Qual o Futuro do Mercado de Petróleo?

Qual o Futuro do Mercado de Petróleo?

Prever o futuro do petróleo, uma comodity de suma importância entre transações internacionais, não é uma tarefa simples. A dificuldade se dá pelas diversas variáveis que esse mercado está condicionado, além das dimensões colossais que tais variáveis são capazes de atingir.

 

O futuro da indústria do petróleo depende de um vasto estudo sobre a geopolítica mundial, interpretando relações entre países – produtores, exportadores e importadores desse produto– como também a progressão dessas relações ao longo do tempo.

Além disso, é importante um estudo e uma interpretação perspicaz da economia mundial, entendendo a demanda das potências globais por energia fóssil e a vazão da produção de petróleo mundial (Lei da oferta e da procura).

A Pandemia no Mercado de Petróleo

A pandemia do Coronavírus, iniciada em 2020, mas que teve muitos impactos futuros, afetou todos os aspectos da sociedade mundial, e o mercado petrolífero não ficou imune às mudanças proporcionadas por ela. Uma clara exemplificação disso foi a redução significante da demanda por combustível para transporte. 

Como o mundo passava por um isolamento social, havia menos automóveis na rua, bem como um menor tráfego aéreo, o que reduzia o consumo de óleo. Além disso, algumas linhas de produção industrial de várias potências mundiais, como a China, que muitas vezes utiliza petróleo como fonte energética na produção, foram paralisadas. 

Para tentar compensar o desbalanço entre oferta e demanda, a OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo – tentou reduzir a produção do óleo bruto, mas, por falta de acordo entre as partes da organização em relação a essa diminuição, o preço do barril do petróleo despencou em 2020.

A Oscilação do Preço do Barril de Petróleo

Para analisarmos o preço do barril de petróleo, primeiro é necessário pontuar que, na atualidade, o petróleo é mais do que um produto, é um investimento. Por isso, seu valor é influenciado por recessões, guerras, descobertas e muitos outros fatores. 

Na cotação Brent, principal referência de cotação de petróleo para a Europa e Brasil, o preço do barril (que equivale a, aproximadamente, 159 litros) foi de cerca de U$ 130,00 em meados de 2008 para U$ 45,00 no fim do mesmo ano, o que mostra como a crise de 2008, nos Estados Unidos, impactou esse mercado. Exemplo similar é o de 2020, pelos motivos explicados anteriormente, quando o barril foi cotado a U$ 22,00 em março, valor que não atingia desde 2003. 

Desde então, a cotação subiu bastante e entre 2022 e 2023, o preço do barril se manteve relativamente estável, na faixa dos U$ 80,00 e U$ 110,00. Por esses altos e baixos, esse mercado se mostra volátil, mas muito adaptável, característica que tende a se manter a longo prazo.

A interferência da Geopolítica e Economia Mundial

As relações entre as potências mundiais também têm alto impacto na indústria do petróleo, porque o fluxo mundial dessa commodity depende das tensões e das parcerias que essas potências formam. A China, em especial, tem um papel fundamental no mercado petrolífero, pois é a nação que mais importa essa commodity, além de ser a segunda maior consumidora, perdendo apenas para os EUA. Por ser epicentro da pandemia, a economia chinesa sofreu uma grande recessão, fator que diminuiu muito a demanda mundial por petróleo em 2020 e 2021. Porém, a economia chinesa se recuperou além das expectativas em 2023 e aumentou as projeções do preço do barril para a cotação Brent. 

O conflito do Leste Europeu, entre Rússia e Ucrânia, também impactou o mercado do petróleo. Isso acontece porque a Rússia, segunda maior exportadora de petróleo, sofreu sanções dos EUA, o que prejudicou sua exportação e aumentou o preço do barril, porque a oferta pela commodity diminuiu. Assim, a Rússia se voltou para a China, que está em recuperação e precisa aumentar as importações, para conseguir vender o combustível. Enquanto isso, a Arábia Saudita, maior exportadora dessa commodity, está tentando reduzir a produção para balancear a oferta e a demanda mundial, a fim de alavancar o preço do barril. 

No meio desse jogo diplomático, também está o Brasil, que funciona como um fornecedor estratégico de petróleo, uma vez que possui limitações em relação à refinaria nacional e grandes reservas petrolíferas, muitas ainda inexploradas, o que resulta em um excedente exportável. Sua maior parceira comercial é a China, que importou 84 milhões de barris brasileiros entre janeiro e abril de 2023. 

 

Plataforma P-51, Brasil

O Petróleo Irá Acabar?​

Enquanto o senso comum busca formatar a ideia de que o petróleo se extinguirá, a realidade vem se mostrando diferente das previsões. A revista Super de junho de 1993, por exemplo, estimou que as reservas petrolíferas durariam, aproximadamente, mais 70 anos, devido à exploração exacerbada desde a Segunda Revolução Industrial. 

O argumento, de fato, faz sentido; todavia, na época, nem todas as reservas existentes já tinham sido descobertas, como é o caso da região da Margem Equatorial do Brasil, onde estima-se encontrar mais de 30 bilhões de barris de petróleo, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). 

Portanto, é bem mais provável que a demanda por petróleo diminua em proporções maiores do que sua oferta, já que a busca por energias sustentáveis está aumentando. 

 

“A idade da pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petróleo chegará igualmente ao fim, mas não por falta de petróleo”

Xeque Yamani, Ex-ministro do Petróleo da Arábia Saudita

 

E as Tentativas de Diminuição de Emissão de Gases Poluentes?​

A busca por energias sustentáveis, pauta que cada vez cresce mais nas conferências internacionais, de fato, é um fator que, a princípio, pode ameaçar o gigantesco mercado de petróleo. Uma boa métrica para verificar o crescimento da preocupação com o meio ambiente é a quantidade de carros elétricos nas ruas do planeta. 

Segundo um artigo da Insper, em 2022 foram vendidos aproximadamente 10 milhões de carros elétricos, contra 6,5 milhões em 2021 e 2 milhões em 2020. Em contrapartida, até 2022, a frota de eletrificados correspondia a apenas 1,7% da frota mundial: 25 milhões de eletrificados contra 1,47 bilhão no total. 

Além desse gap que ainda existe entre combustível fóssil e energias sustentáveis, é muito improvável que o petróleo e seus derivados sejam substituídos completamente por essas matrizes, já que a diversidade energética será muito importante em um planeta com uma população que pode superar os 9 bilhões no meio do século. A demanda mundial por petróleo pode atingir 110 milhões de barris até 2045, segundo previsão do Secretário-Geral da OPEP, reportada na CNN. Por isso, o petróleo ainda vai fazer grande parte da matriz energética mundial.

Portanto, o mercado petrolífero mostra-se ainda com muito potencial, tendo em vista sua adaptabilidade, sua influência na economia e na política mundial e a capacidade de fornecer energia que ainda tem. Mesmo assim, é natural que o mercado sustentável, a longo prazo, supere o mercado petrolífero, mas este não deixará de ter sua relevância. 

 

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PRODUÇÃO DE CERVEJA: ETAPAS, CARACTERÍSTICAS E A QUÍMICA DA CERVEJA

Conheça na íntegra o processo de produção de cerveja em todos os seus aspectos, desde a escolha dos ingredientes e do padrão desejado até as etapas da produção.

 

Você sabe como é o processo de produção da cerveja? Ok, você talvez até saiba, mas você conhece os parâmetros necessários para fazer cada tipo específico de cerveja? Tem curiosidade a respeito da química envolvida na sua fabricação? 

Nesse texto iremos abordar todos esses assuntos que circundam a nossa querida “breja”, sanando as dúvidas mais comuns dos consumidores e dos produtores de cerveja e instruindo aqueles que já a fabricam ou que pretendem começar neste negócio. A partir disso, iremos tratar dos seguintes tópicos:

 

      • A matéria-prima para a produção de cerveja;

      • Fatores que influenciam no sabor, aroma e aparência;

      • As especificidades da água;

      • Diferentes classificações do malte;

      • As formas do lúpulo mais comuns;

      • Fermento: importância e uso;

      • As etapas da produção de cerveja;

      • A bioquímica do processo de produção;

A matéria-prima da produção de cerveja

A lei de pureza alemã (Reinheitsgebot) de 1516 determina que para fabricar cerveja os três ingredientes permitidos são água, malte e lúpulo. Na época, os alemães ainda não tinham conhecimento sobre a levedura, a qual certamente incluiríamos nessa lei se atualizássemos nos dias atuais.

Dessa forma, esses ingredientes são considerados como a “fórmula básica” da produção de cerveja e tanto a água quanto o malte e o lúpulo têm sua seleção de acordo com o resultado que se deseja, assim como existem orientações de especificações para cada um desses componentes, que veremos nos próximos tópicos ao longo do texto.

Além desses ingredientes, é possível incluir outros com o objetivo de diversificar o produto final, como a adição de ictiocola, irish moss, carragenina, polyclar, por exemplo, que é muito utilizada para clarificar a cerveja e até mesmo gelatina. A adição de açúcares ao produto também é comum, a fim de melhorar e intensificar o sabor.

Fatores que influenciam no sabor, aroma e aparência ​

Uma pergunta que pode surgir: como é possível somente quatro ingredientes serem responsáveis por quase toda a variedade de cerveja que conhecemos?

A resposta é que cada um deles possui variedades com processos de preparo e quantificação de maneiras diferentes. Assim, os fatores que comumente influenciam no resultado são o tempo e a maneira de acrescentar e processar os componentes na mistura.

Outros aspectos marcantes e característicos da cerveja são a sensação na boca, a força e a densidade, onde se relacionam diretamente com a amargura, o azedume da bebida, a intensidade do sabor e textura do líquido, que são provenientes dos tipos de ingredientes e da metodologia de processamento.

É interessante ressaltar que a qualidade dos produtos é um diferencial. Dessa forma, é fundamental prezar por alimentos de alto padrão para obter um resultado de maior qualidade e, assim, evitar substitutos mais baratos e de padrão secundário é uma escolha inteligente a se fazer quando um resultado fiel à proposta de sua cerveja é o principal desejo.

As especificidades da água

A água, por representar mais de 90% da matéria-prima constituinte da cerveja, é um fator de enorme importância. Dessa forma, a qualidade da água, assim como os demais ingredientes precisa ser de excelência. Por isso, é crucial utilizar uma fonte confiável de água para a produção de cerveja ou então fazer a correção laboratorial da água potável comum, afinal as especificidades da água podem influenciar diretamente em aspectos da cerveja, como veremos a seguir: a influência do pH e dos íons.,

Influência do pH

O parâmetro principal para a água utilizada na produção é seu pH, cuja sua escala vai de 0 a 14, onde 0 é o extremo ácido, 14 é o extremo alcalino e 7 é o valor de neutralidade. Este, deve estar entre 6,5 e 7,0, ou seja, levemente ácido, pois um pH alcalino pode acarretar na dissolução de algumas substâncias presentes no malte e nas cascas.

O pH ácido, além de evitar a degeneração do malte, contribui para maior atividade enzimática na etapa de mostura, proporcionando um rendimento maior de maltose. Além disso, é importante lembrar que apesar dessas informações, o tipo de cerveja alvo irá ditar qual o pH de fato ideal para a produção.

