calcular quanto tempo ele pode ser armazenado sem perder suas características e estar apto para consumo. Essas duas características e as outras informações listadas no tópico anterior são essenciais para ter um produto profissional e aumentar sua credibilidade

O impacto da rotulagem nutricional nas suas vendas 

Fazer a rotulagem nutricional do alimento ou bebida que você vende é essencial para atrair clientes. Mas por quê? Simples: um produto com informação nutricional, além de demonstrar que segue as regulamentações da ANVISA, ajuda o consumidor na sua escolha e inspira confiança. 

Além disso, é sempre importante estar em dia com as normas da ANVISA para possuir um produto regularizado e que, acima de tudo, não ameace a saúde da população. No início deste texto, observou-se que a rotulagem nutricional tem como função principal fomentar o consumo saudável e consciente das pessoas. Então, seguir as regras a risca para contribuir com essa ideia é essencial. 

Como fazer a rotulagem nutricional do seu produto?  

Ok, agora você já sabe absolutamente tudo que precisa para rotular seu produto. O próximo passo, então, é procurar esse serviço! 

Dessa forma, é importante estar atento na hora de escolher a empresa que irá realizar esse serviço. A realização do mesmo deve estar pautada nas resoluções atuais da ANVISA. Caso contrário, o seu rótulo pode estar desatualizado ou com informações erradas, dificultando inclusive a comercialização do mesmo. 

 

Escrito pela gestão de 2016 e revisado por Bruna Toledo e Helena Flora.

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A segurança alimentar da população é uma responsabilidade do mercado alimentício. Nesse sentido, as etapas na fabricação de alimentos devem assegurar que estes não ofereçam risco de contaminação aos seus consumidores, fornecendo uma melhor qualidade aos produtos.

Dessa forma, quando algum procedimento é realizado sem seguir todas as práticas de higiene, este pode influenciar diretamente na saúde dos consumidores, pondo em risco a segurança alimentar, e prejudicando a população.

Segundo a
Biblioteca Virtual em Saúde, estima-se que, no mundo, uma em cada dez pessoas adoecem, e 420 mil pessoas morrem a cada ano após consumir alimentos contaminados.

Sendo assim, analisar se seu estabelecimento segue as normas para garantir a segurança alimentar dos seus consumidores tem se tornado essencial.

IMPACTO NO EMPREENDIMENTO: FALTA DE SEGURANÇA ALIMENTAR PODE ESPANTAR SEUS CLIENTES

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, o setor alimentício cresceu 0,8% em faturamento no primeiro semestre de 2020. Em outras palavras, a Pandemia impactou de forma significativa esse setor, desde grandes indústrias estabelecidas no mercado até pequenos negócios.

Por consequência, os empreendimentos precisaram modificar suas práticas para atender a crise atual. Entre elas, se destaca o crescimento do delivery, que segundo o SEBRAE foi responsável pelo aumento de 92% do faturamento das empresas que se adaptaram a este modelo.

Entretanto, muitos empreendimentos fecharam devido ao grande impacto financeiro, intensificando a preocupação com a saúde e com os alimentos.

Portanto, garantir as condições higiênicas e sanitárias dos estabelecimentos se tornou ainda mais essencial para manter as portas abertas e atrair clientes pela segurança.

QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS ALIMENTARES NA SAÚDE?

De acordo com o citado acima, em cada ano, cerca de uma em dez pessoas no mundo adoece por ingerir alimentos contaminados. Antes de tudo, os que manipulam o alimento, da colheita ao prato de comida, têm a responsabilidade de mantê-lo seguro.

Ou seja, o modo como os funcionários manuseiam o alimento influencia diretamente na saúde públicaCom essa preocupação, a ANVISA descreve o Manual de Boas Práticas, que traz orientações de higiene que auxiliarão no controle de qualidade. 

Em suma, ter um controle de qualidade é importante pois tem o objetivo de evitar que a população consumidora adquira qualquer enfermidade. Contudo, um grande agravante que tem causado doenças transmitidas por alimentos é a contaminação cruzada

CONTAMINAÇÃO CRUZADA NOS ALIMENTOS

Segundo a ANVISA, a contaminação cruzada ocorre quando há a transferência microrganismos entre alimentos através do contato com superfícies, utensílios, equipamentos ou pelo seu manipulador. 

