Otimização de Processos: A Fórmula Certa Para o Sucesso de Seu Empreendimento

OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS: A FÓRMULA CERTA PARA O SUCESSO DE SEU EMPREENDIMENTO

Já parou para analisar os processos que ocorrem dentro de uma empresa? Para quem vive o cotidiano de qualquer empresa sabe que a preocupação com a eficiência dos processos é bem comum. Essa eficiência pode ser aumentada por meio de uma série de medidas chamada otimização de processos.

Na verdade, já pensou o que seria um processo? Processo é uma sequência de tarefas ordenadas a fim de gerar uma entrega final, seja um produto, serviço ou ideias. E não é apenas nas indústrias que se tem um processo.​

Num supermercado, por exemplo, deve haver toda uma logística desde os produtos chegarem no estabelecimento até saírem para a casa do consumidor. No local, tem um processo com o funcionário abastecendo as prateleiras com os produtos. Outro em que o caixa recebe o pagamento. E até mesmo a entrega das compras na casa do cliente.​

Porém, durante todos os processos, há gasto de diversos tipos de recursos: tempo, dinheiro e pessoas. A otimização de processos age de forma a minimizar algum desses gastos, aumentando o rendimento e resolvendo possíveis problemas no processo através dos pequenos processos internos.

Mas qual é a sua real importância?

Com a crescente concorrência no mercado, o aumento da agilidade de execução dos processos se torna essencial para que aumente o padrão de produção. Reduzir apenas um recurso, como o tempo, não é o ideal para que atinja de forma positiva os resultados. É preciso controlar cada um dos recursos por meio de uma análise rigorosa dos pequenos processos que se somam no processo maior.​

Uma vez que os processos são alinhados, torna-se mais fácil de gerenciá-los e colocá-los em prática. Para tal facilidade, alguns benefícios são garantidos: redução do custo de produção, diminuição do tempo do processo e otimização do processo. Esses benefícios são motivos para um possível aumento de produtividade, construindo um cenário próspero que, para muitos empreendedores, sempre foi de difícil acesso e taxado como utópico.​

Outro benefício da otimização de processos é assegurar o controle e domínio sobre o processo em questão, agregando mais qualidade para o entregável e minimizando os possíveis erros na cadeia de produção.

Uma indagação muito comum, proveniente de alguém que deseja otimizar os processos de sua empresa, é a seguinte: “É possível que eu faça, por conta própria, uma análise e otimização de processos do meu empreendimento?” E a resposta para esse corriqueiro questionamento é Sim!.​

Entende-se, no entanto, que a otimização de processos apresenta maiores resultados quando auxiliada por visões externas. O porquê dessa afirmativa é simples: visões externas são mais propícias à apresentar inovações e soluções para os problemas, fugindo da visão, muitas vezes viciada e engessada, dos produtores inerentes à cadeia de produção.

Vamos entender melhor como funciona a otimização de processos

Primeiramente, é essencial ter em mente que a otimização de processos pode ser feita com empresas de qualquer setor: produção, logística, transporte, downstream, embalagem e comercialização. Deixando claro que diversas empresas, independente do segmento de atuação, apresentam processos que podem ser melhorados, a fim de trazer maiores benefícios para quem produz, como também para quem consome.

Por meio de visitas de reconhecimento ao local a ser otimizado, os processos são mapeados para uma posterior identificação dos gaps. O mapeamento pode ser feito analisando indicadores primordiais para o entendimento das etapas de determinado processo, como: área responsável, tempo de duração, principal entregável e custo da etapa em questão.​

Os gaps, citados anteriormente, são os gargalos que determinada etapa enfrenta. Provavelmente muitos irão se perguntar: “Mas o que são gargalos?”. Gargalos são problemáticas, provenientes de inúmeros motivos, que dificultam e atrasam o andamento de um determinado processo. O termo gargalo, para tal situação, é originário da analogia feita com uma garrafa pet, como algo que trava o fluxo, obstrui o resultado de uma corrente.​

Após muito estudo de causa-efeito através de ferramentas, dinâmicas e métodos que direcionam às causas raiz, as soluções são formuladas e apresentadas à empresa por meio de um relatório. Importante frisar que as soluções passam por uma árdua construção de valores (estudo de causa-efeito), sendo essa construção, possivelmente, a parte mais complicada e desgastante para a otimização de processos.​

Uma ferramenta muito utilizada nesse processo é o Bizagi, responsável por tornar mais esquemático e ilustrativo o mapeamento de uma determinada etapa. Como exemplo de dinâmica, podemos citar o Brainstorming, uma poderosíssima arma para criação de ideias. Já um conjunto de métodos facilitador para a criação de soluções é o Design Thinking.​

Ao final de todo esse estudo e formulação de soluções, torna-se palpável apontar, de maneira concisa, as principais dificuldades do processo, como modificá-lo, o custo para consertá-lo – seja o custo referente à mão de obra, tempo envolvido na modificação, capital investido – e, o mais importante, apontar o benefício maior de toda essa pesquisa. ​

Esse benefício maior é de suma importância, já que será ele o principal indicador responsável por mensurar se o objetivo do projeto de otimização, estipulado lá no começo, foi alcançado.​

Para finalizar, é necessário verificar se a mudança proposta é viável e não fantasiosa, sendo funcional e implementável. Feito isso, torna-se necessário a capacitação de todos os envolvidos no processo anterior, para que eles possam estar familiarizados com o novo modelo, colocando em prática de forma mais efetiva.​

Vale ressaltar que um acompanhamento frequente dos processos é ideal para que seu funcionamento continue nas melhores condições possíveis, além de poder verificar outras oportunidades de investimento que amplie o negócio e seu faturamento.

 

Vamos entender como isso funciona na prática

Na maioria dos casos de empresas, a implementação de uma ferramenta tecnológica é a principal mudança de otimização de um processo. Tanto na indústria como no mercado de serviços em geral, a atuação dessas ferramentas deve caminhar junto com a capacitação de quem os controla.

Antes do ano de 2005, a CADAM, empresa de mineração de caulim, utilizava um sistema que não conseguia atender todas as demandas de processos da empresa, fazendo com o que controle dos procedimentos realizados fosse dificultado. Após todo o processo de mapeamento e análise do mesmo, a otimização foi colocada em prática com uma ferramenta tecnológica.​

Com a implantação de um software foi possível automatizar alguns dos processos que o sistema antes não era capaz de aderir. Além disso, a empresa passou a ter total controle das atividades e conseguiu uma forma de mensurar indicadores. Dessa forma, os processos desenhados no software geraram maior agilidade e eficiência em todo o processo.

A mudança de um modelo de gerenciamento

A otimização, por si só, já é uma grande evolução em todo o processo da empresa. Mas sua consequência não para por aí. Outro ponto que vem como um benefício secundário e de igual importância é o conhecimento aprofundado da linha de atividades. Muitas vezes, o que acontece é que o suposto problema inicial não é a causa raiz encontrada nas análises.

Estar ciente do que acontece na sua empresa é o primeiro passo para o investimento e expansão das vendas. O aperfeiçoamento constante da gestão ou de uma ferramenta é o que aumenta o sucesso frente a competitividade do mercado.

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A importância da Balneabilidade em Nossas Vidas

A IMPORTÂNCIA DA BALNEABILIDADE EM NOSSAS VIDAS

Já pensou em como as águas de uma praia são definidas como impróprias para banho? Ou se as águas de um rio estão adequadas para lazer ou à prática de esportes? Essas e outras situações são definidas por uma série de parâmetros chamados de balneabilidade.

 

Apesar de ser um termo pouco disseminado e conhecido, é extremamente importante conhecer e entender a necessidade da balneabilidade da água da praia, rios, lagos, piscinas naturais ou qualquer lugar que possibilite o banho e práticas esportivas.

A balneabilidade é, basicamente, a qualidade dessas águas.​

A má balneabilidade de um local leva ao risco desde doenças mais brandas, como virose e diarreia, até doenças como a hepatite, cólera e problemas gastrointestinais.

A maioria dessas doenças podem ser causadas por alguns tipos de bactérias que podem ter vindo de rejeitos humanos ou animais. Se não for recomendado o contato primário com a água no local, o correto é seguir a indicação e evitar problemas sérios à saúde.

A falta de saneamento básico de um local é diretamente relacionada à balneabilidade. Se um esgoto não tratado é constantemente despejado em um local, é bem provável que ele não seja um bom local para você se banhar.​

Para definir a balneabilidade de um local, várias normas e parâmetros são levados em consideração.

 

Normas e parâmetros

O Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA, através da resolução n° 274 de 2000, dita legalmente as principais condições dos parâmetros que a água deve apresentar e as classifica de acordo com a salinidade e se são próprias ou impróprias para o uso.

Tanto para água doce (piscinas naturais, rios, lagos) quanto para água salgada existem diversos parâmetros que vão desde aspectos como densidade de metais pesados, sedimentos e turbidez, até o valor de pH, que mede a acidez da água, e o de colimetria, sendo esse último o principal.

A colimetria é baseada na contagem de Escherichia coli (EC), que aponta a densidade de Coliforme Fecal (CF), ou seja, bactérias fecais, que são a causa de diversas doenças. Essas bactérias estão geralmente relacionadas às fezes de humanos e animais e à presença de matéria orgânica.

Quanto à qualidade da água de piscinas de clubes ou de uma casa, por exemplo, a Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, dita através da norma brasileira 10818 de 1989 as principais condições que essa água deve atender para ser considerada própria para o banho e realização de outras atividades.

A fiscalização das piscinas, públicas ou privadas, é realizada pela Vigilância Sanitária. É necessário que todas as imposições sejam atendidas.

Balneabilidade nas praias ​ ​

No verão, a balneabilidade sofre grande influência da quantidade de pessoas no litoral, que produzem maior quantidade de esgoto nessas áreas, estes que, despejados na água, liberam mais coliformes e podem deixar a praia imprópria.

Também é a época do ano que mais chove, o que contribui negativamente para a balneabilidade, devido a uma maior quantidade de rios e córregos sendo despejados no mar. Isso tudo é agravado pelo fato de que, no Brasil, a maioria dos municípios litorâneos não tem um bom sistema de coleta e tratamento de esgotos. Até mesmo quando eles não são despejados diretamente no mar, é provável que o córrego de despejo vá para o oceano da mesma maneira.

Provavelmente, se você já foi na praia, você já viu um pequeno fluxo de água passando pela areia e indo direto para o mar. Isso são más notícias: é bem provável que esse fluxo seja um córrego de esgoto, um indicativo de má balneabilidade.

Além dos parâmetros principais citados acima, nas praias são analisados também alguns específicos, como o teor de salinidade da água, a temperatura, a turbidez da água, a quantidade de Enterococcos e o teor de oxigênio dissolvido, que facilita a proliferação de algas, que em grandes quantidades geram mais matéria orgânica, favorecendo assim o aumento do número de bactérias.  quanta relação, não é mesmo?

Nesse mesmo raciocínio, é analisada também a quantidade de materiais orgânicos dissolvidos na água e em partículas e quantidade de organismos, como algas, larvas e zooplâncton.