Determinar o pH da água pode ser feito facilmente por um medidor de pH digital, kits de medidor de pH para piscinas ou mesmo checar o relatório de qualidade da água distribuída em sua cidade ou região são opções viáveis. Então, se a água estiver alcalina, uma alternativa é utilizar um malte acidificado na etapa de mosturação.

Presença de íons

  • A água pode apresentar íons que afetam seu pH, tendo assim duas classificações: água dura e água mole. Indica-se a água dura para a produção de cervejas escuras por conter pH mais alto e concentração de íons (cálcio, magnésio, bicarbonato…) maior. Da mesma forma, a água mole se adequa melhor para a produção de cervejas pilsen, com pH mais baixo e menos íons dissolvidos. Portanto, é importante avaliar as características da água por meio de uma análise de dureza da água, que determina a quantidade de íons presentes na mesma e é um fator determinante para o resultado final.

Características do malte e sua produção

O malte é a fonte de amido da cerveja, ou seja, o ingrediente fermentável, sendo os grãos como milho, arroz, trigo, aveia, cevada, centeio e sorgo são opções populares e a cevada o mais comum. Este último grão é maltado por imersão em água através da germinação e depois da secagem. Já o sorgo vem ganhando muito espaço ultimamente para fabricação de cerveja sem glúten para pessoas alérgicas.

Através da maltagem, os grãos produzem enzimas que convertem o amido em açúcares fermentáveis. Logo em seguida, é preciso moer, descascar e dividir em pedaços os grãos sendo possível reaproveitar as cascas na etapa de brassagem, atuando como filtro natural para a lavagem, quando é feita a separação dos resíduos insolúveis dos grãos e o mosto.

Para cervejarias pequenas e cervejeiros independentes, é interessante utilizar o extrato de malte. Esse extrato é o mosto concentrado de malte moído e misturado com lúpulo e enzimas, cuja vantagem de sua utilização é pular as etapas de moagem, mosturação e separação do bagaço, economizando tempo e dinheiro.

O segredo para obter variedades de malte e de cores, sabores e densidade nas cervejas, é utilizar diferentes tempos e temperaturas no processo, apesar de haver uma quantidade fixa de 200 gramas para 1 litro de cerveja que geralmente se utiliza. Sendo assim, o malte pode ter sua classificação tanto quanto à cor quanto à quantidade no produto final, e existem dois grandes grupos: maltes base e maltes especiais.

Classificações do malte

Os maltes base possuem o maior potencial enzimático e de extrato. O Château Pilsen é um malte claro para fazer cervejas Pilsen, o Château Peated defumado é um malte pilsen que no final da maltagem é defumado. Já o Château Vienna tem um sabor mais forte e adiciona aroma de caramelo e uma cor mais dourada à cerveja. Por fim, o Château Pale Ale também adiciona cor dourada à cerveja, e geralmente se combina com Pilsen para ter um sabor mais marcante.

Os extratos de malte não possuem cor definida e podem ser em pó ou líquido. O Château Wheat Blanc (trigo claro), por exemplo, dá estabilidade à espuma da cerveja e a deixa encorpada. Por sua vez, o Château Munich Wheat (trigo escuro) deixa a cerveja mais gasosa e com um aroma semelhante ao Ale e tem um sabor mais forte, entretanto, apesar do nome, sua cor não é necessariamente escura.

Os maltes especiais contribuem com características únicas e possuem quase nenhum potencial enzimático. Assim, os principais maltes desse grupo são os caramelos (que deixam a cerveja mais doce) e os torrados (que dão um aroma de café). O Château Munich Light e Château Munich promove um dourado alaranjado e espuma estável, já o Château Melano Light e Château Melano deixam a cerveja avermelhada, estável e de sabor maltado intenso.

O Château Cara dá sabor de caramelo e aroma de toffee, possuindo cor dourada. Suas variações Blond, Ruby e Gold representam coloração âmbar claro, intermediário e escuro, respectivamente; o Château Abbey proporciona um sabor forte de pão assado, frutas e nozes, levemente amargo; o Château Chocolat dá sabor torrado de nozes e coloração castanha à cerveja e o Château Special B dá coloração de vermelho a castanho escuro.

As formas utilizáveis do lúpulo

O lúpulo (Humulus lupulus) é uma planta da família Cannabaceae, típica da Europa que se desenvolve bem com um clima frio e luz solar presente. Na produção de cerveja o lúpulo é responsável pelo sabor único e amargo da cerveja, trazendo a identidade do sabor da mesma. Além disso, ele atua como um conservante natural fazendo a retenção da espuma e auxiliando na remoção de proteínas indesejadas.

O lúpulo contém também o ácido alfa, que dá o amargor à cerveja e define o teor de amargura na bebida. A maioria das formas comercializadas do lúpulo possuem um padrão da quantidade dessa substância, facilitando assim a escolha do tipo de lúpulo para a produção.

As principais formas no mercado do lúpulo são: em flor, pellets T-90, pellets T-45, extrato e essências. Primeiramente sobre a forma em flor, é considerada 100% natural, porém não é ideal para estocagem e é a mais ineficiente para fabricação de cerveja. Já as pellets T-90 e T-45 são parecidas; ambas são lúpulos em flor que passam por um moedor e prensa, sendo melhores para armazenagem. O T-90 não possui padrão no teor de ácido alfa; já o T-45 apresenta este padrão.

Há também formas mais recentes de comercialização, que são os extratos e essências. O extrato é uma forma líquida de lúpulo sem resinas. Já as essências consistem-se em óleos do lúpulo, com seus componentes refinados, concentrados e são considerados bons pela facilidade de estocagem e por possuirem um bom prazo de validade. Sendo assim, cada vez mais, essa modalidade vem ganhando espaço no ramo cervejeiro.

A classificação do lúpulo é possível de acordo com o sabor que promovem na cerveja: amargor, aromático e dual. O amargor possui teor bem elevado de ácido alfa; Já os aromáticos possuem teor baixo desse ácido e promovem um aroma bem agradável à cerveja. O dual são lúpulos versáteis, que representam uma mistura do amargor com o aromático. Por conta disso, geralmente é indicado qual dessas duas características é a predominante.

Fermento: importância e uso

O fermento ou levedura é um micro-organismo que irá realizar o processo de fermentação da bebida. Nesse importante processo, os açúcares do mosto são consumidos para que seja produzido o álcool e o gás carbônico. Dessa forma, esse ingrediente é responsável por determinar o teor alcoólico da cerveja produzida.

Para que a fermentação tenha excelência e corresponda às expectativas, alguns fatores são considerados ideais no processo. O principal, é a temperatura, pois determina a velocidade das reações e a forma de ocorrência das mesmas. Com isso, é possível obter uma variedade de cerveja no aspecto do teor de álcool presente.

Sobre a levedura de cerveja, pode ser dividida em 2 grupos principais: de baixa fermentação (lagers) e de alta fermentação (ALE). O de baixa fermentação atua na parte inferior do fermentador e trabalha na faixa de 9ºC a 13ºC. Já o de alta fermentação age na parte superior, trabalhando na temperatura entre 18ºC e 24ºC.

Quais são as etapas da produção de cerveja?

A produção de cerveja possuem diversas etapas que vão desde a preparação dos ingredientes até a embalagem. O conceito da fabricação da bebida é a conversão da fonte de amido em mosto, um líquido açucarado que se submete à fermentação. As etapas são as seguintes: maltagem, brassagem, fervura, resfriamento, fermentação, condicionamento e embalagens.

Maltagem, Brassagem e Fervura

Na maltagem ocorre a preparação dos grãos da fonte de amido determinada (cevada, trigo, milho). Primeiro, o produtor deve pô-los de molho por 40 horas. Depois, os espalha para um repouso de 5 dias. Por fim ocorre a secagem, onde os grãos têm uma exposição gradual a altas temperaturas no forno. Ao final, os grãos chamam-se “malte”.

Na brassagem ocorre a conversão dos amidos do malte em açúcares para a fermentação. As enzimas convertem os amidos em açúcares simples, processo chamado sacarificação, cujo é o mosto, líquido açucarado que é então drenado. Antes da drenagem indica-se realizar um mashout: aumentar a temperatura até 75ºC para desativar as enzimas.

Na fervura ocorre a esterilização do mosto e a adição do lúpulo. O calor da fervura coagula as proteínas do mosto e diminui seu pHeliminando sabores indesejados. Esta dura entre 15 e 120 minutos e quanto maior o tempo da ebulição, mais amarga a cerveja será. Lúpulos de amargor permanecem em fervura no início durante uma hora, e os de aroma, no fim por 15 minutos.

No final da fervura pode-se realizar um processo para clarificar o mosto e reter compostos do aroma do lúpulo. Geralmente se faz o whirpool ou o hopback. Então, é hora do processo de resfriamento do mosto para a temperatura de fermentação (entre 20º e 26º C). Para isso, utiliza-se trocadores de calor de placas e adiciona-se oxigênio ao mosto resfriado.

Fermentação, Condicionamento e Embalagem

Depois do resfriamento e oxigenação, ocorre a fermentação do mosto. A fermentação pode ocorrer em tanques de variados tipos e deve ser feita em ambiente sem oxigênio. Os açúcares e carboidratos do malte, na presença de leveduras e/ou bactérias, irão produzir tanto álcool quanto dióxido de carbono. O tempo da fermentação deve ter seu controle de acordo com o teor alcoólico desejado.

Após a primeira fermentação é feito o condicionamento, isto é, o envelhecimento da cerveja. Dependendo do tipo, o tempo de maturação pode levar de semanas a anos. É importante mudar o recipiente da cerveja para cessar o contato com levedura morta e evitar sabores indesejados e acetaldeídos, que são prejudiciais à saúde.

Há algumas modalidades de envelhecimento, sendo elas: fermentação secundária, em garrafa, lagering e krausening. Na fermentação secundária, grande parte da levedura restante é depositada no fundo do fermentador, tendo como resultado uma cerveja mais clara. Já na fermentação em garrafa acontece a carbonatação natural, proveniente do gás carbônico resultante da fermentação que fica preso na garrafa.

No processo de lagering, matura-se a cerveja em temperaturas de congelamento durante alguns meses, dependendo do resultado desejado. A lager então, é uma cerveja mais suave e a mais comum no mercado. O processo de krausening consiste em adicionar mosto que está fermentando à cerveja já finalizada. A levedura irá fermentar a cerveja finalizada e ocorrerá carbonatação.

Por fim, se faz a embalagem da cerveja. As embalagens mais comuns são em latas de alumíniobarris e garrafas de vidro. Boa parte das cervejas passam pela etapa de filtração e ocorre clarificação, geralmente quando são embaladas em garrafas ou latas. Quando ocorre maturação em garrafa, não há filtração e a cerveja carrega restos de levedura que não foi fermentada.

A bioquímica por trás da produção de cerveja

Basicamente, há uma transformação sequencial dos carboidratos dos grãos de cereais em álcool através da atuação das leveduras. Quimicamente, isso significa degradar os polissacarídeos amilose e amilopectina em glicídios menores maltose e glicose e a então fermentação alcoólica por enzimas glicolíticas das leveduras.