Na prática, a contaminação ocorre quando há falta de higiene com alimentos e todas superfícies de contato com eles. Por consequência, associadas à falta de higiene, outras ações que causam a contaminação são:

    • Utilizar utensílios mais de uma vez em alimentos crus, cozidos ou vegetais.
    • No armazenamento de alimentos diferentes no mesmo recipiente.
    • Manipular alimentos e ter contato com áreas do próprio rosto.
    • Armazenar alimentos em temperaturas inadequadas.

Como resultado, alimentos crus, ovos e carnes vermelhas, leite não-pasteurizado, carne mal cozida, frutas e vegetais são os grandes responsáveis por surtos de doenças transmitidas por alimentos no país.

Assim, esses alimentos podem carregar bactérias e vírus como a
Salmonella e Staphylococcus aureus, que são os principais agentes envolvidos nas intoxicações alimentares. Também, as causas de intoxicação e sua gravidade podem variar, porém há casos em que os pacientes são levados ao óbito.

IMPORTÂNCIA DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM ESTABELECIMENTOS

Tendo em vista que a manipulação de alimentos impacta diretamente na saúde pública, existe a necessidade de assegurar as condições sanitárias básicas dos estabelecimentos.

Como mencionado, o Manual de Boas Práticas de Fabricação, BPF, tem como objetivo assegurar que os requisitos essenciais de higiene sejam cumpridos.

Em síntese, as boas práticas, além de protegerem a saúde do consumidor, também possibilitam um ambiente de trabalho mais eficiente, contribuindo para eficácia do processo de produção, garantindo que o produto atenda às especificações de identidade e de qualidade, impactando diretamente na validade de seu produto.

COMO ESTAR DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO?

O conjunto de etapas na fabricação, considerando a produção, armazenamento ou comercialização, deve assegurar a qualidade do alimento, almejando a segurança dos consumidores. 

Essas etapas, como mencionadas anteriormente, são chamadas de Boas Práticas de Fabricação, BPF, que no Brasil, são obrigatórias segundo as normas da ANVISA, tais como:

    • RDC Nº 216, de 15 de setembro de 2004: Determina que serviços de alimentação devem dispor de Manual de BPF e POPs, documentos acessíveis aos funcionários envolvidos e disponíveis à autoridade sanitária, quando requerido.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP)

Como citado anteriormente, além do manual, o Procedimento Operacional Padrão, POP, também é um documento obrigatório. Em resumo, ele descreve as instruções sequenciais que devem ser seguidas durante a produção, armazenamento e transporte de alimentos. Segundo a resolução, quatro POPs são obrigatórios no manual:

    • POP de Higienização de instalações, equipamentos e móveis: Aborda o procedimento para realizar a higienização de forma específica para cada tipo de superfície. 
    • POP de Controle integrado de vetores e pragas urbanas: Contempla as medidas a serem tomadas para impedir a atração, o abrigo, o acesso e a proliferação de vetores e pragas urbanas. 
    • POP de Higienização do reservatório: Contém, de forma detalhada, as operações de higiene do reservatório de água.
    • POP de Higiene e saúde dos manipuladores: Contempla as etapas de manipulação direta ou indireta dos alimentos. Com efeito, a ausência ou não adequação ao Manual de BPF com os quatro POPs, pode resultar em advertências, multas, ou até mesmo o cancelamento do alvará.

ADAPTAÇÃO DO BPF ÀS NOVAS DEMANDAS DA SEGURANÇA ALIMENTAR

O Manual de Boas Práticas de Fabricação é um documento de extrema importância para garantir que a segurança alimentar do estabelecimento e das etapas de produção estão sendo feitas corretamente.

Dessa forma, para elaborar o BPF, são realizadas visitas técnicas a fim de estudar o estabelecimento e sua produção. No entanto, com a atual pandemia, essa prática precisou ser reestruturada, justamente para se adaptar à crise e manter a realização desse serviço de forma eficaz. E com isso, a visita remota substitui a etapa presencial, continuando a garantir sua segurança alimentar.

Por isso, tanto os consumidores quanto fornecedores devem conhecer e entender o papel do Manual de Boas Práticas de Fabricação no controle de qualidade e segurança alimentar. Em resumo, esse conhecimento é importante para que o consumidor entenda e possa exigir essas condições básicas de higiene no manuseio e nas etapas do processo. 

Sendo assim, para o estabelecimento, além de estar dentro das leis e transmitir segurança aos seus clientes, também otimiza seus processos, resultando na diminuição de suas perdas e do número de acidentes no processo. 