Juntamente à análise da água, é recomendado pelo CONAMA que sejam avaliadas também as condições parasitológicas e microbiológicas da areia.

 

Como são determinadas as condições das praias e balneários?

É dado pela resolução do CONAMA as seguintes recomendações para a qualidade das águas:

1) Excelente: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo, 250 coliformes fecais (termotolerantes), 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por 100 ml de água;​

2) Muito Boa: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo, 500 coliformes fecais (termotolerantes), 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por 100 ml de água;​

3) Satisfatória: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo 1.000 coliformes fecais (termotolerantes), 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por 100 ml de água.

A água é dita imprópria quando ela não segue essas condições citadas acima, ou:

1) o valor obtido na última amostragem for superior a 2500 coliformes fecais (termotolerantes), 2000 Escherichia coli ou 400 enterococos por 100 ml de água;​

2) incidência elevada ou anormal, na Região, de doenças transmissíveis por via bucal, indicada pelas autoridades sanitárias;​

3) presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive esgotos sanitários, óleos, graxas e outras substâncias, capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação;​

4) pH < 6,0 ou pH > 9,0 (em águas doces), à exceção das condições naturais;​

5) floração de algas ou outros organismos, até que se comprove que não oferecem riscos à saúde humana;

E quem me diz se a água é própria para banho?

Seguindo as normas do CONAMA, é responsabilidade dos órgãos de controle ambiental a aplicação das análises hídricas e divulgação das condições de balneabilidade, tanto das praias quanto dos balneários de água doce. Também é responsabilidade deles a fiscalização.

Na maioria dos municípios, esses órgãos fiscalizadores são os órgãos ambientais estaduais. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Instituto Estadual do Ambiente, INEA, é quem faz esse monitoramento, emitindo boletins periódicos com o estado das praias.

Segundo a Resolução 274 de 2000 do CONAMA: “Na ausência ou omissão do órgão de controle ambiental, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA atuará, diretamente, em caráter supletivo.” É obrigatório que os órgãos fiscalizadores mantenham o IBAMA atualizado sobre as condições hídricas dos municípios.

 

E como saber todas essas informações sobre meu produto?

Os balneários de água doce, como definidos pelo CONAMA, são os rios, lagos, cachoeiras, piscinas naturais, açudes, dentre outros. Se aplicam para eles os mesmos parâmetros já citados para as praias, exceto a quantidade de Enterococcos.

As piscinas tem algumas regras que diferem dos balneários naturais: você pode entender mais sobre eles no nosso outro texto no blog, sobre Análises de Água de Piscina.

 

Balneabilidade e o Meio Ambiente

No brasil, 30% das praias são impróprias para banho. Isso reflete principalmente a falta de tratamento nos esgotos e efluentes, tanto os descartados nos oceanos, quanto os despejados nos rios.

Acidentes ambientais, como derramamento de óleo e extravasamento de esgoto, podem ser causa para interditamento dos balneários e praias. Por essas razões, a balneabilidade é intimamente relacionada com os cuidados ambientais de tratamento de esgoto e transporte consciente de derivados de petróleo, por exemplo.

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Imagine sua empresa funcionando de acordo com as normas vigentes, entregando mais qualidade para seu cliente e trabalhando de maneira mais eficiente. Imagine agora que você pode adquirir todas essas vantagens a partir de apenas uma ferramenta. Seria perfeito, não?

Saiba que a resposta certa para solucionar todas essas questões se chama Boas Práticas de Fabricação!

Entenda o objetivo dessa ferramenta!

As Boas Práticas de Fabricação são a fórmula perfeita para elevar seu negócio alimentício a outro patamar. É a partir dessa ferramenta que você garantirá mais segurança aos seus clientes, seja para com a matéria-prima utilizada, seja para com o produto final. Tal segurança está intrinsecamente relacionada com a questão de contaminação cruzada.

Do ponto de vista do cliente, entende-se que o mundo atual está em busca constante por melhorias, sendo impossível ignorar a saúde da população. É normal o consumidor procurar sempre pelo melhor produto, o produto que garanta uma experiência satisfatória.

No mundo da indústria alimentícia, a relação entre alimento e saúde é posta em evidência, sendo o melhor produto aquele que oferecer menos riscos de saúde para o comprador.

Vale ressaltar que tais procedimentos abrangem desde o começo da produção do alimento (recepção da matéria prima), passando pelo processamento, chegando até a parte de expedição da mercadoria (final da cadeia produtiva).

Resumindo, tal resolução visa padronizar a cadeia de produção de certa indústria alimentícia, seja ela pequena, média ou grande, a fim de garantir a qualidade em diversos aspectos.

As Boas Práticas de Fabricação também têm papel fundamental no âmbito higiênico-sanitário. É com o uso dessa ferramenta que se torna possível o combate de contaminações diversas.

Fazer frequentes análises nas instalações da indústria, a fim de garantir a limpeza do ambiente, assim como ensinar e cobrar dos funcionários determinadas atitudes higiênicas, são algumas de muitas diretrizes que devem ser tomadas.

Esteja de acordo com a lei!

As Boas Práticas de Fabricação são obrigatórias por lei para estabelecimentos que produzem ou processam qualquer tipo de alimentos, segundo órgãos responsáveis pela fiscalização de empreendimentos alimentícios (Ministério da Saúde, Anvisa).

Foi a partir da análise de todas essas motivações que a ANVISA documentou em 2004 a Resolução RDC 216, que compila as boas práticas em um formato de regulamento técnico a ser seguido pelos estabelecimentos, de maneira a definir os procedimentos a serem adotados. Essa é a norma que tem uma atenção especial com as condições higiênico-sanitárias.

A legislação de nosso país possui informações com relação às normas e procedimentos inerentes aos cuidados necessários no manuseio dos alimentos. Tais informações têm cuidado especial com questões higiênicas, sendo importante frisar que qualquer manuseio indevido de alimentos pode causar notificações e até multas para a empresa.

Os serviços devem ter um acompanhamento técnico e especializado, exigido por lei, garantindo o cumprimento de diversas determinações: desde suas instalações, passando pela capacitação dos funcionários, estocagem de matéria-prima, manuseio dos alimentos, operações especiais, até a distribuição do produto.

 

Princípios básicos dessa ferramenta!

Primeiramente, entende-se que é de suma importância descrever e pontuar de maneira minuciosa todas as etapas do processo de produção de determinado alimento e, posteriormente, alinhá-los com os propósitos estabelecidos pelas Boas Práticas de Fabricação. Manter o controle e a consistência no gerenciamento e na administração dessas técnicas.

Além disso, é necessário seguir fielmente todas as recomendações, a fim de evitar contaminações, misturas ou erros na cadeia de produção da indústria.

Assim que os resultados das implementações começarem a mostrar resultados satisfatórios, é interessante a documentação de todo o procedimento realizado, com o objetivo de padronizar e tornar uniforme as etapas da cadeia produtiva.

Feito todas as análises e implementações pertinentes, torna-se relevante a verificação e acompanhamento do processo para se ter ciência de que todas as normas estão sendo seguidas pelos funcionários.

Igualmente importante é promover a manutenção periódica dos equipamentos remanescentes e a aquisição de equipamentos mais modernos e eficientes sempre que possível, para garantir a integridade dos funcionários e a qualidade dos alimentos.

Para exercer tais funções, torna-se extremamente recomendável contratar uma empresa que tenha experiência no ramo para auxiliar na tomada de decisões.

Essa recomendação é dada visto que a orientação de profissionais capacitados implica em mapeamentos e implementações muito mais consistentes na cadeia de produção, estreitando as práticas da empresa contratante a questões concisas de segurança e saúde.

 

Doenças e contaminações de alimentos que podem ser evitadas com o uso das BPF!

As doenças provenientes do consumo de alimentos podem ter diversos protagonistas: microorganismos e produtos químicos são os mais comuns dentre eles.

Os produtos químicos têm sido grandes vilões dos consumidores, já que o uso de agrotóxicos e pesticidas vêm aumentando gradativamente e muitas vezes ocorre o uso excessivo dos mesmos na cadeia produtiva.

Além do uso desenfreado de agrotóxicos e pesticidas, a contaminação proveniente de produtos químicos provém muitas vezes do excesso de resíduos desintoxicantes e detergentes utilizados na limpeza dos equipamentos. Podemos frisar também qualquer tipo de químico utilizado por parte dos funcionários, trazendo perigos à produção igualmente.

Podemos listar ainda as contaminações provenientes de sólidos, sendo os mais comuns lascas de madeira, pequenas pedras, areias, fragmentos de insetos, cabelo de funcionários e afins.

O funcionário que tem contato direto com o alimento em sua cadeia produtiva é um agente determinante para a contaminação, já que será ele que estará mais próximo do produto e o manuseando durante o preparo.

Ele deve seguir práticas simples, mas muito significativas nesses processos, como lavar as mãos antes de manusear os alimentos, manter as unhas curtas, sem esmalte e limpas e se ater ao uso de uniformes limpos.

Os sintomas mais comuns de contaminações por alimentação são: vômitos e diarréias. Alguns outros sintomas podem ser sentidos como dores abdominais, dor de cabeça, febre, alteração da visão, olhos inchados, dentre outros.

 

E o cuidado excessivo não é um exagero:

É de extrema importância que a água utilizada nos processos esteja de acordo com a portaria número 2.914 do Ministério da Saúde, que trata sobre a potabilidade da água. A água é uma grande transmissora de microorganismos e outras impurezas que são nocivas ao ser humano.

Existe ainda o risco de contaminação cruzada, como já citado, que é a propagação de microorganismos de um material contaminado para outros. Isso é extremamente preocupante, pois pode comprometer um lote inteiro de um produto e gerar grandes prejuízos.

Essas contaminações podem ser apresentadas anteriormente à obtenção dos alimentos, sendo necessário o auxílio de pesquisas direcionadas para essas situações.

O fato da contaminação dos alimentos por parte de microorganismos e produtos químicos poder ocorrer a qualquer momento ao longo da cadeia de produção de um alimento angaria ainda mais motivos para dar o devido valor às Boas Práticas de Fabricação.

 

Acontecimentos que poderiam ser evitados pelas BPF!

É muito comum acompanhar na mídia casos chocantes de contaminações em alimentos. Quem nunca se chocou com a notícia de um rato em um salgadinho, ou uma barata no refrigerante, por exemplo?

Isso pode ocorrer em qualquer lugar, inclusive em grandes empresas do ramo alimentício que possuem grande reconhecimento.

Em fevereiro de 2016, a Proteste (associação de defesa do consumidor), encontrou três pelos de rato em uma amostra de ketchup da Heinz durante testes de qualidade.

Em 2011, uma dona de casa de Santa Catarina encontrou um filhote de rato morto dentro de um pacote de salgadinhos da Elma Chips.

A H.J. Heinz Company alegou ter razões para questionar esse teste. A Pepsico, detentora da Elma Chips, negou contaminação do processo de fabricação.