Na formação do malteas sementes dos cereais sofrem germinação e as enzimas que degradam os polissacarídeos se produzem. Esses dois processos se interrompem com o aquecimento. As principais enzimas que constituem o malte são: α- e β-amilasescelulase α-glicosidase, que atuam como catalisadores, respectivamente, das reações de degradação do amido, da celulose e das ligações glicosídicas.

Na preparação do mosto, o malte em água se torna propenso à ação das enzimas hidrolíticas na amilose, amilopectina e celulose dos grãos, formando assim os glicídios simples e solúveis em água. Com a fervura, a degradação enzimática se encerra. Ao se adicionar as leveduras para fermentação, as células crescem e se multiplicam através da energia do metabolismo aeróbico dos glicídios simples, principalmente no ciclo de Krebs.

A fermentação ocorre depois do consumo de todo o oxigênio dissolvido no mosto. Ao alterar o metabolismo de aeróbico para anaeróbico, a levedura consome os piruvatos dos glicídios simples produzindo etanol e gás carbônico. O pH, a quantidade de glicídios restantes e a concentração do álcool  controlam essa etapa.

A regulagem da quantidade de espuma da cerveja ocorre durante a ação das enzimas proteolíticas na fase de maltagem. É importante que haja um grande controle, pois a atividade enzimática em excesso deixa a cerveja “choca” (com pouca espuma), e a baixa atividade deixa-a turva quando gelada. Para isso, uma alternativa é utilizar enzimas proteolíticas exógenas (isto é, provenientes de ingredientes descartados na produção de cerveja).

Malte, lúpulo... ação!

Agora que você sabe tudo sobre o processo de fabricação de cerveja, que tal conhecer mais sobre os outros aspectos que atribuem as características únicas à essa bebida tão querida no Brasil e no mundo?

Continue acessando o nosso blog e dê uma olhada nos seguintes textos:

– Cerveja: a maior invenção do homem

– O mercado da cerveja

– Concentração do mercado de cerveja no Brasil e as Microcervejarias

 

Escrito pela Gestão de 2017 e revisado por Milena Ferreira de Azevedo

 

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Rotulagem Nutricional: Uma Aliada Para Impulsionar Vendas

ROTULAGEM NUTRICIONAL: UMA ALIADA PARA IMPULSIONAR VENDAS

Você sabe as substâncias que estão presentes no alimento que você vende? Você conhece as determinações da Anvisa a respeito da rotulagem nutricional? Entenda como rotular o seu alimento pode atrair clientes e alavancar o seu negócio alimentício!

A origem e os pilares da Rotulagem Nutricional no Brasil

A rotulagem nutricional no Brasil surgiu como o meio mais eficiente de informar a população acerca dos alimentos e bebidas que consomem, ao mesmo tempo que estimulou práticas alimentares e estilos de vida saudáveis, sendo uma solução que foi elaborada estrategicamente pela Política Nacional de Alimentação. Essa ação teve o objetivo de reduzir índices alarmantes revelados pelo Ministério da Saúde, como doenças crônicas associadas a maus hábitos alimentares.

ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) regulamentou a rotulagem nutricional em 2001. Através de duas Resoluções, RDC nº 39 e RDC nº 40, a ANVISA estabeleceu as bases para a rotulagem: a Tabela de Valores de Referência para Porções de Alimentos e Bebidas Embalados e o Regulamento Técnico para Rotulagem Nutricional Obrigatória de Alimentos e Bebidas Embalados.

Depois, em 2003, essas resoluções foram atualizadas e melhoradas para se alinharem às normas do Mercosul, formando as regras para rotulagem nutricional. O Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados (RDC 360/03) tornou-se a  nova resolução. Ela mantém a rotulagem obrigatória e tem como objetivo a atuação em benefício ao consumidor.

Publicaram em 2003 uma outra resolução denominada Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional (RDC 359/03)Através dela, as porções indicadas nos rótulos dos produtos devem ser feitas com base numa dieta saudável de 2000 kcal, de forma a padronizar esse valor com os outros países do Mercosul. 

Entendendo as normas da ANVISA para rotulagem nutricional e seus desdobramentos

Em dezembro de 2003, houve a publicação da RDC 360/03, norma da ANVISA que fala sobre rotulagem, onde, descreve que a informação nutricional obrigatória em todos os alimentos e bebidas embalados será mantida. Dessa maneira, as empresas teriam até 31 de julho de 2006 para se adequar às novas regras. Sendo assim, os fabricantes desses produtos deveriam se atentar a determinadas condições para rotular sua produção de forma adequada. 

Com essa norma, as orientações para rotulagem obrigatória dos produtos focam especificamente nas informações nutricionais. Dessa forma, fica mais fácil produzir um rótulo eficiente e de acordo com a norma, visando, em primeiro lugar, o bem estar do consumidor. Além disso, há alguns produtos que passaram a não ser regulamentados por essa norma, os quais veremos a seguir.

Os produtos que não precisam apresentar rotulagem nutricional 

A nova resolução, utilizada atualmente, dispensou alguns produtos da rotulagem nutricional obrigatória. São eles:

    • Águas minerais e demais águas destinadas ao consumo humano;
    • Bebidas alcoólicas;
    • Os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia;
    • As especiarias (ex.: pimenta do reino, cominho, canela, etc.);
    • Os vinagres;
    • Sal de cozinha (cloreto de sódio);
    • Café, erva mate, chá e outras ervas sem adição de outros ingredientes;
    • Os alimentos preparados e embalados em restaurantes e estabelecimentos comerciais, prontos para o consumo, como por exemplo, sanduíches embalados, sobremesas do tipo flan ou mousses ou saladas de frutas e outras semelhantes;
    • Os produtos fracionados nos pontos de venda a varejo, comercializados como pré-medidos. Alimentos fatiados como queijos, presuntos, salames, mortadelas, entre outros;
    • As frutas, vegetais e carnes in natura, refrigerados ou congelados;
    • Produtos que possuem embalagens com menos de 100 cm² (esta dispensa não se aplica aos alimentos para fins especiais ou que apresentem declarações de propriedades nutricionais).

 

Informações obrigatórias no seu rótulo

As informações mais importantes e mais procuradas de um rótulo de alimento ou bebida são seu valor calórico e as quantidades das substâncias presentes, portanto, a apresentação da quantidade de calorias, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar, sódio, outros minerais e vitaminas é obrigatória. 

Ademais, vitaminas e outros minerais farão parte do rótulo, obrigatoriamente, caso haja alguma referência ou declaração sobre estes nutrientes na embalagem. Cálcio, ferro e colesterol, caso possuam quantidade superior a 5% da Ingestão Diária Recomendada (IDR), orienta-se que sejam apontados no rótulo, porém não é obrigatório. As quantidades por porção de todas as substâncias devem ser registradas obrigatoriamente no rótulo. 

Além disso, o rótulo deve mostrar como aquela porção de alimento impacta no total de nutrientes que devemos consumir por dia, ou seja, o percentual de nutrientes necessários por dia que estamos ingerindo (baseado numa dieta de 2000 kcal diárias). Este dado, chamado Percentual de Valor Diário (denotado por %VD) é uma ótima forma de determinar tanto exageros no consumo de determinada substância quanto a qualidade daquele produto para seu organismo. 

Outras informações

Outras informações fundamentais e obrigatórias para a embalagem de seu alimento ou bebida estão abaixo listadas:

    • Nome do produto;
    • Lista de ingredientes, escritos em ordem decrescente de quantidade;
    • Conteúdo líquido: quantidade ou volume que o produto apresenta;
    • Identificação do país de origem da produção;
    • Identificação do lote de fabricação;
    • Prazo de validade: para produtos com duração mínima inferior a 3 meses, deve ser informado o dia e mês de vencimento. Já para produtos com duração mínima superior a 3 meses, deve ser informado o mês e o ano de vencimento;
    • Instruções para uso, caso necessário;
    • No caso de produtos importados, todas as informações dispostas acima devem estar escritas em português.

O que você precisa para deixar o seu produto mais profissional?

Atualmente, a sociedade está cada vez mais preocupada com os produtos que consome e com o seu impacto nos hábitos alimentares e para gerar valor ao produto e conseguir credibilidade com o público, você precisa atender as exigências dos clientes, para diferenciá-lo do mercado. Logo, a tabela nutricional é essencial para isso, porque hábitos mais saudáveis estão sendo cada vez mais adotados pelos consumidores.  

Porém, apenas as informações nutricionais não são suficientes para ter um produto com alto grau de profissionalismo. Nesse sentido, saber o tempo de duração é uma informação valiosa para alcançar esse objetivo assim como a rotulagem. O Shelf Life analisa o produto a fim de calcular quanto tempo ele pode ser armazenado sem perder suas características e estar apto para consumo. Essas duas características e as outras informações listadas no tópico anterior são essenciais para ter um produto profissional e aumentar sua credibilidade

O impacto da rotulagem nutricional nas suas vendas 

Fazer a rotulagem nutricional do alimento ou bebida que você vende é essencial para atrair clientes. Mas por quê? Simples: um produto com informação nutricional, além de demonstrar que segue as regulamentações da ANVISA, ajuda o consumidor na sua escolha e inspira confiança. 

Além disso, é sempre importante estar em dia com as normas da ANVISA para possuir um produto regularizado e que, acima de tudo, não ameace a saúde da população. No início deste texto, observou-se que a rotulagem nutricional tem como função principal fomentar o consumo saudável e consciente das pessoas. Então, seguir as regras a risca para contribuir com essa ideia é essencial. 

Como fazer a rotulagem nutricional do seu produto?  

Ok, agora você já sabe absolutamente tudo que precisa para rotular seu produto. O próximo passo, então, é procurar esse serviço! 

Dessa forma, é importante estar atento na hora de escolher a empresa que irá realizar esse serviço. A realização do mesmo deve estar pautada nas resoluções atuais da ANVISA. Caso contrário, o seu rótulo pode estar desatualizado ou com informações erradas, dificultando inclusive a comercialização do mesmo. 

 

Escrito pela gestão de 2016 e revisado por Bruna Toledo e Helena Flora.

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Segurança Alimentar – Priorize a Saúde da População

SEGURANÇA ALIMENTAR: PRIORIZE A SAÚDE DA POPULAÇÃO

A segurança alimentar da população é uma responsabilidade do mercado alimentício. Nesse sentido, as etapas na fabricação de alimentos devem assegurar que estes não ofereçam risco de contaminação aos seus consumidores, fornecendo uma melhor qualidade aos produtos.

Dessa forma, quando algum procedimento é realizado sem seguir todas as práticas de higiene, este pode influenciar diretamente na saúde dos consumidores, pondo em risco a segurança alimentar, e prejudicando a população.

Segundo a
Biblioteca Virtual em Saúde, estima-se que, no mundo, uma em cada dez pessoas adoecem, e 420 mil pessoas morrem a cada ano após consumir alimentos contaminados.

Sendo assim, analisar se seu estabelecimento segue as normas para garantir a segurança alimentar dos seus consumidores tem se tornado essencial.

IMPACTO NO EMPREENDIMENTO: FALTA DE SEGURANÇA ALIMENTAR PODE ESPANTAR SEUS CLIENTES

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, o setor alimentício cresceu 0,8% em faturamento no primeiro semestre de 2020. Em outras palavras, a Pandemia impactou de forma significativa esse setor, desde grandes indústrias estabelecidas no mercado até pequenos negócios.