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Efluentes: Como Realizar Seu Tratamento

EFLUENTES: COMO REALIZAR SEU TRATAMENTO

Você sabe o que são efluentes? Conhece seus tratamentos? Saiba mais sobre a importância da análise e como ela auxilia na manutenção segura do meio ambiente.

 

O QUE SÃO EFLUENTES?

Efluentes são resíduos, líquidos ou gasosos, resultantes das atividades humanas e industriais, que são lançados na natureza. Cada efluente possui característica própria inerente à sua procedência, por isso são divididos em dois tipos: efluentes domésticos e efluentes industriais.

Ao despejá-los diretamente nos corpos d’água sem antes passar por tratamento, os efluentes de qualquer fonte de poluição causam sérios danos ao meio ambiente e à saúde humana, pois podem conter metais pesados, óleo e outras substâncias tóxicas, afetando gravemente a vida marinha como a de outras populações.

 

QUAIS SÃO SEUS TIPOS?

Efluentes Domésticos:

 As atividades e necessidades humanas em uma residência e que correm através da rede de esgoto geram esse tipo de efluente. Assim, grande parte dessa água escoa pelos ralos e retorna à natureza em forma de efluentes domésticos ou são levados para estações de tratamento.

De um modo geral, mesmo que seu potencial poluidor seja menor quando comparado a efluentes industriais, lançando-o na natureza sem o devido tratamento, os efluentes domésticos causam sérios danos ao meio ambiente, destruindo gravemente o ecossistema.

 

Efluentes Industriais:

Há produção desse rejeito durante o processo industrial em uma série de  empresas, quando restam resíduos líquidos que não podem mais ser aproveitados. Por existirem várias empresas que descartam esses efluentes, eles possuem tipos muito variados. Suas características químicas, físicas e biológicas variam de acordo com o ramo de atividade da indústria, operação e matérias-primas utilizadas.

Além da preocupação legal, cada vez mais as indústrias investem de forma proativa em soluções para os resíduos gerados. Esse “movimento verde” mostra que a adoção de políticas sustentáveis tem se intensificado no processo produtivo. 

Além de tudo isso, a melhora na eficiência das estações de tratamento é sinônimo também de economia para as empresas. Afinal, visa o potencial para redução de descarte de materiais e maior aproveitamento de matéria-prima. 

 

QUAIS SÃO SEUS TIPOS?

No Brasil, o CONAMA dispõe sobre condições, parâmetros, padrões e diretrizes para gestão do lançamento de efluentes em corpos d’água receptores. Essas condições estão nas resoluções e normas legislativas, como por exemplo a Resolução n° 430, de 13 de maio de 2011 que complementa a Resolução nº 357.

Vale lembrar também das legislações federais que regulamentam as proibições na relação entre empresas e o meio ambiente, como a  Lei da Política Nacional do Meio Ambiente.

 

Além disso, há diversas Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs) pelo Brasil. Essas estações são responsáveis pelo processo de limpeza dos efluentes para que estes retornem ao meio ambiente de uma forma menos agressiva e nociva à natureza:

      1. Pré-Tratamento

Esta etapa sujeita os efluentes a uma intensa separação de sólidos. Em geral, o gradeamento e a desarenação são os dois procedimentos que utilizam para isso.

Desse modo, realiza-se o gradeamento com a ajuda de grades metálicas que funcionam como uma barreira para os sólidos, retirando os sólidos de maiores dimensões. Já a desarenação tem a função de remover os flocos de areia através da sedimentação. Ou seja, os grãos de areia vão para o fundo do tanque por serem mais pesados, enquanto as matérias orgânicas vão para a superfície, por serem mais leves. 

      1. Tratamento Primário

Os processos físico-químicos iniciam o tratamento primário, que têm o intuito de remover os sólidos em suspensão, os materiais flutuantes e a matéria orgânica do efluente em tratamento.

Portanto, há a inserção de produtos químicos na água para neutralização dos íons. E, em seguida, ocorre a floculação do efluente. Após essa floculação, a água passa pela decantação primária, que por sua vez separa o sólido (lodo) e o líquido (efluente bruto).

      1. Tratamento Secundário

Esse processo retira a matéria orgânica não removida no tratamento primário, ficando em conformidade com a legislação ambiental. Por fim, há uma decantação secundária que clarifica a água e separa o lodo restante do processo.

Tratamento do lodo

O tratamento do lodo visa reduzir o volume e o teor de matéria orgânica presente no efluente. O produto final obtido no tratamento é repleto de matéria orgânica, nitrogênio, fósforo e vários outros nutrientes, possibilitando seu uso na agricultura ou em reflorestamento, por exemplo.