Apesar dessas empresas exporem justificativas ou discordarem do que foi exposto, é inegável que esse tipo de informação abala a confiança do cliente e compromete a credibilidade da empresa.

Já foram encontrados também pregos, resíduos de plástico, pedaços de unha e outros tipos de objetos nas embalagens de alimentos. Tudo isso é proveniente de descuidos ou desatenção nas etapas de processamento de alimentos.

Quando as medidas adotadas por uma empresa para o controle de qualidade não são eficazes, empresas especializadas em orientar o cumprimento dessas práticas são necessárias para que novos métodos e, se necessário, controle químico sejam implantados seguindo as normas impostas pelo Ministério da Saúde.

Todas as análises feitas nas etapas de produção, nas matérias primas e nos produtos finais devem ser documentadas, além das inovações implementadas, para que se possa afirmar que o estabelecimento está de acordo com os requisitos para o seu funcionamento.

 

As Boas Práticas de Fabricação são preocupação de todo produtor, seja em escala industrial ou em pequena escala!

É importante ressaltar que este regulamento deve ser seguido não apenas em escala industrial, mas também em produções de menor escala. O pequeno produtor também deve estar atento a todas as etapas, desde o contato com o fornecedor de suprimentos e ao seu armazenamento até a exposição à venda com rótulos e validade do produto.

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Downstream: A Etapa Desconhecida do Mercado de Combustível

DOWNSTREAM: A ETAPA DESCONHECIDA DO MERCADO DE COMBUSTÍVEL

Já parou para pensar em como os combustíveis e derivados do petróleo chegam naquele posto perto da sua casa? Agora você vai entender como funciona esse transporte (downstream) e quais são os desafios encontrados durante esse percurso!

 

Como muito já se sabe, a indústria petrolífera brasileira vem passando por um momento de transformação. Com a posição de quinto maior mercado de combustível do mundo, o Brasil tem a Petrobras como maior fornecedora durante seus 60 anos de existência. Com a descoberta do pré-sal, a atenção mundial se voltou para o Brasil e o mercado de petróleo brasileiro, gerando novos investimentos na área, exportações e leis específicas.

Infelizmente, nos últimos dois anos, com a crise da Petrobras, houve redução dos investimentos no setor, levando ao aumento do preço dos combustíveis e estagnação do mercado de petróleo brasileiro. Nesse momento de dificuldade econômica no Brasil, o Ministério de Minas e Energia propôs, em fevereiro de 2017, o programa Combustível Brasil a fim de repensar o setor de refino e distribuição de combustível.

Esse programa abrange pontos como a mudança no cenário de transporte e distribuição de combustíveis (setor de downstream), fomento a novos investimentos no setor de upstream, principalmente de refino, mudança nas regras de acesso e construção das infraestruturas portuárias.Tudo isso visando também o estímulo à competitividade e livre concorrência nos setores.

 

Upstream e downstream

Usamos esses termos estranhos, como upstream e downstream. Mas e aí, você sabe o que é isso?

Upstream é a área da indústria petrolífera que envolve a identificação, localização e exploração dos poços de petróleo, além do seu transporte até as refinarias. São nessas refinarias que serão produzidos os derivados à partir do refino: gasolina, diesel, óleos, querosene, e outros. Essa parte da produção, o refino, é chamado de midstream.

Já o downstream envolve toda a logística de distribuição e transporte desses derivados por todo o país. Por muito tempo a área de downstream no Brasil manteve-se com investimentos baixos, até a descoberta do pré-sal, que mudou esse cenário.

Mas aí você já sabe: com a crise da Petrobras, os investimentos voltaram a ser reduzidos e o setor de downstream voltou a conviver com as dificuldades que sempre conviveu.

 

Mas você sabe como ocorre esse transporte no Brasil? ​ ​

Apesar do modal rodoviário ser responsável por cerca de 67% do total de volume de carga transportado no Brasil, essa proporção não é seguida no setor de petróleo e gás.

Os meios mais utilizados são ferrovias, transporte por dutos ou por navios gigantescos, os petroleiros, que podem chegar a até 500 metros de comprimento (tão grande que chegam a usar bicicletas para atravessá-los – academia para quem, não é mesmo?).

Esses dutos e os petroleiros são os chamados transportes aquaviários, meios predominantes no Brasil e em todo o mundo. O que faz sentido, considerando que 85% da produção nacional de petróleo é extraída do mar.

Tanto o petróleo antes de ir para o refino quanto os derivados que saem refinados são levados a seus destinos predominantemente por esses transportes, dada a facilidade que eles trazem e, historicamente, os investimentos que sempre receberam.

Por esses motivos, vamos conversar um pouco mais sobre esse tipo específico de transporte.

 

Dutos ​ ​

Pela maior competitividade frente a outros modais, o transporte dutoviário é considerado estratégico. Essa preferência se baseia no fato de que deve haver um transporte contínuo quando se trata de grandes volumes de fluidos, não podendo se sujeitar a incertezas meteorológicas ou engarrafamentos.

Os grandes volumes transportados e os baixos custos de manutenção do modal compensam os altos investimentos necessários para a construção e implantação de uma malha de dutos, como equipamentos, mão de obra, desapropriações e direito de acesso às terras.

Por sua vez, os dutos ainda podem possuir duas empregabilidades: transferência transporte. Enquanto os de transferência são usados para movimentação dentro de uma mesma empresa, os dutos de transporte são as conexões de pontos de oferta e a pontos de consumo. Estamos focando neste segundo tipo de duto.

 

Petroleiros ​ ​

Considerando que quase todo o petróleo a ser processado, é deslocado até as refinarias por navios, e que grande parte dos derivados refinados voltam a esses navios para serem distribuídos pelos portos nacionais e internacionais, os petroleiros são extremamente relevantes na cadeia exploratória e comercial petrolífera brasileira.

Esse transporte é feito majoritariamente pela FRONAPE, a Frota Nacional de Petroleiros, pertencente a Petrobras, sendo a maior transportadora de petróleo e derivados do hemisfério do Sul e uma das maiores do mundo (nada mal, não é mesmo?). Os navios atracam em terminais marítimos, que são pontos de carga e descarga dos produtos para serem deslocados ao destino final, e portanto, grande parte da logística do processo.

Dentro dos navios, existem diversos canos que servem para o transporte dos óleos entre os diversos tanques, para manter o equilíbrio. Eles seguem a própria força da gravidade. Os carregamentos entram e saem por dois pontos de conexão com os terminais, movidos por bombas. Um petroleiro médio é capaz de carregar 330 milhões de litros de produto.

Para evitar que acidentes ocorram, foi elaborada uma lei seguida na Europa e nos Estados Unidos que obriga os petroleiros a usarem cascos duplos. Eles oferecem maior proteção aos navios do que cascos simples e impedem o contato de vazamentos com o mar. No Brasil isso ainda não é regra.

 

Os transportes aquaviários e o meio ambiente ​ ​

Navios e dutos tão grandes como estes carregam cargas que requerem muito cuidado e, infelizmente, ambos os meios passam por várias dificuldades diárias que podem levar a perda de produto e serem prejudiciais ao meio ambiente.

Primeiro vamos falar, rapidamente, sobre como o meio ambiente é afetado pelo transporte do petróleo e derivados.

 

Muitas notícias já relataram vazamentos massivos de petróleo que prejudicaram ecossistemas inteiros: o maior deles no Brasil foi o desastre na Bahia do Rio Iguaçu, onde houve um vazamento na refinaria da Petrobras. Mais de um milhão de galões de óleo foram liberados no meio ambiente.

E isso não chega nem perto do caso do Golfo do México, um vazamento de gás que provocou uma explosão em uma plataforma petrolífera e liberou aproximadamente 206 milhões de galões de petróleo na água. O estrago feito aos ecossistemas atingidos se propaga até hoje, 7 anos depois. Foi o maior acidente ambiental envolvendo petróleo da história.

Dá para ter uma ideia do impacto que a falta de cuidado com esse produto pode causar, não é mesmo? Então vamos entender melhor alguns dos problemas causados durante esse transporte e como preveni-los.

 

Temperatura ​ ​

Alguns dos derivados de petróleo transportados, principalmente combustíveis, possuem pontos de inflamação muito baixos. A gasolina, por exemplo, pode se inflamar a 40ºC! Além disso, o aumento da temperatura nos tanques causa a expansão dos produtos, ou seja, o volume deles é aumentado e isso pode gerar vazamentos.

Por essas razões, é necessário que haja um controle rígido de temperatura dentro dos locais de armazenamento. Não apenas existe uma temperatura máxima permitida, mas também uma mínima, porque os combustíveis podem sofrer alteração em sua viscosidade e haver complicações no transporte pelos canos dentro do navio ou para fora.

Como não é recomendado armazenar os combustíveis em altas temperaturas, é necessário que hajam aquecedores na saída dos tanques e controle de temperatura das tubulações, para que o bombeamento possa ocorrer. Também é usado um respiro, ou seja, um conector que leve a uma área segura caso haja vazamentos ou liberação de gás.

Além disso, mesmo com o controle da temperatura, o combustível realiza a expansão. De fato, a expansão será menor com esse controle rígido, porém não será anulada. Por isso, é necessário que se tenha um espaçamento no interior do tanque para minimizar o risco de um derramamento por expansão.

O que torna evidente essa expansão, tanto por meio do calor quanto pela agitação das moléculas durante o transporte, é a necessidade de esperar o resfriamento antes do posto de combustível comprar o produto. Uma vez que o preço do combustível é baseado no volume, é preciso esperar um resfriamento do conteúdo transportado para que não se pague um preço maior pelo mesmo.

 

Pressão ​ ​

Assim como o controle da temperatura, também é necessário haver um controle rígido da pressão nos tanques de armazenamento. Isso tanto para a segurança quanto para evitar a perda de produto.

Essa perda pode ocorrer causada pela alta volatilidade dos combustíveis, ou seja, sua facilidade de virar gás devido às suas pressões de vapor (propriedade que define a facilidade de uma substância passar de líquida para gasosa), o que leva a liberação desse gás e perda do produto em volume. Tal mudança de estado físico só cessa ao alcançar o equilíbrio termodinâmico.

Como a formação de gás causa perda do combustível, o ideal seria que houvesse um controle da pressão dentro dos tanques, para evitar que ela seja muito baixa. As pressões baixas diminuem o ponto de ebulição de uma substância (ela evapora mais rápido) e sua pressão de vapor. Logo, em pressões mais baixas, há maior volatilidade dos combustíveis e maior perda deles.

Além disso, relacionado ao aumento da temperatura, a expansão de volume do produto faz com ele pressione os limites dos tanques de armazenamento e dutos, causando um aumento de pressão perigoso internamente. Por isso, é importante também que a válvula de respiro seja usada nessas situações, para liberar o gás (caso seja formado) que pressiona os tanques.

Vamos fazer uma analogia com o funcionamento de uma panela de pressão. Com o aumento da temperatura, tem-se a expansão de gás no seu interior, resultando também no aumento da pressão. Esse aumento de pressão faz com que o ponto de ebulição aumente e, finalmente, o alimento irá cozinhar sem evaporação.