Por consequência, os empreendimentos precisaram modificar suas práticas para atender a crise atual. Entre elas, se destaca o crescimento do delivery, que segundo o SEBRAE foi responsável pelo aumento de 92% do faturamento das empresas que se adaptaram a este modelo.

Entretanto, muitos empreendimentos fecharam devido ao grande impacto financeiro, intensificando a preocupação com a saúde e com os alimentos.

Portanto, garantir as condições higiênicas e sanitárias dos estabelecimentos se tornou ainda mais essencial para manter as portas abertas e atrair clientes pela segurança.

QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS ALIMENTARES NA SAÚDE?

De acordo com o citado acima, em cada ano, cerca de uma em dez pessoas no mundo adoece por ingerir alimentos contaminados. Antes de tudo, os que manipulam o alimento, da colheita ao prato de comida, têm a responsabilidade de mantê-lo seguro.

Ou seja, o modo como os funcionários manuseiam o alimento influencia diretamente na saúde públicaCom essa preocupação, a ANVISA descreve o Manual de Boas Práticas, que traz orientações de higiene que auxiliarão no controle de qualidade. 

Em suma, ter um controle de qualidade é importante pois tem o objetivo de evitar que a população consumidora adquira qualquer enfermidade. Contudo, um grande agravante que tem causado doenças transmitidas por alimentos é a contaminação cruzada

CONTAMINAÇÃO CRUZADA NOS ALIMENTOS

Segundo a ANVISA, a contaminação cruzada ocorre quando há a transferência microrganismos entre alimentos através do contato com superfícies, utensílios, equipamentos ou pelo seu manipulador. 

Na prática, a contaminação ocorre quando há falta de higiene com alimentos e todas superfícies de contato com eles. Por consequência, associadas à falta de higiene, outras ações que causam a contaminação são:

    • Utilizar utensílios mais de uma vez em alimentos crus, cozidos ou vegetais.
    • No armazenamento de alimentos diferentes no mesmo recipiente.
    • Manipular alimentos e ter contato com áreas do próprio rosto.
    • Armazenar alimentos em temperaturas inadequadas.

Como resultado, alimentos crus, ovos e carnes vermelhas, leite não-pasteurizado, carne mal cozida, frutas e vegetais são os grandes responsáveis por surtos de doenças transmitidas por alimentos no país.

Assim, esses alimentos podem carregar bactérias e vírus como a
Salmonella e Staphylococcus aureus, que são os principais agentes envolvidos nas intoxicações alimentares. Também, as causas de intoxicação e sua gravidade podem variar, porém há casos em que os pacientes são levados ao óbito.

IMPORTÂNCIA DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM ESTABELECIMENTOS

Tendo em vista que a manipulação de alimentos impacta diretamente na saúde pública, existe a necessidade de assegurar as condições sanitárias básicas dos estabelecimentos.

Como mencionado, o Manual de Boas Práticas de Fabricação, BPF, tem como objetivo assegurar que os requisitos essenciais de higiene sejam cumpridos.

Em síntese, as boas práticas, além de protegerem a saúde do consumidor, também possibilitam um ambiente de trabalho mais eficiente, contribuindo para eficácia do processo de produção, garantindo que o produto atenda às especificações de identidade e de qualidade, impactando diretamente na validade de seu produto.

COMO ESTAR DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO?

O conjunto de etapas na fabricação, considerando a produção, armazenamento ou comercialização, deve assegurar a qualidade do alimento, almejando a segurança dos consumidores. 

Essas etapas, como mencionadas anteriormente, são chamadas de Boas Práticas de Fabricação, BPF, que no Brasil, são obrigatórias segundo as normas da ANVISA, tais como:

    • RDC Nº 216, de 15 de setembro de 2004: Determina que serviços de alimentação devem dispor de Manual de BPF e POPs, documentos acessíveis aos funcionários envolvidos e disponíveis à autoridade sanitária, quando requerido.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP)

Como citado anteriormente, além do manual, o Procedimento Operacional Padrão, POP, também é um documento obrigatório. Em resumo, ele descreve as instruções sequenciais que devem ser seguidas durante a produção, armazenamento e transporte de alimentos. Segundo a resolução, quatro POPs são obrigatórios no manual:

    • POP de Higienização de instalações, equipamentos e móveis: Aborda o procedimento para realizar a higienização de forma específica para cada tipo de superfície. 
    • POP de Controle integrado de vetores e pragas urbanas: Contempla as medidas a serem tomadas para impedir a atração, o abrigo, o acesso e a proliferação de vetores e pragas urbanas. 
    • POP de Higienização do reservatório: Contém, de forma detalhada, as operações de higiene do reservatório de água.
    • POP de Higiene e saúde dos manipuladores: Contempla as etapas de manipulação direta ou indireta dos alimentos. Com efeito, a ausência ou não adequação ao Manual de BPF com os quatro POPs, pode resultar em advertências, multas, ou até mesmo o cancelamento do alvará.

ADAPTAÇÃO DO BPF ÀS NOVAS DEMANDAS DA SEGURANÇA ALIMENTAR

O Manual de Boas Práticas de Fabricação é um documento de extrema importância para garantir que a segurança alimentar do estabelecimento e das etapas de produção estão sendo feitas corretamente.

Dessa forma, para elaborar o BPF, são realizadas visitas técnicas a fim de estudar o estabelecimento e sua produção. No entanto, com a atual pandemia, essa prática precisou ser reestruturada, justamente para se adaptar à crise e manter a realização desse serviço de forma eficaz. E com isso, a visita remota substitui a etapa presencial, continuando a garantir sua segurança alimentar.

Por isso, tanto os consumidores quanto fornecedores devem conhecer e entender o papel do Manual de Boas Práticas de Fabricação no controle de qualidade e segurança alimentar. Em resumo, esse conhecimento é importante para que o consumidor entenda e possa exigir essas condições básicas de higiene no manuseio e nas etapas do processo. 

Sendo assim, para o estabelecimento, além de estar dentro das leis e transmitir segurança aos seus clientes, também otimiza seus processos, resultando na diminuição de suas perdas e do número de acidentes no processo. 

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Efluentes: Como Realizar Seu Tratamento

EFLUENTES: COMO REALIZAR SEU TRATAMENTO

Você sabe o que são efluentes? Conhece seus tratamentos? Saiba mais sobre a importância da análise e como ela auxilia na manutenção segura do meio ambiente.

 

O QUE SÃO EFLUENTES?

Efluentes são resíduos, líquidos ou gasosos, resultantes das atividades humanas e industriais, que são lançados na natureza. Cada efluente possui característica própria inerente à sua procedência, por isso são divididos em dois tipos: efluentes domésticos e efluentes industriais.

Ao despejá-los diretamente nos corpos d’água sem antes passar por tratamento, os efluentes de qualquer fonte de poluição causam sérios danos ao meio ambiente e à saúde humana, pois podem conter metais pesados, óleo e outras substâncias tóxicas, afetando gravemente a vida marinha como a de outras populações.

 

QUAIS SÃO SEUS TIPOS?

Efluentes Domésticos:

 As atividades e necessidades humanas em uma residência e que correm através da rede de esgoto geram esse tipo de efluente. Assim, grande parte dessa água escoa pelos ralos e retorna à natureza em forma de efluentes domésticos ou são levados para estações de tratamento.

De um modo geral, mesmo que seu potencial poluidor seja menor quando comparado a efluentes industriais, lançando-o na natureza sem o devido tratamento, os efluentes domésticos causam sérios danos ao meio ambiente, destruindo gravemente o ecossistema.

 

Efluentes Industriais:

Há produção desse rejeito durante o processo industrial em uma série de  empresas, quando restam resíduos líquidos que não podem mais ser aproveitados. Por existirem várias empresas que descartam esses efluentes, eles possuem tipos muito variados. Suas características químicas, físicas e biológicas variam de acordo com o ramo de atividade da indústria, operação e matérias-primas utilizadas.

Além da preocupação legal, cada vez mais as indústrias investem de forma proativa em soluções para os resíduos gerados. Esse “movimento verde” mostra que a adoção de políticas sustentáveis tem se intensificado no processo produtivo. 

Além de tudo isso, a melhora na eficiência das estações de tratamento é sinônimo também de economia para as empresas. Afinal, visa o potencial para redução de descarte de materiais e maior aproveitamento de matéria-prima. 

 

QUAIS SÃO SEUS TIPOS?

No Brasil, o CONAMA dispõe sobre condições, parâmetros, padrões e diretrizes para gestão do lançamento de efluentes em corpos d’água receptores. Essas condições estão nas resoluções e normas legislativas, como por exemplo a Resolução n° 430, de 13 de maio de 2011 que complementa a Resolução nº 357.

Vale lembrar também das legislações federais que regulamentam as proibições na relação entre empresas e o meio ambiente, como a  Lei da Política Nacional do Meio Ambiente.

 

Além disso, há diversas Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs) pelo Brasil. Essas estações são responsáveis pelo processo de limpeza dos efluentes para que estes retornem ao meio ambiente de uma forma menos agressiva e nociva à natureza:

      1. Pré-Tratamento

Esta etapa sujeita os efluentes a uma intensa separação de sólidos. Em geral, o gradeamento e a desarenação são os dois procedimentos que utilizam para isso.

Desse modo, realiza-se o gradeamento com a ajuda de grades metálicas que funcionam como uma barreira para os sólidos, retirando os sólidos de maiores dimensões. Já a desarenação tem a função de remover os flocos de areia através da sedimentação. Ou seja, os grãos de areia vão para o fundo do tanque por serem mais pesados, enquanto as matérias orgânicas vão para a superfície, por serem mais leves. 

      1. Tratamento Primário

Os processos físico-químicos iniciam o tratamento primário, que têm o intuito de remover os sólidos em suspensão, os materiais flutuantes e a matéria orgânica do efluente em tratamento.

Portanto, há a inserção de produtos químicos na água para neutralização dos íons. E, em seguida, ocorre a floculação do efluente. Após essa floculação, a água passa pela decantação primária, que por sua vez separa o sólido (lodo) e o líquido (efluente bruto).

      1. Tratamento Secundário

Esse processo retira a matéria orgânica não removida no tratamento primário, ficando em conformidade com a legislação ambiental. Por fim, há uma decantação secundária que clarifica a água e separa o lodo restante do processo.

Tratamento do lodo

O tratamento do lodo visa reduzir o volume e o teor de matéria orgânica presente no efluente. O produto final obtido no tratamento é repleto de matéria orgânica, nitrogênio, fósforo e vários outros nutrientes, possibilitando seu uso na agricultura ou em reflorestamento, por exemplo.

      1. Tratamento Terciário

Após o fim do tratamento secundário, a água pode retornar aos recursos hídricos. No entanto, podemos passar o efluente por um último tratamento para utilizá-lo com fins não potáveis. Esse tratamento terciário consiste em aplicar métodos técnicos para remover poluentes específicos que não foram retirados pelos processos mais comuns. Essas substâncias podem ser compostos não biodegradáveis, nutrientes e metais pesados que exigem maior grau de tratamento, como o fósforo e o nitrogênio.