      1. Tratamento Terciário

Após o fim do tratamento secundário, a água pode retornar aos recursos hídricos. No entanto, podemos passar o efluente por um último tratamento para utilizá-lo com fins não potáveis. Esse tratamento terciário consiste em aplicar métodos técnicos para remover poluentes específicos que não foram retirados pelos processos mais comuns. Essas substâncias podem ser compostos não biodegradáveis, nutrientes e metais pesados que exigem maior grau de tratamento, como o fósforo e o nitrogênio.

Além disso, as empresas que não respeitam essas leis podem perder financiamentos. Afinal, tem-se exigido licenciamento ambiental para projetos financiados, além de princípios de responsabilidade socioambiental na execução de obras.

COMO REUTILIZAR OS EFLUENTES?

De acordo com a  Base Legal do INEA, o Reuso de Água é uma prática de racionalização e conservação de recursos hídricos. Sendo assim, para a utilização da água residual na lavagem de quintal, irrigação das plantas e reaproveitamento industrial é necessário um tratamento específico.

Dessa forma, a água de efluentes  passa por alguns processos de tratamentos para, no final, apresentar diversos benefícios relevantes para a sociedade. São eles:

      • Prevenção contra crises hídricas

A falta de sustentabilidade e economia da água são fatores determinantes para o aumento das crises hídricas nos últimos anos. Segundo Maria Assunção Silva Dias, pesquisadora de Ciências Atmosféricas da USP, “Desde 1930, tivemos vários anos de precipitação bem abaixo da média, alguns deles seguidos”.  Essa afirmação ressalta a importância e a necessidade de termos uma prevenção com relação às crises hídricas, para que isso não se perpetue e não prejudique futuras gerações.

      • Redução de custos em indústrias, condomínios e agronegócios

A utilização da água residuária oriunda de efluentes nesses ambientes pode acarretar uma crescente redução de custos, visto que são locais nos quais a utilização da água em grandes volumes é crescente. 

Segundo os dados da Organização das Nações Unidas, a irrigação utiliza 70% da água disponível no mundo. Além disso, para se produzir uma camisa de fibra natural ou algodão gasta-se em média 2.500L de água, sendo que no mês esse gasto é cada vez mais expressivo.

      • Trabalho em conjunto com o Marketing Verde

A defesa e a compra de produtos em empresas que trabalham com o Marketing Verde possui reconhecimento frequente pelos consumidores, fazendo com que priorizem comerciantes e estabelecimentos que trabalhem em conjunto com a sustentabilidade. Dessa forma, o reuso de efluentes serve como um dos principais pilares para que esse diferencial se implemente e passe a atrair consumidores mais conscientes.

Segundo Roberto Civita, em entrevista para a Revista Exame, cerca de um terço das companhias analisadas vinculam a remuneração variável de seus executivos à metas ambientais e sociais. Esse número representa um aumento cada vez maior da valorização com a preocupação ambiental, e ela vai muito além de uma ideia. Assim, é necessário a aplicação desses conceitos, desde a compreensão do que é a Análise de Efluentes à aplicação da mesma em indústrias, condomínios e afins.

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As amostras devem ser testadas em relação aos fatores que foram considerados mais importantes para o produto em questão, como por exemplo, acidez, perda de sabor, nível de deterioração por microrganismos, etc. Se os testes mostrarem que o prazo preliminar está incorreto, deve-se fazer um ajuste.

Também é de extrema importância que o estudo de vida-de-prateleira seja repetido depois que quaisquer mudanças forem feitas na produção, no ambiente de processamento ou na formulação do produto.

O monitoramento do produto deve ser feito continuamente para assegurar sua segurança e qualidade ao longo de toda a vida-de-prateleira.​

Por fim, realizar um estudo e determinação de vida-de-prateleira de um produto vai muito além de apenas se especificar um prazo de validade a ser informado na embalagem.

Realizar o estudo de vida-de-prateleira significa obter o total conhecimento das propriedades do alimento (incluindo quais são seus componentes, seus nutrientes, sua acidez, sua qualidade microbiológica, entre outros), obter o completo conhecimento das reações que nele ocorrem ao longo do tempo e também o entendimento de como o meio em que este alimento está estocado pode afetar sua qualidade.

E assim, com todo esse estudo, você pode saber também o que fazer para aumentar a durabilidade do seu produto.