O mesmo deve ser feito com o combustível: a pressão é aumentada para não ocorrer a mudança de estado físico de líquido para vapor. Porém, não se deve esquecer da válvula para limitar esse aumento.

 

Agora você sabe como o transporte de petróleo funciona! ​ ​

Agora, todas as vezes que você for abastecer o seu carro você vai saber como o combustível chegou até lá! E ainda, conseguir entender os impactos que podem ser causados quando não se tem um controle constante durante o transporte.​

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SEGURANÇA AO MAR: A CORROSÃO NA INDÚSTRIA NAVAL

Já passou pelos estaleiros do Rio de Janeiro, se deparou com aqueles navios gigantes que atracam nos nossos portos e imaginou o trabalho que dá cuidar de um colosso daqueles? Aqui você vai conseguir saber um pouco mais sobre os cuidados necessários com a segurança ao mar e o quanto a corrosão afeta os negócios na indústria naval.

 

O que é a corrosão?

A corrosão é um processo natural e espontâneo, cujo funcionamento é análogo ao das pilhas que utilizamos no nosso dia a dia. Um dos componentes da pilha, o ânodo também chamado de eletrodo negativo, é oxidado e doa elétrons para o cátodo, o eletrodo positivo. (saiba mais sobre o processo aqui). Nas pilhas essa reação é responsável por gerar a energia para mover nossos aparelhos eletrônicos até elas descarregarem completamente.

Mas o que é essa descarga?

O processo de corrosão gera mudanças na matéria, isto é, os compostos que formam as pilhas são completamente transformados em seus produtos. Tais produtos não possuem mais diferença de potencial para sustentar o funcionamento, parando de funcionar após certo tempo de uso.

Entretanto, tratando-se de ligas metálicas, principais componentes das estruturas dos navios, essa mudança pode ser identificado como oxidação – a popular ferrugem – o que deixa o metal desgastado e poroso.

Sabe-se que todos os metais que formam as ligas usadas nas estruturas dos navios são encontrados na natureza na forma de seus óxidos, isto é, na forma oxidada (corroída). Dessa forma, fica claro que, por ser um processo espontâneo, a corrosão certamente vai acontecer. O máximo que pode-se fazer é lançar mão de estratégias para mitigar seus efeitos.

Mas por quê a indústria naval está tão exposta a esse problema?

Já foi dito aqui que a corrosão é um processo espontâneo que tem bastante tendência a ocorrer. Além disso, no texto sobre corrosão em em cidades litorâneas, explica-se o que é a maresia e como ela agrava em até 40 vezes o processo de corrosão em locais de grande maritimidade.

No link mencionado acima, mostra-se que o ar nas cidades litorâneas é carregado de partículas de água com íons salinos, o que forma no meio uma ponte salina – elemento de ligação entre o cátodo e ânodo uma pilha -, contribuindo para que ocorram as reações eletroquímicas.

Unindo esses pontos: se essas reações já tendem a acontecer naturalmente e são agravadas em locais de maritimidade por causa da presença dos íons provenientes do próprio oceano, imagina o quanto isso afeta os navios que passam sua vida útil inteira praticamente na água?

Por isso, é necessário tomar grandes cuidados com os navios atracados. Prolongar ao máximo a vida útil destes, que normalmente gira entre 20 a 25 anos, é fundamental, visto que uma das principais causas de acidentes na indústria naval é o dano estrutural. Estes muitas vezes são causados pela fragilização dos navios devido a corrosão.

Mas quais são os principais fatores de corrosão na indústria naval? ​

Sabe-se que um navio no meio de sua vida útil tem alta rotatividade de proprietários, sendo comprado e vendido pelas empresas sucessivamente. Por não planejarem utilizar o navio por tempo prolongado, não há atenção devida aos cuidados frente aos processos corrosivos na estrutura do navio. Essa falta de cuidado, de estudos de falhas por corrosão e de uso de protetores anticorrosivos, permite que estrutura do navio se deteriore cada vez mais rapidamente. O casco, que está em contato direto com a água do mar o tempo inteiro, é o principal afetado.

Além dos efeitos da falta de cuidado, sabe-se que a corrosão não é um processo perfeitamente uniforme e isso faz com que uma parte da estrutura possa estar mais corroída que a outra.

Mas qual é o problema disso, a princípio? ​​

Se duas partes adjacentes da estrutura do navio estão com uma concentração de íons do metal diferente, gera-se um diferença de potencial. Tal condição gera uma espécie de pilha em que a própria liga metálica se corrói.

O mesmo efeito pode ser visto quando o navio navega em águas marítimas e fluviais (rios). As concentrações de íons são totalmente diferentes – motivo pelo qual são chamados respectivamente de água salgada e água doce. Se há diferença na concentração de eletrólitos, entre os locais de navegação, gera-se novamente uma diferença de potencial. O que faz aumentar o processo corrosivo para a indústria naval.

Um terceiro motivo é o fato de as águas poluídas terem alta concentração de agentes corrosivos como CO2, SO2 e H2S, devido à decomposição do material orgânico contido nesses poluentes. Nesse cenário, esses gases dissolvidos na água são responsáveis pela acidificação do meio, que acaba por gerar uma corrosão na estrutura das embarcações.

Por último, existe uma razão para que as estruturas feitas de metal presentes na arquitetura das cidades – como parapeitos de janelas, grades de proteção de varandas e tartarugas de lâmpadas – corroam somente até certo ponto, enquanto que, na indústria naval, esse processo só se agrava com o tempo.

​Quando a corrosão acontece nas estruturas urbanas, forma-se uma  camada de óxido (metal corroído) que protege o resto do metal do contato com o ar não deixando com que a oxirredução aconteça.

​No caso das embarcações, essa camada protetora também se forma, mas ela é rapidamente removida pelas ondas do mar ao baterem contra a superfície das mesmas, num processo chamado de corrosão-erosão, enquanto as bolhas de ar geradas pelo movimento ondulatório tem efeito similar, o que é chamado, por sua vez de corrosão-cavitação.

​Os danos da negligência​​

Olhando todos esses problemas levantados e o fato já mencionado de o principal causador de acidentes navais ser a deficiência estrutural, fica nítido que é necessário dar maior atenção ao processo de corrosão. Dessa forma, a vida a útil do navio não se torna uma questão de risco, evitando-se, portanto, que a oxidação acarrete um fracasso financeiro, algo indesejável para qualquer empresa.

​Durante o tempo de utilização de um navio, seja ele de qual porte for, é importante que o tempo em manutenção seja o menor possível. Os altos custos para reparos internos e externos, principalmente, e o tempo de restauro em cada parada no estaleiro inviabilizam uma vistoria periódica.

​Sendo uma das consequências diretas do tempo de inatividade, a queda da produtividade é outro fator importante. A retirada de uma embarcação em serviço, inevitavelmente, trará prejuízos a quem tem a posse da mesma. Imagine quantos litros de combustíveis ou contêineres transportando produtos deixam de ser entregues simplesmente por uma embarcação estar em manutenção. E o pior, há a possibilidade de uma concorrente “roubar” o seu lugar no mercado, o que pode se tornar irreversível.

​Outro ponto importante é que mesmo após a manutenção ter sido realizada e a corrosão aparentemente revertida, não se pode afirmar que o metal está como no seu estado original. O produto gerado na corrosão e o depósito deste eletrólito faz com as que as estruturas cristalinas sejam alteradas e nunca retornem ao seu estado quando na fabricação da embarcação. Logo, nenhum método de correção irá fazer com o que o metal seja recuperado 100%, somente dará a impressão visual de que o mesmo estar restaurado.

Algumas formas de se proteger ao máximo da corrosão ​

Como já explicado no início deste texto, a corrosão é um processo que vai ocorrer independente do que seja feito para contê-la. A questão então é como retardar os efeitos da mesma.

​Há diversos métodos que podem ser utilizados para a prevenção das corrosões. Não tem um mais eficiente ou mais adequado em termos gerais, depende da estratégia que a empresa quer ter e dos fatores que influenciam o processo de corrosão.

​O primeiro e o principal método, é o revestimento com tintas especiaisEstas dão ao casco dos navio uma proteção extra, pois isolam a estrutura metálica do meio corrosivo. As possíveis pinturas protetoras são:

Epóxis​

Carvão epóxi

Silicone epóxi

Eletrodeposição epóxi

Sólido de alta epóxi sobre a linha de água

Puro epóxi amime

Epóxi amino/amides

Hidrocarbono

Termoplásticos

Pulverização térmica termoplástico

100% cera sólida preventiva de ferrugem

Outras

Carvão puliuretano

Puliuretano (poliol alifático) revestimento superior

Zinco silicatos

​Outra forma de proteção contra as corrosões, é a galvanização. Nesse processo, o metal que procura-se proteger da oxidação é revestido com outro mais nobre do que ele. Isso faz com que o processo de corrosão demore mais a atingir o metal de mais fácil deterioração.

A classificação em mais nobre ou menos nobre, na referência de corrosão, depende do potencial padrão de redução do metal. Há uma tabela padronizada que indica o potencial de cada metal e assim pode-se saber quais irão corroer primeiro em comparação com outros.

​Um método alternativo seria a alise de risco. Nele é feito uma tabela com pesos e prazos para determinada etapa ou ação a ser realizada. Assim, é possível ter uma previsão do que pode ocorrer em um certo intervalo de tempo ou quando alguma falha poderá influenciar em certo processo. Isso faz com que um planejamento possa ser realizado sem discrepâncias consideráveis.

Este recurso é bastante difundido nas indústrias de engenharia química, aeroespacial e nuclear, pelo fato de estas engenharias necessitarem de muita segurança para evitar acidentes. E, recentemente, engenheiros navais estão começando a introduzir tal metodologia na área marítima.

​Vale lembrar que os métodos de prevenção são de suma importância pois em níveis extremos de corrosão somente a troca da viga ou revestimento metálico é a solução. Não há como recuperar uma porcentagem considerável para o bom funcionamento da parte num conjunto, o que acarreta mais gastos com a manutenção e, consequentemente, mais prejuízos.

​E como esse trabalho todo chega em você?

​Grande parte do nosso comércio interno e com o exterior, de eletrônicos, automóveis, exportação agrícola, é pautada na existência do modal marítimo e fluvial de comércio. Percebe-se, portanto, que o bom funcionamento da indústria naval impacta diretamente na sua vida como consumidor.

​Agora, sempre que você passar novamente pelos estaleiros do Rio de Janeiro e observar todos aquelas embarcações colossais atracadas, vai saber de toda a estrutura necessária para mantê-los funcionando da melhor forma possível.

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Qual a importância da água em sua rotina? Uma pergunta bem simples de ser respondida, mas que dificilmente é dita e debatida por nós, já que a água é intrínseca em nosso cotidiano e a encaramos como um recurso banal, entendendo erroneamente que podemos usufruir dela quando quisermos. Por partes tal afirmativa é correta, visto que a maioria dos brasileiros residentes em grandes cidades de nosso país têm acesso à água, porém pesquisas indicam que cerca de 40 milhões não dispõem de água tratada em nosso território.