Além disso, as empresas que não respeitam essas leis podem perder financiamentos. Afinal, tem-se exigido licenciamento ambiental para projetos financiados, além de princípios de responsabilidade socioambiental na execução de obras.

COMO REUTILIZAR OS EFLUENTES?

De acordo com a  Base Legal do INEA, o Reuso de Água é uma prática de racionalização e conservação de recursos hídricos. Sendo assim, para a utilização da água residual na lavagem de quintal, irrigação das plantas e reaproveitamento industrial é necessário um tratamento específico.

Dessa forma, a água de efluentes  passa por alguns processos de tratamentos para, no final, apresentar diversos benefícios relevantes para a sociedade. São eles:

      • Prevenção contra crises hídricas

A falta de sustentabilidade e economia da água são fatores determinantes para o aumento das crises hídricas nos últimos anos. Segundo Maria Assunção Silva Dias, pesquisadora de Ciências Atmosféricas da USP, “Desde 1930, tivemos vários anos de precipitação bem abaixo da média, alguns deles seguidos”.  Essa afirmação ressalta a importância e a necessidade de termos uma prevenção com relação às crises hídricas, para que isso não se perpetue e não prejudique futuras gerações.

      • Redução de custos em indústrias, condomínios e agronegócios

A utilização da água residuária oriunda de efluentes nesses ambientes pode acarretar uma crescente redução de custos, visto que são locais nos quais a utilização da água em grandes volumes é crescente. 

Segundo os dados da Organização das Nações Unidas, a irrigação utiliza 70% da água disponível no mundo. Além disso, para se produzir uma camisa de fibra natural ou algodão gasta-se em média 2.500L de água, sendo que no mês esse gasto é cada vez mais expressivo.

      • Trabalho em conjunto com o Marketing Verde

A defesa e a compra de produtos em empresas que trabalham com o Marketing Verde possui reconhecimento frequente pelos consumidores, fazendo com que priorizem comerciantes e estabelecimentos que trabalhem em conjunto com a sustentabilidade. Dessa forma, o reuso de efluentes serve como um dos principais pilares para que esse diferencial se implemente e passe a atrair consumidores mais conscientes.

Segundo Roberto Civita, em entrevista para a Revista Exame, cerca de um terço das companhias analisadas vinculam a remuneração variável de seus executivos à metas ambientais e sociais. Esse número representa um aumento cada vez maior da valorização com a preocupação ambiental, e ela vai muito além de uma ideia. Assim, é necessário a aplicação desses conceitos, desde a compreensão do que é a Análise de Efluentes à aplicação da mesma em indústrias, condomínios e afins.

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As amostras devem ser testadas em relação aos fatores que foram considerados mais importantes para o produto em questão, como por exemplo, acidez, perda de sabor, nível de deterioração por microrganismos, etc. Se os testes mostrarem que o prazo preliminar está incorreto, deve-se fazer um ajuste.

Também é de extrema importância que o estudo de vida-de-prateleira seja repetido depois que quaisquer mudanças forem feitas na produção, no ambiente de processamento ou na formulação do produto.

O monitoramento do produto deve ser feito continuamente para assegurar sua segurança e qualidade ao longo de toda a vida-de-prateleira.​

Por fim, realizar um estudo e determinação de vida-de-prateleira de um produto vai muito além de apenas se especificar um prazo de validade a ser informado na embalagem.

Realizar o estudo de vida-de-prateleira significa obter o total conhecimento das propriedades do alimento (incluindo quais são seus componentes, seus nutrientes, sua acidez, sua qualidade microbiológica, entre outros), obter o completo conhecimento das reações que nele ocorrem ao longo do tempo e também o entendimento de como o meio em que este alimento está estocado pode afetar sua qualidade.

E assim, com todo esse estudo, você pode saber também o que fazer para aumentar a durabilidade do seu produto.

Sistema de Água de Reúso

SISTEMA DE ÁGUA DE REÚSO

Todos sabem que a água é um bem natural muito utilizado tanto para o consumo humano, quanto nas indústrias e agricultura. Por isso, sua demanda cresce cada vez mais no mundo todo. Mesmo que em abundância em algumas regiões do Brasil, a água é um recurso finito e sua escassez é uma realidade cada vez mais próxima. Para então mitigar os efeitos dessa crise hídrica, medidas precisam ser tomadas. O reúso da água é um exemplo de uma dessas medidas, vamos agora entender mais sobre essa prática e impactos positivos geográficos, econômicos e ambientais.

 

O QUE É ÁGUA DE REÚSO?

A água residual, também conhecida como água cinza, é toda água utilizada anteriormente, na pia da cozinha, vaso sanitário, máquina de lavar, fábricas e indústrias. De acordo com a  Base Legal do INEA, o reúso de água é definido como a prática de racionalização e conservação de recursos hídricos, ou seja, é preciso que haja o tratamento da água cinza para ser utilizada na lavagem de quintal, irrigação das plantas, reaproveitamento industrial e dessa forma minimizar o consumo da mesma.

Após algumas crises de abastecimento no Brasil, essa prática de gestão de água se tornou mais comum. Afinal, os resultados dela impactam não só os indivíduos, mas também diversas atividades como a irrigação, alimentação de caldeiras, lavagem de pisos e peças industriais.

Além disso, de acordo com a CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo “O reúso reduz a demanda sobre os mananciais de água devido à substituição da água potável por uma água de qualidade inferior…ela é baseada no conceito de substituição de mananciais”. Então o reúso da água ocasiona também na conservação dos mananciais, sendo então mais um ponto positivo, tendo em vista a baixa disponibilidade desse recurso e seu uso exacerbado.

De acordo com a ANA – Agência Nacional de Águas, “em um cenário de escassez hídrica, a discussão sobre reúso de água no Brasil está sendo impulsionada pela necessidade de melhorar a disponibilidade hídrica, principalmente no Nordeste e nos grandes centros urbanos brasileiros.”, logo, o conhecimento dessa aplicação se faz muito importante.

Não apenas nos setores citados, mas esse reúso é aberto para qualquer atividade, desde que suas características atendam aos requisitos para que se pretende usar. Vamos agora então conferir seus benefícios, importância, classificações, exigências e formas.

 

OS BENEFÍCIOS E A IMPORTÂNCIA DO REÚSO

Em um contexto em que a água se torna um recurso cada vez mais escasso, procurar formas de reutilizá-la é essencial. Para exemplificar a realidade do recurso hídrico brasileiro, é possível comentar sobre a crise hídrica no Sistema Cantareira (reservatório de água do Estado de SP), no qual, de acordo com a BBC News, chegou ao seu volume mais baixo, restando apenas 14,6% do seu total. Assim, é necessário avaliarmos alguns pontos importantes e que remetem aos benefícios de se reutilizar a água:

 

Para precaver-se contra crises hídricas

Tendo em vista a situação do Sistema Cantareira, inúmeras medidas foram tomadas pelo governo do estado a fim de impedir o esgotamento do sistema. Uma delas foi uma redução na 30% na conta de água de quem economizasse 20% água utilizada.

Engana-se quem acredita que o ocorrido foi uma situação esporádica e restringida ao Estado de São Paulo. Maria Assunção Silva Dias, pesquisadora de Ciências Atmosféricas da USP, disse “Desde 1930, tivemos vários anos de precipitação bem abaixo da média, alguns deles seguidos.” O que demonstra que é corriqueiro o ocorrido.

 

Imaginemos agora o cenário de 2020 o qual a água é requisitada a todo momento para a higienização, por conseguinte combate ao COVID-19. Reflita sobre o reflexo que seria passar por nova crise hídrica em um momento em que a água é de suma importância para vencer o contexto de pandemia.

Dessa forma, devemos reduzir nosso gasto de água mensal e, principalmente, reutilizar nossa água. O reúso de água é uma medida que preconiza essa problemática e a evita, tanto em edifícios, quanto em indústrias e agronegócios.

 

Para a Economia

      • Edifícios e complexos residenciais:

Utilizando como referência apenas um apartamento com 4 pessoas, o consumo mensal é de aproximadamente 30.000L de acordo com ABIDES (Associação Brasileira de Integração e Desenvolvimento Sustentável), gerando um custo de R$ 420,00 por mês, preço esse estabelecido pela Sabesp. 

Sendo assim, caso esse cálculo seja feito para todos os apartamentos de um edifício residencial, é perceptível que um alto valor poderia ser reduzido com o reúso de água. 

      • Indústrias:

No ramo das indústrias, temos um consumo ainda maior, sejam elas têxteis, metalúrgicas, de papel e celulose, entre outras. As têxteis, por exemplo, realizaram fortes investimentos no reúso da água e hoje reduziram o seu consumo de água em 80%, de acordo com o G1 da Globo. 

Uma camisa de algodão ou fibra natural gasta 2.500L de água. Em uma escala industrial de 3.000 camisas produzidas por dia, o gasto de água diário seria de 7.500.000L, levando a um consumo mensal de 225.000.000L. Dessa forma, quanto maior o reúso da água, maior a economia realizada.

“A cada cor que eu fazia, eu era obrigado a soltar aquela água quando eu fosse colocar uma outra cor. Agora não, agora eu utilizo aquele mesmo banho para outras cores, é uma reutilização da água”, conta o gerente industrial Walter Costa, em uma entrevista para o G1 Globo.

      • Agronegócios:

De acordo com um estudo feito pela ANA (Agência Nacional de Águas), “a cada 100L de água tratada produzidos no Brasil, cerca de 72L são destinados aos agronegócios”. Assim, o agronegócio alcança, no Brasil, 70% dos recursos. Totalizando ao final do ano aproximadamente 7 trilhões de litros de água tratada.

A ANA aponta como resolução dessa problemática, maiores investimentos em educação e soluções. Sendo uma solução direta o reúso de água, mostrando que economicamente, é algo extremamente vantajoso para esse setor.

 

Para o Marketing verde

A sustentabilidade é um assunto presente a tempos em inúmeras pautas, desde a Conferência de Estocolmo (1972) ao Acordo de Paris (2015). E estar de acordo com normas ambientais, buscando soluções ecológicas, é um forte diferencial exemplificado pelo presidente da Editora Abril, Roberto Civita, na Revista Exame.   

Neste evento, Civita diz “Do total de companhias analisadas, 63% contam com um comitê de sustentabilidade, 83% têm uma política corporativa ambiental e 81% utilizam critérios sociais para a escolha de seus fornecedores. Cerca de um terço dessas empresas também vincula a remuneração variável de seus executivos a metas ambientais e sociais. São números notáveis, sem dúvida”. 

 

Desse modo, explicita-se a força do marketing verde em 2007 e que só avançou ao longo dos anos. A água de reúso está intimamente correlacionada a essa estratégia, uma vez que reduz consideravelmente o consumo de água pelos empreendimentos, uma excelente prática sustentável.

 

CLASSIFICAÇÃO DA ÁGUA DE REÚSO

O reaproveitamento de água proveniente de determinados meios sendo utilizadas para outros fins é constante em indústrias, hotéis, condomínios e outros setores. Para isso, é necessário compreender quais são as divisões e classificações presentes no reúso da água cinza industrial e na reutilização residencial. Para isso, há 4 tipos de classe propostas  pela NBR-13.969, são elas: 

      • Classe 1: 

A Classe 1 se restringe a reutilização em lavagens de carros e outros usos que requerem contato direto do usuário com a água.