 

Para um país que detém aproximadamente 12% de toda a água doce disponível do planeta, são preocupantes tais indicadores de exclusão. Esses dados referentes à indisponibilidade de água potável para parte da população brasileira, atingindo cerca de 20% de todos cidadãos, mostram-se controversos diante da abundância de água disponível aqui no Brasil.

Visto essa situação delicada de nosso país quanto à distribuição de água potável, somada a crises hídricas, percebe-se a importância por buscas de alternativas para o acesso à água. Podemos citar como exemplo a crise hídrica mais famosa dessa última década, vivenciada pela cidade de São Paulo entre os anos de 2014 e 2016.

 

Como superar essas dificuldades?​

É a partir dessa necessidade que são criados os chamados poços, responsáveis pelo armazenamento ou captação de água para o abastecimento de residências, irrigação de lavouras, entre outras inúmeras finalidades. Usufruir de nosso tesouro subterrâneo, que segundo estudos, apresenta quantidade de água para abastecer toda a população mundial por 250 anos em apenas um aquífero, pode aparentar ser vantajoso e uma alternativa interessantíssima.​

De fato essa opção se mostra muito atrativa e estável, mas é preciso tomar cuidado, nem tudo é o que parece ser. É muito importante frisar que os poços estão propensos a contaminações por diversas situações que podem vir a enfrentar.

 

Pode-se destacar alguns tipos diferentes de poços:

      • Poço artesiano – é aquele que provém da perfuração de aquíferos artesianos, no qual a água possui pressão suficiente para fluir até a superfície. Nesse caso, tal engenharia dispensa o uso de bombas para transporte da água do subterrâneo em direção à superfície.​

      • Poço semi-artesiano – detém de características semelhantes ao poço artesiano, porém apresenta uma profundidade menor e demanda auxílio de uma bomba para trazer a água para a superfície, visto que não existe uma pressão ideal no poço para fluir esse bem naturalmente até o topo.​

      • Cisternas – feita de maneira manual, sem auxílio de brocas para perfuração, não dispõe de água naturalmente na maioria das vezes, funciona como um reservatório e é abastecido por fontes externas. Não costuma ter mais que 20 metros de profundidade.

 

Cuidados que devem ser tomados para a criação de um poço​

Para a criação de poços é necessário a autorização de órgãos responsáveis, com exceção dos poços tipo cisterna. Tais órgãos trabalham em conjunto verificando as exigências que o local a ser perfurado deve seguir, sendo uma delas identificar em seu banco de dados se existem áreas contaminadas em um raio de 500 metros.

Feito isso, é comum a obrigatoriedade por parte do proprietário do poço de fazer a análise da água de tempos em tempos para garantir a qualidade desejada de sua água, como também ter em mãos a outorga que valida o uso do poço.

 

Em situações em que as áreas no entorno da possível perfuração não foram mapeadas, é de responsabilidade do interessado na construção promover os estudos quanto ao solo e à água do lençol. Caso o solo ou a água subterrânea apresentem indicadores de contaminantes acima dos tolerados, tal local será impróprio e proibido por lei para continuar com a perfuração.

O maior problema nesse tipo de situação é que, na maioria das vezes, os poços são feitos de forma clandestina, não atendendo às restrições dos indicadores. É perceptível que não existe preocupação e ignora-se o estudo prévio ao que diz respeito à área a ser perfurada e, caso exista o estudo, ignora-se as informações colhidas. Torna-se difícil, então, identificar se determinada área é contra indicada, o que faz muitas pessoas usufruirem do poço e adquirirem algum tipo de doença.

 

Pode-se inferir que qualquer tipo de irresponsabilidade cometida por alguém que deseja criar um poço artesiano, descumprindo normas e leis, acabam por prejudicar outras pessoas que já usufruem de um determinado lençol freático.

 

A explicação para essa passagem é simples: qualquer perfuração em local indevido (provavelmente com o solo contaminado) faz com que a água de todo o reservatório natural entre em contato com o contaminante, afetando o reservatório como um todo e prejudicando milhares de pessoas.

Projetos feitos sem planejamento concreto ocasionam muitas problemáticas para as águas dos lençóis. Para a escavação de um poço é preciso ter alguns cuidados, como: estar a uma distância de no mínimo 30 metros de qualquer fossa, ter no mínimo 10 metros de profundidade e estar a uma distância de 2000 metros do mar para evitar possíveis contaminações pelo sal do mar.

Em locais que são beneficiados pelo abastecimento público de água, por meio de água encanada, o uso de poços artesianos é proibido.

 

Verificando a qualidade da água retirada do poço ​

Mesmo que a água retirada desses poços não apresente algum tipo de mudança quanto ao odor e aparência, estando inodora e cristalina, é importante apontar que ela também pode estar contaminada.​

As águas contaminadas por procedimentos indevidos podem conter nitrato, nitrito e coliformes que acabam por prejudicar a saúde de quem as ingere. Os microorganismos (bactérias) presentes podem causar sérias doenças seguidas de diarréia, náuseas e vômito. Caso esses sintomas persistam , é provável que o infectado comece a apresentar sinais de desidratação. Pode, até mesmo, em situações mais delicadas, causar hepatite A em pessoas que consomem esse tipo de água.

Já os íons são responsáveis pela intensificação da propensão do indivíduo de adquirir câncer, visto que o nitrito pode reagir com os compostos de amina presentes no organismo, formando nitrosaminas, substâncias altamente cancerígenas. Esses íons também apresentam um alto teor de gordura e de sal, que são responsáveis por ocasionar doenças relacionadas com a hipertensão.

 

Para evitar enfermidades e para ter ciência de que a água de seu poço está nas devidas condições para utilização e consumo, é aconselhável fazer uma análise de potabilidade de água periodicamente. A partir dessa análise será possível verificar se a concentração de íons em sua água corresponde ao indicado para o consumo.​

Também será possível verificar se a água possui coliformes totais e coliformes termotolerantes por meio do estudo dos parâmetros microbiológicos. Por fim, será viável analisar a turbidez e o pH da água em questão.

 

Como os solos podem ser contaminados?​

Muito foi falado sobre solos contaminados, mas você sabe o que pode exatamente contaminar um solo?

Por anos, tal assunto foi ignorado pelo homem e era pouca a importância dada para a preservação do solo. Devido a esse motivo, diversos solos são considerados contaminados por tomadas de atitudes precipitadas em tempos remotos.

Terrenos próximos aos lixões são fortes candidatos a terem o solo não recomendado, podendo intensificar os danos por deposição de lixo eletrônico junto aos demais. Locais próximos às indústrias são contra indicados também, essas que são responsáveis por descartes de produtos químicos e lixo industrial.​

chorume proveniente dos lixões (carregados de metais pesados, nitrato, nitrito, microorganismos e outros poluentes) infiltra no solo, chegando aos lençóis freáticos e causando grandes danos.

 

Lixos radioativos, ainda que apresentem uma parcela pequena de poluição do solo por seguirem um rigor de descarte (visto sua peculiaridade), são responsáveis pela poluição de solo mais prejudicial, visto que liberam radioatividade por gerações.

Em áreas rurais, os fertilizantes e agrotóxicos ganham o título de maiores vilões dos terrenos. As gigantescas lavouras são famosas pelo uso abusivo de químicos em suas plantações, posteriormente levadas até nossas mesas para o consumo. Essas substâncias utilizadas na produção de verduras e frutos são responsáveis pela contaminação do solo em âmbito rural.

Outro pecado cometido pela indústria agropecuária é o uso desenfreado dos aquíferos, acarretando um desperdício inimaginável desses reservatórios. O grande volume desse líquido é utilizado tanto na irrigação, quanto na pecuária, além de participar dos processos industriais. Estamos, então, nos referindo à “água virtual“.

Outro meio de prevenir doenças e contaminação dos poços é por meio da análise do solo em questão.​

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Combustíveis Adulterados: Como Identificar e Proceder?

COMBUSTÍVEIS ADULTERADOS: COMO IDENTIFICAR E PROCEDER?

Em junho de 2021 ainda são presenciados casos de adulteração de combustíveis em postos do RJ e de SP. Como saber se o combustível que você está usando não está adulterado? Como proceder diante dessa situação?

Mesmo com o agravamento da pandemia em 2020, a ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis – manteve suas investigações intensificadas em relação ao comércio de combustível adulterado no país. Dessa forma, foi constatado que dos 2.434 autos de infração detectados, 15,8% comercializavam ou armazenavam o produto não conforme com a especificação. Por fim, os dados podem ser facilmente verificados no Boletim da Fiscalização do Abastecimento, para o balanço anual de 2020, publicado pelo órgão.

Com isso, é importante ter preocupação com a qualidade do produto, tanto na posição de motoristas quanto como donos de postos de combustíveis – sendo essa, uma preocupação muito pertinente. Com isso em mente, nesse texto você saberá como agir ao confirmar a comercialização de combustível adulterado e os problemas que seu consumo podem trazer para você e seu veículo.

Combustível Adulterado: Casos no Rio de Janeiro

A partir de denúncias de consumidores, postos de combustíveis podem se tornar alvo de operações da ANP e da fiscalização de órgãos estaduais. Como por exemplo, em 2017, em Niterói e Maricá, quando houve uma série de denúncias de motoristas acerca da qualidade do combustível. Consequentemente, o principal problema relatado pelos motoristas era no desempenho do motor após o abastecimento, e em alguns casos os veículos nem sequer ligavam mais.

Na época, em reportagem para o jornal O Fluminense, o fiscal Ary Bello esclareceu: “As reclamações […] são surpreendentes. Só no ano de 2017, a ANP fez mais de 150 ações na área de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e não tinha detectado nada de anormal, tudo dentro do padrão. Faremos os testes para garantir a qualidade aos consumidores. Tendo problemas, o posto é interditado e é aberto um processo administrativo”.

Por fim, os 13 postos fiscalizados não apresentaram irregularidades, mas as concessionárias registraram aumento de cerca de 40% no movimento das mesmas, por conta dos carros danificados.

Mais recentemente, em Março deste ano, foi feita uma nova ação da ANP, desta vez na Região dos Lagos e Norte Fluminense. Para isso, foi realizada uma fiscalização em 20 postos de combustíveis das regiões, sendo que, dentre as intenções, estava a averiguação se estaria ocorrendo adulteração dos combustíveis nos postos. O ocorrido teve cobertura em reportagem da Record, a qual detalhou também o aumento de denúncias referente à qualidade dos combustíveis.

Combustível Adulterado: Casos em São Paulo

Operações como a “De olho na bomba” e “Batizado” foram as operações mais recentes realizadas para fiscalizar a comercialização de combustível no estado de São Paulo. Durante a fiscalização, mais de mil postos de gasolina tiveram suas inscrições cassadas no estado, por venderem gasolina, álcool ou diesel fora das normas da ANP.

De acordo com o Boletim, mais de 116.582 litros de Etanol Hidratado foram apreendidos no estado. Em maio de 2017 foram encontrados 10,6 milhões de litros de combustível fora das condições de qualidade em uma distribuidora no Rio. Nesse sentido, os dados mostram que esse tipo de adulteração não se restringiu apenas a SP.

Além disso, um dos parâmetros que possui alto percentual de adulteração é o teor de Metanol. Ele é um solvente industrial muito utilizado no país, é mais barato do que a gasolina ou o etanol e isento de imposto nas alfândegas. Seu teor máximo permitido nos combustíveis citados é de 0,5%.

 

Perigos e Danos Causados por Uso de Combustível Adulterado

As primeiras peças que sofrem danificações por conta do combustível adulterado são os bicos injetores e as velas de ignição. Em síntese, o combustível sai da bomba do veículo, vai para o bico injetor para produzir a faísca da vela, sendo essas as partes que mais trabalham com o combustível. 

Como resultado, depois de um certo período danificando o bico e as velas, o combustível adulterado pode prejudicar a sonda da lâmina e até o catalisador do veículo. Por último, mas não menos importante, o motor também pode ficar vulnerável aos danos.

No caso da adulteração por metanol, outros danos e perigos possíveis são notados. O metanol, além de corroer o aço, é altamente tóxico e sua chama é invisível a olho nu, o que dificulta muito o controle de um incêndio causado por ele. Em 29 de maio de 2006, na Fórmula Indy, um membro da equipe de Sam Hornish Jr., piloto dos EUA, teve o corpo coberto por chamas invisíveis. Resumidamente, o combustível vazou quando o piloto tentou sair do pit-stop com a mangueira ainda presa ao carro.

Panorama da Qualidade dos Combustíveis - ANP

Desde 1998, a ANP monitora a qualidade dos combustíveis através do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), que foi criado para fornecer à comunidade um panorama da qualidade. Dessa forma, eles realizam análises de combustíveis como gasolina, etanol hidratado e óleo diesel e publicam o resultado em boletins mensais. 

A partir de 2019, esse monitoramento passou a supervisionar postos revendedores, distribuidores e TRRs (transportadores-revendedores-retalhistas, que vendem o combustível e outros produtos a granel). Para conseguir monitorar de forma igualitária os estabelecimentos no país, a ANP realiza sorteio dos postos, TRRs e distribuidoras. Além disso, seleciona os laboratórios participantes do programa por alguns requisitos técnicos exigidos. 

Com isso, tais laboratórios passam por vistorias e auditorias que os qualificam para a análise e possível detecção de combustível adulterado. Por consequência, conseguem manter uma transparência com a população através da divulgação de diversos resultados de testes realizados em postos por todo o Brasil. Além disso, no documento pode-se encontrar os dados organizados inclusive por região.

O boletim da Fiscalização de Abastecimento em Notícias, citado anteriormente, tem como uma das fontes de informações o Programa de Monitoramento de Qualidade. Com isso, no ano de 2020 consta que a região Sudeste apresentou maior quantidade de autos de infração em relação a quantidade de ações de fiscalização. Além disso, o combustível mais irregular foi a gasolina, com maior adulteração no teor de etanol anidro (50,2%). 

Nos próximos tópicos se encontram alguns parâmetros a serem considerados na análise de combustível que tem demonstrado adulteração nos últimos anos. Para isso, tais parâmetros se encontram na legislação vigente para a comercialização do respectivo combustível e devem ser analisados de acordo com a metodologia exigida para que haja comparação com o limite permitido. 

Parâmetros da Análise de Gasolina

        • Aspecto Visual – indica visualmente possíveis contaminações;
      •  
        • Cor – compara à tonalidade característica da gasolina;
      •  
        • Destilação – avalia a volatilidade da gasolina; 
      •  
        • Teor de Etanol Anidro – verifica se a gasolina analisada respeita os limites de teor máximo e mínimo do álcool;
      •  
        • Metanol – o poder tóxico do metanol pode influenciar no bom rendimento da gasolina no motor em condições ideais e controlar a adulteração por parte deste parâmetro;
      •  
        • Massa Específica a 20ºC – relação entre a massa de combustível e o seu volume (quanto maior a massa específica, maior o potencial energético);
      •  
        • Infravermelho MON, RON, IAD, Teor de Benzeno e Composição – indica a concentração de compostos aromáticos, olefinas, parafinas e naftênicos (importante para o controle de emissão de compostos tóxicos).

Parâmetros da Análise de Etanol

        • Aspecto Visual;
      •  
        • Cor;
      •  
        • Massa Específica a 20º C
      •  
        • Metanol;
      •  
        • Acidez Total – representa o teor de dióxido de carbono livre, ácidos orgânicos, ácidos minerais e sais ácidos fortes, cuja hidrólise produz hidrogênio para a solução;
      •  
        • Teor Alcoólico – confere se houve adição de água ao etanol além do permitido;
      •  
        • Condutividade Elétricaa limitação máxima de condutividade permite controlar a concentração de eletrólitos no etanol(condutividade maior do que a permitida compromete a vida útil das partes mecânicas do veículo);
      •  
        • Potencial Hidrogeniônico (pH) – um pH abaixo ou acima do especificado para o etanol pode comprometer partes do veículo;
      •  
        • Teor de Água – a umidade elevada pode levar à corrosão prematura e desgaste, ocasionando um aumento na carga de detritos, que gera menor lubrificação e obstrução prematura dos filtros;
      •  
        • Enxofre Total – está diretamente relacionado com a qualidade do diesel e com sua capacidade lubrificante;
      •  
        • Cloreto e Sulfato – podem ser usados como medida de aceitabilidade dos componentes para combustível;
      •  
        • Resíduo por Evaporação – substâncias residuais que restam após a total evaporação.

Parâmetros da Análise de Óleo Diesel

        • Aspecto Visual;
      •  
        • Cor;
      •  
        • Destilação;
      •  
        • Massa Específica a 20º C;
      •  
        • Teor de Água;
      •  
        • Condutividade Elétrica;
      •  
        • Enxofre Total;
      •  
        • Ponto de Fulgor – relacionado à inflamabilidade do combustível (pode indicar contaminação por produtos de menor ponto de ebulição);
      •  
        • Cor ASTM (Mais propício para Diesel S10) – se estiver fora da especificação pode indicar degradação ou contaminação;
      •  
        • Biodiesel (Mais propício para Diesel S10) – usado para reduzir o balanço do dióxido de carbono e adquirir um caráter lubrificante, diminuindo a quantidade necessária de enxofre no combustível;
      •  
        • Contaminação Total (Mais propício para Diesel S10) – este parâmetro mede a massa dos resíduos insolúveis retidos na filtração do combustível;
      •  
        • Água e Sedimentos (Mais propício para Diesel S500) – a análise deste parâmetro tem como objetivo detectar impurezas e contaminantes sólidos presentes no diesel.

Acho que me venderam um Combustível Adulterado. O que fazer?

Por fim, se seu veículo está demonstrando sinais de mau funcionamento, realize uma Análise Química do combustível utilizado. Certamente, seguindo os padrões determinados pela ANP, a análise irá avaliar os parâmetros citados e comprovar a comercialização de combustível adulterado.

Caso esta seja comprovada, denuncie. Para isso, é importante ter em mãos a nota fiscal do abastecimento no posto e também obter um laudo dos danos causados ao veículo. Esse laudo pode ser obtido através de um mecânico ou da concessionária. Em seguida, basta registrar a denúncia formalmente pela ANP e pelo Procon.

Em relação ao veículo, é recomendado que este tenha seu tanque esvaziado e então a gasolina trocada. Um check-up geral em todas as partes do mesmo também é bem-vindo, para que se possa reparar os danos causados.

 

Gostou desse texto? Para saber um pouco mais sobre combustíveis, confira os seguintes textos do nosso blog:

Texto desenvolvido pela gestão de 2017/2016 e revisado por Ana Leticia Garrido e Raphael Gravino.

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Sede de Qualidade: Razões para uma boa manutenção da sua água

SEDE DE QUALIDADE: RAZÕES PARA UMA BOA MANUTENÇÃO DA SUA ÁGUA

Você sabe quais são os riscos de ingerir água não potável? Como assegurar que a água que utilizamos é de qualidade e que podemos consumi-la? Continue lendo para conferir a importância da manutenção da qualidade da água e o que a mantém hábil para ser consumida.

 

O Brasil é um dos países que possui uma bacia hidrográfica gigantesca, de onde vem o abastecimento de água da população. Segundo dados do Instituto Trata Brasil94% da população brasileira tem acesso à água potável. Apesar disso, quando falamos de manutenção da qualidade da água e como ela pode se tornar imprópria para consumo, o assunto é mais delicado.

 

Qualidade da água

Toda água disponibilizada para consumo no Brasil segue um conjunto de parâmetros para que a mesma não seja maléfica para a saúde humana. Esse conjunto de parâmetros está contido na Portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde de 12/12/2011. Nesse documento há quantidades mínimas e máximas aceitáveis de determinados indicadores para que a água analisada seja classificada como potável ou não.​

Dentre todos os parâmetros da Portaria, alguns destacam-se pela sua importância no conhecimento de suas concentrações. Os testes desses serão mais relevantes que outros, devido a gravidade das possíveis consequências. Tais referências são os coliformes termotolerantes, os coliformes totais, alguns íons, o pH, os sólidos totais dissolvidos (TDS) e a turbidez.

 

Coliformes Termotolerantes

Os coliformes termotolerantes são bactérias encontradas em homens e animais homeotérmicos, animais que possuem temperatura corporal constante. Localizam-se no intestino e somente são nocivas à saúde se encontradas fora deste órgão.​

Caso uma amostra de água contiver tais bactérias, é um indicativo de que a mesma teve contato com material orgânico ou até mesmo com fezes de outros animais.​

Dentre as bactérias existentes, a E.Coli releva-se como sendo uma das que são mais prejudiciais se ingeridas por via oral. Uma vez no estômago, essa bactéria pode causar, por exemplo, gastroenterite e outros distúrbios gastrointestinais, infecções urinárias, pneumonias e meningite.

 

Coliformes Totais

Assim como os coliformes termotolerantes, os coliformes totais também são utilizados para determinação de potabilidade. O teste para coliformes totais é menos preciso do que para as coliformes termotolerantes. Por esse motivo, os dois testes são realizados para que não se tenha dúvida da qualidade da amostra analisada.

Semelhantemente às termotolerantes, a confirmação da presença de coliformes totais em uma alíquota de água torna esta imprópria para consumo. A presença de coliformes totais podem provocar doenças de veiculação hídrica, como, febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera.