      • Classe 2:

A Classe 2 tem como aplicação a lavagem de pisos, calçadas e irrigação dos jardins, bem como a manutenção de lagos e canais para fins paisagísticos.

      • Classe 3:

A água residuária da Classe 3 é destinada a aplicação na descarga dos vasos sanitários e também o enxague das máquinas de lavar roupa.

      • Classe 4: 

A Classe 4 se restringe ao reúso nos pomares, cereais, pastagens para o gado e diferentes cultivos através do escoamento superficial ou do sistema de irrigação pontual.

Essas classes são divididas do 1 ao 4 por conta do Grau de Qualidade necessário dessa água. A “Classe 4” é o grau mínimo e a “Classe 1” o máximo. Como estão em contato direto com o ser humano, é possível o contato com agentes patogênicos.

É importante citar que a água residuária não pode ser potável, ou seja, não deve estar destinada ao consumo humano, sendo regida pela  Norma ABNT NBR 13969/97, conforme o citado acima sobre sua legislação. 

 

Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, o reúso da água pode ocorrer de forma direta, indireta ou até mesmo através da reciclagem interna. São elas:

      • Reúso indireto:

Ocorre quando, após ser reutilizada por uso doméstico ou industrial e seu posterior tratamento, é despejada e introduzida em rios e lençóis freáticos. Assim, podem ser novamente utilizadas de forma controlada.

É válido citar que, a partir do momento que a água é introduzida novamente ao solo, ela passa por uma série de tratamentos. Esses tratamentos fazem o controle de todos os efluentes que são despejados no ambiente, para que não sofram modificações e prejudique todo um ecossistema.

      • Reúso direto: 

Diferentemente do item anterior, os efluentes são introduzidos em rios para posteriormente serem recolhidos e serem diretamente encaminhados para o local no qual serão utilizados. É o uso planejado da reutilização dos esgotos tratados. 

      • Reciclagem Interna:

A reciclagem interna é o reúso da água dentro de empresas, condomínios e lava jatos, não sendo necessário o descarte no ambiente. Tem o principal objetivo do controle da poluição ambiental e da economia de água.

 

UMA VISÃO MAIS AMPLA

No mundo todo é produzido água residual e em grande parte ela não é reutilizada. Ocorre então o descarte sem os tratamentos adequados, retornando para a natureza e prejudicando a preservação do meio ambiente.

De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas): “Países de baixa renda, em média, tratam apenas 8% das águas residuais domésticas e industriais, em comparação com 70% nos países de alta renda”. Este fato nos faz pensar muito na saúde pública, tendo em vista que esta água, contaminada, é um dos responsáveis por transmitir doenças à população.

Com as técnicas de tratamento adequado, o esgoto residencial e industrial pode ser reciclado e transformado em um forte aliado contra a escassez hídrica. Como apontado pela ANA , essas técnicas também estarão diminuindo os impactos na saúde pública. Concluindo, o reúso de efluentes tratados se mostra além de uma solução possível para amenizar as crises hídricas, mas um benefício para toda a população.

 

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Formulação de Produtos – Alcance Novos Nichos e Oportunidades

FORMULAÇÃO DE PRODUTOS – ALCANCE NOVOS NICHOS E OPORTUNIDADES

A Formulação de Produtos e evolução dos já existentes, alcançando novos nichos e oportunidades de crescimento é crucial para impulsionar um negócio, ou tirar uma ideia empreendedora do papel. Além disso, para garantir o sucesso na elaboração, diversos fatores necessitam de análise e estudos durante o processo de inovação.

Logo, um dos fatores de extrema importância na criação de produtos é estudar a viabilidade, que possui o intuito de analisar se o produto a ser formulado enquadra-se nos critérios mercadológicos e laboratoriais. Inclui-se também a viabilidade econômica, essencial para garantir o sucesso do produto.

 

Por que inovar?

A inovação é um processo pelo qual há implantação de novas ideias que, quando apropriadas, são capazes de agregar valor a um produto. Isto está relacionado com o desenvolvimento ou com o aperfeiçoamento de produtos já existentes.

Inovar é necessário, pois seu principal objetivo é fomentar, aprimorar e manter a participação de uma empresa em um determinado nicho mercadológico, visando, sobretudo, a atender a demanda do cliente. 

Segundo Santiago Gonzales, um dos fundadores do Laboratório de Inovação de Impacto Lab4D, “quanto mais se inova, maior a chance de se ter um bom retorno”. A partir disso, garantir um lugar no mercado e procurar atualizações acerca de suas mudanças é essencial para assegurar que o negócio permaneça bem sucedido.

Neste viés, a Formulação de Produtos apresenta um destaque, ao se relacionar com o crescimento e ao desenvolvimento da empresa, devido à produção com qualidade e autenticidade, sempre inovando.

Por que modificar um produto já existente?

Por falta de conhecimento e de estudo de mercado, muitas empresas acabam não obtendo uma boa aceitação de seu produto ou serviço. Tanto o entendimento quanto o estudo de mercado estão diretamente relacionados ao processo de inovação, uma vez que inovar dá-se através de trabalho em equipe. Deve-se estar aberto à cultura e, sobretudo, às tendências que o mercado apresenta, o que inclui a aplicação de conhecimento que vise ao futuro e aos produtos e serviços excepcionais.

Ser inovador, é saber o motivo pelo qual está se elaborando um produto. Por isso, ao analisar o mercado, traçar e assimilar o motivo de sua oferta é, em muitos casos, compreender que é necessário modificar algo já existente.

Ademais, o estudo de viabilidade econômica e mercadológica é primordial para o entendimento de que, ao aperfeiçoar ou incrementar, um certo produto obterá uma melhor aceitação em seu nicho, e assim, um melhor desempenho.

Etapas da formulação de produtos

Com o intuito de tornar a ideia realidade, o serviço de formulação de produtos exige um constante e extenso contato com o cliente. Para que assim o pensamento inovador do cliente esteja alinhado com o parecer da equipe do projeto. Busca-se compreender o objetivo principal da formulação, para garantir que o invento esteja em conformidade com seus desejos.

Inicialmente, é importante entender que a formulação possui três etapas, sendo as duas primeiras fases de estudo de viabilidade e a última a execução técnica da formulação.

O estudo de viabilidade é subdivido em duas etapas, o estudo de viabilidade de execução, e o estudo de viabilidade econômica. Essas consultorias serão indispensáveis para o andamento e realização do projeto. É essencial compreender se a formulação e desenvolvimento do produto se adequam às normativas brasileiras e se seriam lucrativos, antes de formular efetivamente o produto.

O primeiro passo do projeto é o máximo de compartilhamento de ideias entre o cliente e a equipe do projeto. Pois um diagnóstico preciso e completo acerca da ideia principal é de extrema importância para as seguintes etapas serem bem sucedidas. Deve ser discutido então o principal propósito da formulação, o que é almejado, qual falha deseja corrigir ou qual aperfeiçoamento quer atingir com a mudança.

Estudo de Viabilidade

Em seguida, é feito o Estudo de Viabilidade Econômica. Neste, analisam-se aspectos financeiros do projeto, avaliando se o custo benefício do produto será lucrativo para o cliente, e se sua produção será financeiramente viável. Analisa-se custos com patentes e com a produção, assim como se verifica gastos fixos, gastos variáveis e impostos necessários para a produção. Concomitantemente, há um Estudo de Viabilidade de Formulação. O qual tem o intuito de analisar fatores que possam vir a inviabilizar a execução do projeto. A viabilidade da formulação é necessária para confirmar se existe possibilidade de desenvolver este produto no Brasil e para analisar quais metodologias podem ser aplicadas. As problemáticas vão para análise como disponibilidade e fornecimento de matérias primas, legislações e resoluções, e estatísticas mercadológicas.

A partir de todas as análises feitas, é possível determinar se a formulação do produto é factível e realista. Caso haja algum fator decisivo que torne o processo inviável ou não lucrativo, é necessário então rever características ou atributos do produto.

No entanto, caso a resposta seja positiva, inicia-se a etapa de execução. Desta forma, a partir de todos os estudos e insumos, partimos para os testes laboratoriais necessários até atingir o interesse do cliente. Obtém-se, então, uma fórmula com qualidade e atributos, e embasado em estudos mercadológicos, e laboratoriais, de acordo com as especificações iniciais do projeto.

Formulação de produtos alimentícios

O faturamento da indústria brasileira de alimentos cresceu 6,7% em 2019, segundo o G1. Com este alto crescimento da indústria alimentícia, a busca por um diferencial se torna crucial para o sucesso neste setor, e por isso, indica-se a formulação de alimentos. Esta formulação consiste no aprimoramento ou na criação de um alimento.

A primeira etapa da formulação de produtos alimentícios segue a etapa da formulação de produtos, sendo o Estudo de Viabilidade.

As próximas etapas dependem muito do que o cliente deseja, mas as principais etapas normalmente são: análise centesimal e análise com aditivos químicos. Há a realização da análise centesimal quando o cliente deseja compreender melhor algum composto específico. E já a análise com aditivos químicos, faz-se necessária quando o intuito é aumentar a validade, deixar o composto mais macio, mudar o aroma e entre outros.

Além dessas análises, caso o fabricante de alimentos deseje, outras análises também podem ser realizadas, como, por exemplo, as propriedades sensoriais e nutricionais, a segurança alimentar, a elaboração de produtos funcionais e mais saudáveis, o frescor, a praticidade e entre outras possibilidades.

Concluindo, após essas etapas, realiza-se a formulação do alimento através da criação de protótipos em um laboratório. Para garantir a qualidade e segurança do alimento, são realizados testes de acordo com as diretrizes estabelecidas pela ANVISA, que estabelece os padrões microbiológicos que devem ser respeitados e seguidos rigorosamente na formulação, para que assim, a combinação de todos os atributos, como os efeitos dos ingredientes, da influência dos parâmetros, dos métodos de conservação empregados e da embalagem utilizada, resulte no produto ideal para o propósito daquela formulação.

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Impactos do Coronavírus no Mercado

IMPACTOS DO CORONAVÍRUS NO MERCADO

Por volta de dezembro de 2019, foi relatado na cidade de Wuhan, na China, um novo vírus que causa a insuficiência respiratória. Ainda não está claro como esse vírus surgiu e como sua mutação ocorreu, mas sabe-se que o Coronavírus é facilmente transmitido, sendo necessário a adoção de práticas para conter e minimizar seu contágio.

 

A transmissão do Coronavírus ocorre de pessoa para pessoa, ou seja, por meio de gotículas respiratórias ou contato, podendo ocorrer mesmo na ausência de sinais e sintomas. Diante disso, um verdadeiro movimento contra a disseminação da doença se espalhou rapidamente pelo mundo, com imensa comoção mundial a favor do isolamento social e outras práticas de prevenção.

O Covid-19 é um vírus que possui um envelope, ou seja, uma bicamada lipídica onde ficam as proteínas que fazem a interação com as membranas das células humanas, para assim infectá-las. A camada deste envelope, por conter gordura, é sensível a solventes e sabão.

Desta forma, o álcool é capaz de dissolver esta capa eliminando o vírus; mas além dele, os surfactantes, substâncias presentes no sabão, detergente, sabonete líquido ou em barra e até nos shampoos, também conseguem eliminar o vírus, pois são eficientes em remover gorduras, removendo assim o envelope do vírus e eliminando o agente patogênico.  

 

Doença e Sintomas

O vírus possui um período de incubação, que é o tempo que transcorre desde a infecção até a apresentação dos primeiros sintomas, de 2 a 14 dias, segundo o Ministério da Saúde.

 

Os principais sintomas do coronavírus são febre, tosse e falta de ar.

Foi reconhecido no final do mês de março, pelo Ministério da Saúde, o estado de Transmissão Comunitária em toda extensão territorial. Caracteriza-se como Transmissão Comunitária quando um paciente infectado pelo vírus, o qual não esteve não esteve em outros países com registro de contágio, transmite para outro, que também não saiu do país.

Para prevenir o Covid-19, a principal medida recomendada é lavar as mãos adequadamente (dedos, unhas, punho, palma e dorso) com água e sabão por pelo menos 20 segundos, para que o sabão remova o envelope do vírus e o elimine.

De acordo com o Ministério da Saúde, outras medidas de prevenção são:

      • Usar álcool em gel quando não puder lavar as mãos
      • Cobrir o nariz e boca ao espirrar ou tossir com um lenço de papel e jogar no lixo ou com a face interna do cotovelo
      • Evitar aglomerações
      • Manter os ambientes bem ventilados
      • Não compartilhar objetos pessoais
      • Usar o álcool em gel para limpar objetos como por exemplo telefone, teclado e maçaneta
      • Utilizar para a limpeza doméstica produtos usuais, dando preferência ao uso da água sanitária para desinfetar as superfícies
      • Fazer uso para a higienização das roupas e louças, detergentes próprios para cada caso. Ressaltando a importância de separar as roupas, inclusive roupas de cama, de pessoas infectadas, para que a higienização seja feita à parte.
      • As máscaras faciais descartáveis devem ser utilizadas por profissionais de saúde, cuidadores de idosos, mães que estejam amamentando e pessoas diagnosticadas com o coronavírus

 

SEGURANÇA ALIMENTAR E HIGIENIZAÇÃO

O Coronavírus, assim como a maior parte dos vírus, pode se espalhar por meio de gotículas liberadas pelo nariz e pela boca, quando alguém tosse ou espirra. Esse fator provoca sua presença pelo ar e também permite que ele fique em qualquer superfície, seja roupa, móveis ou até mesmo alimentos.

 

Por conta desse fator a Organização Mundial de Saúde (OMS) enfatiza que lavar as mãos e desinfetar superfícies frequentemente é essencial para impedir a sua propagação. Para higienizar as mão corretamente é necessário seguir um passo a passo:

      • Usar sabão ou detergente;
      • Esfregar as palmas das mãos até a altura dos punhos;
      • Esfregar todos os dedos e os espaços entre os dedos;
      • Esfregar as pontas dos dedos e as unhas;
      • Retirar o sabão com água e enxugar bem, com um pano limpo.

Outros cuidados recomendados pela OMS além da higienização das mãos é “cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar, evitar aglomerações se estiver doente, manter os ambientes bem ventilados e não compartilhar objetos pessoais”

O uso constante do álcool em gel 70% nas mãos e braços enquanto estiver na rua também é recomendado, pois o coronavírus é revestido com um camada de gordura que o protege e quando em contato com sabão ou álcool 70%, a camada se dissolve, matando o vírus.

 

Álcool em gel caseiro funciona?

Com a notícia da eficácia do álcool em gel contra o coronavírus se espalhando, muitas pessoas resolveram fazer seu próprio álcool em gel em casa. Porém especialistas explicam que o álcool em gel caseiro pode na verdade potencializar a proliferação do vírus.

Não é possível ter as concentrações exatas para fabricar álcool em gel como em laboratório, além de produtos para a produção apenas farmacêuticos têm acesso. Outros problemas são o perigo do recipiente incorreto, a temperatura de armazenamento ou até mesmo a água usada para a fabricação não estar de acordo.

 

O uso de álcool em gel é bastante eficiente e não deve ser descartado. Porém lavar as mãos com frequência reduzem ainda mais a chance de contágio e é a higienização mais recomendada. Ele serve apenas para suprir uma necessidade quando não se tem uma pia para lavar as mãos com sabão.

 

Como higienizar corretamente os alimentos?

O grande problema dos alimentos, principalmente legumes e frutas, é o contato constante das pessoas com eles diretamente, no mercado, mercearia, hortifruti, etc. Logo, é preciso cautela ao comprar alimentos e os levar para prateleira de casa, pois um desses contatos pode ter sido feito por um contaminado.

Quando se trata de alimentos não perecíveis ou pacotes fechados, a limpeza com álcool em gel 70% por fora das embalagens ou os bem vedados como latas ou vidrarias podem ser lavados com água e detergente.

No caso das frutas o G1 informa que “depois que lavar com água corrente, pega esse fruto e coloca em um recipiente com água e água sanitária. Para cada um litro de água coloca uma colher de sopa de água sanitária. Em seguida, deixa os frutos nessa solução por cerca de 10 ou 15 minutos no máximo”. Para hortaliças o G1 conta que “em folhas, como agrião, mais escuras, pode usar vinagre ou cloro”.

 

Ao manusear os alimentos também é preciso lembrar dos cuidados em lavar bem as mãos, as unhas e retirar anéis ou relógios para não acumular sujeira. Cozinhar bem os alimentos e evitar falar enquanto os utiliza também são medidas importantes.

Além de todos esses cuidados, manter bancadas, pia e mesa da cozinha sempre limpas é essencial para evitar contaminação cruzada também. Na hora das comprar opte por caixas de papelão, pois o vírus sobrevive por até 3 dias em sacolas plásticas (muito comumente utilizadas em supermercado) como informa a pesquisa feita pelo g1.

 

Medidas de segurança para os estabelecimentos

Com todas essas questões é importante pensar que os estabelecimentos também devem possuir algumas medidas para evitar a proliferação de bactérias ou vírus nos locais.

 

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos por exemplo é essencial para saber corretamente o destino dos resíduos gerados pelo local e assim estar dentro da fiscalização de acordo com o PNRS. Além disso Análise de Ar Climatizado também se torna uma peça-chave para garantir a qualidade do ar de ambientes fechados e coletivos.

Quando se trata também de contaminação cruzada uma medida muito importante é as Boas Práticas de Fabricação. Onde é possível estar de acordo com as normas impostas pela ANVISA (RDC-216), demonstrando preocupação com o bem estar dos consumidores.

 

Impactos na economia e como inovar

Com o surto de Coronavírus ao longo de todo o mundo, o impacto da doença atingiu além de pessoas, a atividade econômica de diversas empresas. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu as previsões de crescimento dos países quando comparados a 2019, com a desaceleração do PIB.

É inegável que o surto do COVID-19 impactou a economia mundial, levando empresas e comércios de todo o mundo a se adaptarem ao cenário atual, inclusive o Brasil.

Devido ao período de isolamento social implantado no país, empresas, indústrias e o comércio fecharam-se no intuito de controlar a proliferação do vírus. Dessa forma, fez-se necessário a implementação de práticas de trabalho a distância, o Home Office, para garantir a continuidade da economia.

Da mesma forma que o alastramento do vírus pelo mundo afetou a economia, este período de instabilidade deve ser utilizado com inteligência e maleabilidade. Deve-se buscar, então, adaptações e soluções para os problemas agora enfrentados.

Com isso, é necessário buscar as medidas necessárias para reduzir os impactos do Coronavírus na sua empresa:

      • Prepare-se para o Home Office

A fim de garantir a saúde de milhares de pessoas, a prática do Home Office se torna extremamente importante nesse cenário. Adequar sua equipe para manter a produtividade com a utilização de plataformas especializadas, uma programação adequada das atividades e uma rotina de “escritório” merecem destaque.

      • Estude seu fluxo de caixa

Em um período como esse, é primordial conhecer a relação dos gastos da sua empresa.

      • Esteja aberto para inovar no mercado

A situação atual requer que empresas se reinventem e inovem no mercado. É o momento de investir na melhoria de seus processos internos e focar na sua geração de valor.

 

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Mercado de Óleo e Gás: As Vantagens do Micro CT

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No final do mês de setembro de 2019, foi realizado um leilão de blocos de petróleo e gás. Tal leilão garantiu uma arrecadação de mais de R$ 3,84 bilhões em bônus, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ao todo foram 17 empresas a arrematarem áreas para exploração, sendo 7 delas estrangeiras. Dentre os blocos arrematados, apenas dois foram pelo consórcio Petrobras/ExxonMobil na Bacia de Campos sendo responsáveis por R$ 3,6 bilhões da arrecadação total.​

De acordo com a ANP, esse foi “o maior bônus de assinatura da história” em um leilão de concessão. A 14º Rodada de Licitações de Petróleo e Gás ofertou 287 blocos de exploração, sendo divididos em 29 setores de nove bacias sedimentares, totalizando uma área de 123 mil quilômetros quadrados.

 

Dentre as 32 empresas inscritas para participar do leilão, 18 são empresas estrangeiras e estão no páreo correntes da Alemanha, Austrália, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Malásia, Reino Unido, Rússia e Tailândia.

Segundo o titular da Secretaria-Geral da Presidência e coordenador do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), o ministro Moreira Franco, o leilão de óleo e gás foi “o maior sucesso”.

“Hoje nós tivemos um dia extremamente importante para a economia brasileira e, sobretudo, para a economia do estado do Rio de Janeiro. O leilão de óleo e gás foi o maior sucesso. Foi a recuperação da importância do setor na economia, setor que é responsável por 13% do PIB”, disse o ministro.

Com o avanço constante do setor de petróleo e gás é preciso estar sempre a frente das novas tecnologias. No sentido de entender melhor as condições exploratórias e verificar sua rentabilidade, existe a Microtomografia de Raio X, também conhecido como micro CT.

 

Mas o que é o Micro CT?

Em uma das primeiras fases do processo de exploração e produção do petróleo há a realização de estudos geológicos e geofísicos para determinar as características de uma bacia sedimentar, visando entender se esta possui potencial de acumulação de hidrocarbonetos.

Um poço exploratório pioneiro, ao ser perfurado, investiga-se o acúmulo de hidrocarbonetos nas formações alvos através das análises do cascalho proveniente da perfuração, medições com ferramentas de perfilagem geofísica, teste de produção da formação e análise de testemunhos.

As rochas reservatórios carbonáticas equivalem a mais de 60% das reservas de óleo e gás conhecidas no mundo. Estas se tratam de rochas sedimentares com porosidade e permeabilidade suficientes para armazenar e permitir o fluxo de hidrocarbonetos.

Nesse sentido, é possível notar a importância da caracterização das rochas reservatórios. Sendo componente fundamental em um projeto de exploração e produção de hidrocarbonetos, pois uma vez colhidas as informações elas embasarão decisões críticas do projeto.