 

Íons

Os íons presentes na água são responsáveis por regular alguns fatores físicos-químicos. Estão presentes em água os íons Fluoreto, Cloreto, Nitrito, Brometo, Nitrato, Fosfato, Sulfato, Sódio, Amônio, Potássio, Cálcio e Magnésio.​

Tais substâncias interferem no potencial de eletricidade da água e fazem parte da quantidade necessária para consumo diário da nutrição humanaBeber água com um teor de sódio alto, por exemplo, pode fazer com que o corpo desidrate aos poucos devido o sódio ser osmoticamente ativo.​

Em regiões do interior como sítios ou fazendas onde utiliza-se agrotóxicos, a concentração de nitrito e nitrato no solo pode fazer com que a água fique contaminada. Ingerir grandes quantidades desses dois íons diariamente pode provocar, a longo prazo, câncer de estômago e, em crianças menores do que 6 meses, a “síndrome do bebê azul”.

 

pH

O pH (potencial hidrogeniônico) mede a concentração de íons hidrônio em algum meio, no nosso caso a água. Dentre todos os testes realizados para determinar se a água é própria ou não para consumo, o de pH seria o que tem maior margem para adequar-se às normas.​

Podendo variar de 6,0 até 9,5, e a escala original variando de 0 até 14, sendo 0 a 6,9 ácido, 7 neutro e de 7,1 a 14 básico. O que significa que a cada 1 unidade de pH, a concentração de hidrogênio é 10 vezes maior ou menor dependendo da variação, sendo positiva ou negativa.

Beber uma água com pH fora da faixa aceitável é motivo de discussão até os dias atuais. Médicos dizem que o ideal é beber uma água que esteja com pH alcalino, no limite da Portaria nº 2.914, algo em torno de 9,5, pelo fato de, com o passar dos anos, o corpo vai tornando-se mais ácido e isso prejudica certas funções corporais e, consequentemente, a saúde do indivíduo.

 

Sólidos Totais Dissolvidos (TDS)

O teste de TDS mede a concentração de minerais na amostra. O motivo para esse teste ser relevante perante aos demais é que, dependendo do valor da concentração, a condutividade elétrica e a tensão superficial podem ser alteradas. Se o valor em ppm (partes por milhão) for igual ou menor do que 1000, a concentração das partículas dissolvidas é considerada satisfatória.

Beber uma água com TDS alto ou baixo pode ser prejudicial à saúde pelo fato de, como já citado anteriormente, a condutividade elétrica e a tensão superficial estarem fora dos valores padrão. Isso interfere na transmissão de impulsos nervosos, consequentemente na realização de movimentos e na atividade cerebral, e na osmorregulação corporal, o que pode causar desidratação quando a água passar nos capilares sanguíneos.

 

Turbidez

A turbidez da água é uma importante propriedade para determinar se a água é potável ou não. Esse teste está relacionado a absorção e reflexão da luz. Dependendo da quantidade, do formato e do tamanho de partículas sólidas em suspensão, pode-se formar colóides e estes interferirem na propagação da luz pelo meio aquoso.

Com todas essas variáveis, foi determinado uma medição matemática para classificar como potável ou não uma amostra a ser analisada. O NTU (Nephelometric Turbidity Unit, em português, Unidade Nefelométrica de Turbidez) é a medida utilizada para o controle da qualidade. Caso o teste aponte uma quantidade menor ou igual a 5 NTU, pode-se considerar o resultado satisfatório.

Ingerir água com valor acima de 5 NTU é prejudicial a saúde. Especialistas dizem que é quase certo de existirem microorganismos patogênicos e estes ficam “protegidos” pela turbidez da água, para que assim possam conseguir sobreviver e proliferar. Tais microrganismos são protozoários ou bactérias que causam problemas à saúde humana e a “proteção” é ocasionada pela presença de matéria orgânica que proporciona o desenvolvimento. 

 

Ingestão de água não potável e as suas consequências

E o que acontece se ingerirmos água não potável?

Por passar por mananciais contendo efluentes que comprometem a qualidade da água, o que exige investimentos em ETA’s (Estações de Tratamento de água), a água pode tornar-se não potável ao chegar até nós. As instalações hidráulico-sanitárias em má condição de conservação prejudicam as características da água, tornando-a imprópria para o consumo, visto que afetam os parâmetros de qualidade indicados.​

Os meios de chegada da água até a sua torneira ou bebedouro precisam de grandes cuidados para que o seu consumo seja proveitoso. Quando as caixas d’água ficam destampadas ou surgem os conhecidos “limos”, os parâmetros são alterados e os riscos de alteração da água aumentam. Além disso, encanamentos corroídos ou desgastados também são focos de proliferação de microorganismos que podem afetar a qualidade da água.​

As consequências da ingestão de água não potável são doenças já conhecidas, como hepatite A, amebíase e as demais já citadas anteriormente no texto. Todas têm em comum a forma de como são contraídas: ingestão de água contaminada.

 

E como evitar a ingestão de água não potável?

Uma das maneiras de evitar que as consequências da ingestão de água potável chegue até você é por meio de uma análise da água . Através da análise de potabilidade de água, os parâmetros citados são conferidos e comparados com a margem das taxas estabelecida pela Portaria nº 2.914.​

O ideal é que a análise, realizada em laboratório, seja feita de 6 em 6 mesesDessa maneira, o risco de (re)contaminação diminui, sendo então seu consumo de maior garantia.

Uma das maneiras de evitar a ingestão de água não potável é certificar que a mesma está apta para o consumo. Buscar saber a procedência da água e os teores de íons presentes é de suma importância.

 

Por exemplo, os teores de nitrato na água nem sempre são bem definidos. Mesmo não sendo prejudicial em poucas quantidades, o íon nitrato também está presente em outros alimentos ingeridos. O seu consumo em excesso acarreta na conversão deste em nitrito, outro íon considerado agravante para a saúde humana, principalmente para grávidas e crianças.

​Com o conhecimento adquirido nesta leitura, pode-se perceber que há inúmeras razões para ter cuidado com a água que está bebendo. As doenças citadas, em sua maioria, são graves e podem levar à consequências mais sérias se diagnosticadas tardiamente.​

Por isso, sempre que surgir dúvidas, procure fazer uma análise de água de qualidade para que sua saúde seja preservada, já que este é o maior bem que possuímos. ​

Para saber mais sobre o assunto, ​confira outros textos do nosso blog:​

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Sabe quando você precisa contratar uma empresa para realizar algum serviço e tem dificuldade em achar alguma que combine qualidade e preço justo? Imagine se além desses dois fatores, você contratasse uma empresa que fomentasse o ensino acadêmico? Parece loucura?

 

Solucionando essas 3 necessidades, cria-se um movimento há cerca de 50 anos capaz de complementar o ensino oferecido nas Universidades. Inserindo nesse ambiente a vivência empresarial e capacitando futuros profissionais, o Movimento Empresa Júnior tem importante papel em nossa sociedade. É a partir dele que universitários, ainda que jovens cursando apenas sua faculdade, já se encontram preparados e com mais experiência para entrar no mercado de trabalho.

O MEJ, assim como é comumente chamado em nosso meio, começou sua história no ano de 1967 na Europa, mais precisamente na França, chegando ao Brasil em meados da década de 80. Com cerca de 29 anos já existente no Brasil, tal movimento já foi capaz de grandes mudanças em nosso território, contando com 444 Empresas Juniores atuantes no Brasil no ano de 2016, mais de 15 mil empresários juniores e movimentando cerca de 11,1 milhões de reais por meio de 4900 projetos comerciais.

Para saber mais sobre esse Movimento que é capaz de cruzar fronteiras por todo o mundo, veja nosso texto: MEJ: 10 Anos em 1 – Viva Essa Insanidade.

E onde a P&Q Engenharia Jr. entra nessa história? Nossa Empresa é uma pequena engrenagem com papel fundamental e responsável, assim como muitas outras espalhadas por todo o Brasil, por fazer funcionar essa grande máquina chamada MEJ. Com 7 anos de vivência, a P&Q vem desenvolvendo os alunos da Universidade Federal Fluminense, realizando projetos de consultoria e serviços de análises.

Contribuindo para a evolução da Universidade por meio de eventos acadêmicos que contam com Palestras e Workshops (Semana P&Q), como também participando ativamente do mercado local por meio da realização de 38 projetos em 2016 e 33 projetos fechados até o momento em 2017, nossa Empresa já impactou a vida de muitas pessoas no estado do Rio de Janeiro.

 

O que é esse algo a mais?

Todos sabemos da necessidade do sentimento de confiança que o cliente deve ter ao contratar uma empresa para realizar um determinado serviço. Realizar projetos não é uma tarefa fácil, é necessário competência e dedicação vindas da equipe responsável por produzi-lo, a fim de garantir um produto final de qualidade e que satisfaça o cliente.

A partir de um projeto fechado, algumas responsabilidades intrínsecas à ele surgem e devem ser tratadas com muita atenção e afinco, como a pontualidade, a acabativa, busca pela excelência e foco no cliente. Juntando todas essas importantes observações, percebe-se que a realização de um projeto é uma via de mão dupla.

Agora, imagine um mundo “ideal” onde o contratado e o contratante detém dos mesmos valores e ambições ao visualizar e idealizar um projeto. Tal cenário é muito comum no mundo do MEJ, já que estamos sempre pondo em prova a confiança que nossos clientes depositam em nós. Essa confiança é fundamental para que possamos evoluir academicamente, já que nossa experiência é adquirida a partir da realização de projetos e sem eles não seria possível nos especializarmos.

 

Orientação dos Professores de nossa Faculdade ​

Agregando mais valor aos nossos projetos, pode-se pontuar a participação imprescindível de profissionais extremamente gabaritados e reconhecidos no âmbito de pesquisas acadêmicas, os professores universitários. Todos os projetos produzidos por nós estudantes passam pela revisão de um professor orientador responsável por averiguar a qualidade e dar o aval necessário para a finalização do serviço.

Visto o cuidado destinado à confecção do projeto e as diversas revisões feitas no mesmo, tanto por parte dos próprios alunos, como por partes dos professores responsáveis, percebe-se que a nossa preocupação é entregar não apenas um serviço, mas essencialmente uma solução.

O professor orientador atua em conjunto com a equipe ao longo de diversas etapas do projeto, começando sua participação no momento de identificação da metodologia que será utilizada no andamento do mesmo. É por meio dessa minuciosa escolha de metodologia que torna-se possível alcançar alguns preciosismos que poderiam passar despercebidos pela equipe.

Com a metodologia efetivamente escolhida, é iniciado o momento de elaborar a precificação e criação do prazo de um projeto e, como não podia ser diferente, o professor orientador também nos auxilia nessa fase, dando suporte durante as escolhas. Ao longo da prática, o professor é responsável por supervisionar todo o processo, garantindo que tudo está sendo feito da maneira correta, garantindo que tudo está sendo feito de acordo com as normas escolhidas previamente.

A voz da sabedoria e a experiência são características inerentes aos nossos orientadores, além de apresentarem diversas capacitações (mestrado, doutorado), eles também já detém grande vivência na área.

Entende-se, portanto, a gigantesca importância do professor orientador, desde a identificação precisa da necessidade de nossos clientes, até o término do projeto, por meio de sua assinatura.