Atualmente diversas técnicas laboratoriais são utilizadas a fim de caracterizar e quantificar os sistemas porosos destes reservatórios, no entanto, tais experimentos na sua grande maioria demandam de um elevado tempo para aquisição dos resultados e tais técnicas costumam ser destrutivas.

Nesse sentido, a aplicação da microtomografia de raios-X (MRX) – também conhecida como micro CT – por meio da aquisição e processamento de imagens tridimensionais na escala dos poros da amostra, em geral demandando pouca ou nenhuma preparação, permitindo a criação de um modelo digital tridimensional da rede de poros e associações minerais para o estudo das fácies litológicas e suas microestruturas.

A análise por micro CT é também uma nova tecnologia que vem substituindo análises demoradas e destrutivas

Assim, a aplicação da MRX proporciona novas perspectivas para a avaliação da heterogeneidade das rochas e simulação do fluxo no meio poroso.

 

E como funciona?

O micro CT funciona como outros detectores por raios X. Tem-se uma fonte emissora de fótons, criada artificialmente a partir da aceleração de elétrons contra um material metálico de alto número atômico. Como resultado temos uma radiação eletromagnética de alta frequência, pequeno comprimento de onda e alto poder de penetração.

Esses fótons são emitidos e passam pelo objeto a ser analisado. Quando isso ocorre, eles são atenuados em intensidades distintas, dependendo das diferenças entre os coeficientes de atenuação linear das fases contidas no objeto. A densidade e o número atômico efetivo dos objetos são os principais fatores que determinam o grau de absorção dos raios X.

Uma vez absorvido pelo detector, os fótons são espelhados e as informações geradas são transmitidas para o computador. Esse procedimento é repetido em todos os ângulos do objeto, pois ele é rotacionado. Assim, o computador é capaz de gerar imagens micrométricas do objeto em 3D.

 

Importância para Petrofísica ​

A petrofísica estuda as análises e medidas das propriedades das rochas reservatório, buscando entender suas condições de produtividade.

Nesse sentido, a análise por micro CT trouxe grandes vantagens a essa área. Os métodos tradicionais para análises de porosidade das rochas reservatório desprendem muito tempo e trazem resultados limitados. Dessa forma, o micro CT fornece uma técnica rápida e mais detalhada de avaliação, sendo não destrutiva e fornecendo, ainda, uma imagem interna tridimensional.

O fato da análise por microtomografia não danificar a amostra é a maior vantagem desta metodologia. Uma vez que a obtenção dessas amostras, tais como plugues e testemunhos, são extremamente caros para as empresas do ramo. Assim, o estudo dessas características pode ser feito e a alíquota pode ser devolvida ao cliente que poderá utiliza-la para outros fins.

 

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“O Brasil produz lixo como um país de primeiro mundo e descarta como as nações pobres”.

 

Essa afirmativa traz um choque e um contraste entre como o nosso país muitas vezes se equipara à países desenvolvidos em produção. Porém, sua preocupação com a própria população ou com o ecossistema no qual está inserido ainda é insuficiente.

O problema do descarte indevido de resíduos não é novidade. No Brasil, 80% de nossos municípios possui inequações no descarte de entulho. O que, além de gerar prejuízos econômicos e à saúde, acarreta em impactos ambientais que trazem tragédias para muitas pessoas.

Nos primeiros meses do ano são comuns chuvas fortes, nas quais o volume pluviométrico é alto, resultando em enchentes e alagamentos em várias regiões. Essas chuvas trazem também diversos deslizamentos, desmoronamento de casas e queda de árvores que afetam e destroem muitas vidas ao longo do processo.

No início de 2019, tivemos o exemplo das fortes chuvas no Rio de Janeiro e em São Paulo, que foram alvo de cenas lamentáveis de cidades inteiras sendo transformadas em mares de lixo. Infelizmente, tais eventualidades não acontecem meramente por questões naturais, o principal fator para a magnitude destes desastres é o mau descarte dos resíduos sólidos.

Muitos podem achar que jogar um papel de bala no chão não fará diferença para a poluição e não terá grande impacto. Entretanto, com a banalização de maus hábitos como esse, uma pilha começa a crescer e, com ela, consequências devastadoras.

Pensando nisso, o Estado vem tomando algumas providências jurídicas buscando o bem estar ambiental, com foco na redução e descarte de resíduos sólidos. Desde 1995, o Ministério do Meio Ambiente começou uma busca para elaborar planos de ação a respeito do gerenciamento de resíduos sólidos em todo Brasil. Sendo o mais importante a lei 12.305/2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), de 2010.

O que é a Política Nacional de Resíduos Sólidos? ​

A PNRS aborda diversas questões que devemos levar em conta quando se trata do gerenciamento de resíduos. Ela reforça a responsabilidade que deve ser compartilhada ao longo do ciclo de um produto entre fabricantes, importadores, distribuidores e consumidores. Também introduz a ideia da logística reversa, baseada num conjunto de atitudes que devem viabilizar a coleta e tratamento de rejeitos sólidos para serem reaproveitados e da coleta seletiva (coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição).

Em diversos locais de metrópoles encontramos pontos de coleta seletiva ou pequenos incentivos para que a população colabore com o meio ambiente, tanto para sua preservação quanto para construção de uma sociedade mais sustentável. Então por que ainda há tantas questões a serem lidadas quanto à poluição do nosso ecossistema?

Essa pergunta é muito relevante e amplamente abordada nas últimas décadas. Países têm se unido para podermos construir um mundo mais sustentável e atento às mudanças climáticas que nos alarmam cada vez mais.

Entretanto, ainda temos diversos problemas para tornar nossa sociedade mais sustentável. Por motivos econômicos e educacionais, ainda somos incapazes de administrar os resíduos que produzimos e de os descartar ou destruir da maneira correta.

Contudo, para lidar com os problemas envolvendo o meio ambiente e o descarte indevido de nossos resíduos, temos algumas soluções, uma delas é:

 

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PGRS (Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) é um documento que leva em consideração todas as áreas de descarte e os seus tipos. Desde onde ocorre o descarte primariamente até onde se armazena antes do descarte absoluto, contemplando as rotas por onde passarão e por quem serão coletados.

Em suma, realiza-se um mapeamento dos procedimentos existentes no estabelecimento e um diagnóstico da situação da empresa. Em relação às fontes pontuais de cada resíduo e aos procedimentos de gerenciamento dos mesmos.

A elaboração de um PGRS aborda, dentre vários, um importante princípio instituído na PNRS, o de responsabilidade compartilhada. Quando um estabelecimento mapeia toda sua forma de armazenamento e descarte de resíduos, ele busca garantir que, durante todo ciclo de vida de seu produto, todas as partes envolvidas almejem uma destinação adequada para eles e para serem partidárias de uma politica sustentável.

Essa solução é uma demanda dos estados, municípios e cidades no geral, que têm como objetivo trazer tais esferas políticas como exemplos para produtores brasileiros.

Ademais, em muitos estabelecimentos, principalmente os que trabalham no ramo hospitalar e de saúde, já se faz mandatório para o local, a elaboração de um PGRS ou PGRSS (Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde), mediante multa caso se abstenham de fazê-lo.

Mas quem precisa elaborar um PGRS?

Segundo a lei aprovada em 2010, determina-se que a elaboração e a execução do PGRS, assim como a sua renovação a cada 12 meses, são de obrigatoriedade dos geradores, sendo eles os responsáveis pelo adequado gerenciamento de seus resíduos.

Devem elaborar um PGRS, principalmente, os geradores das seguintes categorias de resíduos: dos serviços públicos de saneamento básico, excluído os geradores dos domiciliares e de limpeza urbana; de resíduos industriais; de serviços de saúde; da construção civil; de resíduos perigosos e atividades de grandes volumes.

Não estar englobado nos tipos de serviços acima, não impede a possibilidade de outros tipos de provedores com descartes de usufruirem do PGRS. Porque ele também é uma forma de instaurar uma postura ecológica e consciente, implementando medidas que fortaleçam o selo verde. Algo que muitos procuram atualmente para produção consciente com a preservação do meio ambiente.

Tal Plano não apenas atende as demandas legais, mas também propicia ao responsável gerador aumento da eficiência e controle interno. Além disso, o mapeamento dos processos pode trazer benefício financeiro ao empreendedor, que poderá identificar as áreas de consumo excessivo e, se possível, direcionar parte de seu descarte para ser reaproveitado. Aumentando, assim, a eficiência produtiva, reduzindo os custos de material e incentivando a responsabilidade socioambiental da empresa.

O que deve estar em um PGRS?

Apesar de cada estabelecimento ser de atividades geradoras distintas, há alguns requisitos fundamentais para todos que permite a elaboração do plano. Devem estar especificados o local e a atividade geradora, assim como a classificação e quantidade de resíduo gerado.

É necessário também, a definição do modo de acondicionamento dos resíduos e dos locais de armazenamento. Ademais, a nomeação dos responsáveis pelo transporte interno e externo, onde e como serão feitos a disposição e destinação final.

Por fim, é recomendado a apresentação de alternativas para toda a logística. Isso ocorre por meio da implementação de processos de redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos quando possível.

Para cumprir com as exigências legais e garantir um serviço de qualidade que ajude seu negócio, é importante que a elaboração do PGRS seja feita por profissionais confiáveis e que tenham domínio do assunto. Eles serão os responsáveis pelo desenvolvimento do plano, mas não de sua implementação, em alguns casos, sendo de responsabilidade da empresa contratante do serviço fazer uso do plano elaborado.

Desse modo, podemos compreender melhor a importância de uma boa gestão de nossos resíduos, independente de sua forma e quantidade, pois isso impacta diretamente na vida da sociedade e na sua qualidade. Muitos não pensam em como as formas de má distribuição dos rejeitos diários estão atreladas a desastres, menos ainda em como ajudar a previní-los.

Assim, o PGRS não é apenas um plano para auxiliar na gestão e descarte de resíduos. É uma solução muito maior que impacta no nosso cotidiano e evita catástrofes para que possamos cuidar da sociedade e do mundo em que vivemos.

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As amostras devem ser testadas em relação aos fatores que foram considerados mais importantes para o produto em questão, como por exemplo, acidez, perda de sabor, nível de deterioração por microrganismos, etc. Se os testes mostrarem que o prazo preliminar está incorreto, deve-se fazer um ajuste.

Também é de extrema importância que o estudo de vida-de-prateleira seja repetido depois que quaisquer mudanças forem feitas na produção, no ambiente de processamento ou na formulação do produto.

O monitoramento do produto deve ser feito continuamente para assegurar sua segurança e qualidade ao longo de toda a vida-de-prateleira.​

Por fim, realizar um estudo e determinação de vida-de-prateleira de um produto vai muito além de apenas se especificar um prazo de validade a ser informado na embalagem.

Realizar o estudo de vida-de-prateleira significa obter o total conhecimento das propriedades do alimento (incluindo quais são seus componentes, seus nutrientes, sua acidez, sua qualidade microbiológica, entre outros), obter o completo conhecimento das reações que nele ocorrem ao longo do tempo e também o entendimento de como o meio em que este alimento está estocado pode afetar sua qualidade.

E assim, com todo esse estudo, você pode saber também o que fazer para aumentar a durabilidade do seu produto.

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