 

O impacto causado pelas Empresas Juniores na Sociedade

No mercado local:

As Empresas Juniores estão inseridas em diversas áreas de atuação, contemplando serviços que vão desde gestão empresarial até serviços de análise. Desta forma, é inegável e incalculável o impacto que os juniores têm na economia. Considerando que só no Brasil há 444 EJs, e que no cenário mundial elas estão implantadas em 18 países, de acordo com dados de 2016 da European Confederation of Junior Enterprises, a proporção geradas por este movimento é ainda mais grandioso.

Outro ponto relevante a ser abordado é o fato de as Empresas Juniores conseguirem oferecer serviços de qualidade para pequenas, médias e grandes Empresas e, até mesmo, produtores independentes (caseiros). Por sermos uma empresa com fins educacionais e não lucrativos, temos a oportunidade de oferecer aos nossos clientes um serviço de qualidade com um preço super acessível.

Em meio a crise e a necessidade de se adaptar à conjuntura atual, empresas seniores contratam juniores para encontrar uma solução proveitosa e viável, e continuar crescendo no seu meio. Confira aqui uma reportagem do programa Pequenas Empresas e Grandes Negócios, sobre uma empresa de churros que contou com a ajuda de uma EJ da Unicamp para inovar no modo de vender seus produtos.

No Meio Acadêmico:

As EJ’s (Empresas Juniores) vão além de prestadoras de serviços para o Mercado, nosso movimento tem também como objetivo formar jovens melhores por meio da vivência empresarial e experiência com a realização de projetos. O MEJ é capaz de mudar de maneira relevante a vida de muitos estudantes, transformando muitos alunos em pessoas mais éticas, colaborativas e empenhadas em mudar o Brasil. Os alunos que passam por ele tornam-se mais empenhados com a vida acadêmica e criam fortes vínculos com suas respectivas Faculdades.

Outro ponto crucial no impacto causado por uma EJ no meio acadêmico é a evolução da estrutura da Universidade ou do centro de Ensino por meio de investimentos adquiridos pela realização dos projetos. Por exemplo, caso um laboratório venha a fazer um serviço em conjunto com uma EJ, o fruto desse trabalho muitas vezes é revertido em investimentos para o próprio laboratório. É visível que, consequentemente, a Universidade também irá evoluir tendo seus laboratórios sendo aprimorados constantemente. Quem mais ganha com esse cenário são os alunos, já que a partir disso criam-se novas oportunidades de pesquisas para eles.

 

O impacto causado pelas Empresas Juniores na Sociedade

O movimento Empresa Júnior é totalmente focado em promover, de acordo com os seus pilares, um país melhor para o futuro, focando na ética, na colaboração, na educação e na competitividade (de forma saudável). Com este foco, o movimento conseguiu que em 6 de abril de 2016 fosse sancionada a lei 13.267, que regulamenta as EJ’s do país, garantindo o ofício dessas unidades em território nacional. Além disso, a lei assegura às empresas a orientação dos professores na realização de projetos, a ajuda das instituições universitárias em que a empresa está inserida e o investimento dos recursos gerados pela própria EJ na atividade-fim e em seus membros.

 

Gostou do texto? Quer saber mais sobre o dia-a-dia da nossa empresa?

Confira aqui: Coisas Inusitadas que Acontecem na P&Q

 

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Vocês já imaginaram o quanto aquela fábrica do refrigerante que você ama consome de água por litro de produção? Então, imagine. Agora pensa na quantidade dessa água que é descartada! É aí que a gestão ambiental se encaixa.

 

Quando a produção industrial começou, lá na Inglaterra, no que hoje consideramos a 1ª fase da revolução industrial, começou também uma nova relação humano-natureza. Inicialmente, foi vista como facilidade para uma produção maior, mas com o passar dos anos começou-se a reparar nas consequências. Principalmente ambientais.

Mas foi somente no século XX que começaram a ser discutidos os impactos da indústria no meio ambiente. Isso devido ao fato dos recursos estarem sendo utilizados em proporções muito maiores do que o planeta suporta.

 

Limites do crescimento econômico baseado no crescente uso dos recursos naturais

Na década de 70, cientistas do MIT publicaram um estudo sobre a pressão gerada em cima do planeta por causa do crescimento populacional exacerbado. Este estudo despertou a consciência ecológica mundial, e levou à I Conferência Mundial Sobre Meio Ambiente ou Conferência de Estocolmo, em 1972.

Essa conferência levou os países a planejarem legislações e órgãos ambientais. E então foram agregados às produções custos do controle ambiental. Para as empresas essas legislações eram vistas como empecilhos e obstáculos para a produção.

Mas a partir de 1990 a imagem mudou. As organizações passaram a ter imagem e credibilidade, perante a sociedade, em cima da qualidade ambiental da sua produção.

A Conferência de Estocolmo foi o pontapé inicial para um debate mundial sobre o meio ambiente. Esses debates foram realizados em encontros globais, onde ficaram assinados alguns acordosOs objetivos gerais desses acordos eram combate ao desperdício de recursos não-renováveis, de energia, de matérias primas escassas e combate à pobreza.

Um setor da indústria muito importante é o da Química, estima-se que faturou, mundialmente, US$3,7 trilhões em 2008. Sendo, ainda, a responsável pelo fornecimento de insumos para vários outros ramos industriais.

 

Indústria Química

Essa indústria teve origem na Alemanha, sendo seguida pela Inglaterra. Ela é a responsável por fornecer matérias-primas e produtos para os outros setores produtivos, desempenhando papel essencial na economia.​

A indústria química tem como objetivo oferecer soluções e melhorias dos processos e qualidade de produtos.

Ela é responsável pela produção de cloro, resinas, amônia, gases industriais, fibras sintéticas, aditivos, catalisadores e vários outros produtos indispensáveis para a vida como a conhecemos hoje. No geral, insumos para outros setores industriais.

A indústria química brasileira teve um faturamento de US$122 bilhões em 2008, de acordo com a ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química, ficando em 9º lugar em faturamento mundial. Sendo ainda, responsável pela movimentação de ¼ do PIB Industrial do país.

 

Principais problemas ambientais vividos na atualidade

As atividades industriais, assim como a forma que vivemos tem sobrecarregado o planeta. Alguns dos principais problemas que hoje encontramos é:

      • Destruição da Camada de Ozônio: os gases CFCs lançados para a atmosfera se decompõe e o Cl liberado reage com a o ozônio, reduzindo a quantidade de O3.​
      • Efeito Estufa: causado pelo lançamento de gases na atmosfera, principalmente CO­2, que intensificam o isolamento térmico (que já é natural), do planeta;​
      • Perda de biodiversidade, extinção de espécies.

Para controlar e identificar formas de desgastar menos o meio ambiente com as ações da indústria e das empresas foi desenvolvida a Gestão Ambiental.

 

Gestão Ambiental

Gestão ambiental consiste no controle e diminuição dos impactos ao meio ambiente, a partir das atividades realizadas por organizações.​

Existem as instituições de normatização, como ISO – International Organization for Standardization – , a EMAS – Eco-Management and Audit Scheme – a nível europeu e a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – no Brasil, sendo pioneira na definição e metodologias sobre sustentabilidade urbana. Todas elas têm como objetivo agir como auxiliadoras na estruturação e facilitação do controle sobre sua organização.

A série ISO 14000 estabelece as diretrizes de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e fornece ferramentas, normatizando práticas sustentáveis e políticas ambientais. Seu objetivo é uma metodização do sistema de gestão ambiental de forma a atuar em uma busca contínua de melhoria da relação indústria-meio ambiente.

O Sistema de Gestão Ambiental

O Sistema de Gestão Ambiental tem como objetivo promover uma maior compreensão, organização e planejamento das ações de uma empresa ou indústria, sobre os impactos dos seus produtos e serviços no meio ambiente.

Uma das principais vantagens de se atuar por um sistema de gestão ambiental é a imagem que o mercado e a sociedade tem da empresa ou indústria, possibilitando melhores e mais oportunidades de negócios. Você pode ler um pouco mais sobre Marketing Verde aqui!

 

Ferramentas de Gestão Ambiental

Existem, hoje, duas principais ferramentas quando se fala de gestão ambiental. A P+L (produção mais limpa) e a Ecodesign.

A P+L é uma alternativa de prevenção, cujos objetivos são: a redução do uso de recursos naturais; prevenção da poluição do ar, água e solo; redução dos resíduos gerados nos processos.

A partir do gerenciamento dos processos e, quando necessário, reformulação das políticas internas e de relação com o meio ambiente, se obtém uma maior eficiência dos processos. A implementação de uma produção mais limpa não exige da instituição novas tecnologias, ela pode atuar utilizando-se do que já tem.

Ecodesign é o planejamento e atuação de forma a pensar no meio ambiente em todas as ações. É a escolha de materiais menos poluentes, não tóxicos, que exijam menos energia na produção; é também a qualidade e durabilidade dos seus produtos; a possibilidade de troca de peças ao invés da inutilização de todo o produto, em caso de falha.

Assim como a P+L, ela é uma forma de promover o desenvolvimento sustentável, trocando atuais processos por outros que firam menos o meio ambiente.

 

Indústria Química no Brasil

Em território nacional temos indústrias químicas brasileiras, como:​

      • Braskem: fornece matérias primas para os segmentos de borracha, adesivos, agronegócios e construção.​

E várias outras, além de indústrias de origem estrangeira, como a Bayer e a Basf.

Atualmente, a maioria das empresas possui a Sustentabilidade como um dos princípios que guiam suas ações. Assim como presença social, atuando em projetos para a vizinhança urbana no qual está inserida.

A Bayer, por exemplo, possui projetos de educação, ciência e cultura para as áreas em volta de seus pólos industriais.

Uma forma de promover uma gestão de seus resíduos é o que acontece no pólo industrial da Bayer em Belford Roxo, que possui diversas empresas envolvidas em atividades complementares em um mesmo espaço.

O pólo de Belford Roxo, possui, ainda, uma estação de tratamento de água que capta do rio adjacente para a produção, e depois trata a água novamente e à repõe ao meio ambiente.

Outra, empresa importante, a Braskem, de 2012 à 2014, por exemplo, utilizou 1,8 bilhões de litros de água de reuso em alguns de seus processos.

A Coca-Cola, apesar de não ser classificada como indústria química, também investe muito em projetos e iniciativas ambientais. Por exemplo, em questão de consumo de água, ela alcançou a neutralidade, ou seja, toda a água consumida em seus processos é compensada a partir de projetos de restauração e conservação de bacias hidrográficas.

A gestão ambiental é muito importante na indústria química, reflexo disso é que o setor químico detinha cerca de 12% de todas as certificações ISO 14001 em 2005, ficando atrás apenas do setor automobilístico.

​A preocupação ambiental se tornou latente nas últimas décadas, e a gestão ambiental se tornou uma peça fundamental. Tanto ecológica quanto econômica, uma vez que o próprio mercado consumidor exige esse lado amigo do ambiente por parte das empresas e indústrias.​

Se você possui uma empresa, que tal ficar ligado nessa questão ambiental também?!

Para ler um pouco mais sobre gestão ambiental e gestão de resíduos acesse:​

Venha para o lado verde da força: PGRS

 

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