ETE E ETA: UM CUIDADO INDISPENSÁVEL COM A ÁGUA

Você provavelmente em algum momento da sua vida, seja no ensino médio ou em meio a notícias e conversas, já ouviu falar nas siglas ETA e ETE, certo? Mas você sabe o significado e o impacto que elas possuem na sociedade? Elas são de grande ajuda para o bem estar do ser humano e para a sustentabilidade do nosso planeta!

 

ETA e ETE se referem a estações de tratamento de água para consumo humano e tratamento de água proveniente de esgotos, respectivamente.​

É de conhecimento geral o quão a água é essencial para a sobrevivência e diversas atividades cotidianas e também o quão abundante ela é em nosso planeta. Entretanto, grande parte dessa água não pode ser usada para muitas finalidades, como para ingestão.​

A água cobre mais de ¾ de nosso planeta, porém, de acordo com o National Ocean Service, dos Estados Unidos, cerca de 97% está presente nos oceanos em forma de água salgada. A água doce representa menos de 3% do total, mas a maior parte está localizada em locais de difícil acesso, como regiões subterrâneas e nas geleiras, fazendo com que reste muito pouco para a nossa utilização.​

Dessa forma, torna-se imprescindível o tratamento da água poluída, contaminada por elementos físicos, químicos e biológicos que podem ser nocivos ou prejudiciais aos seres vivos.​

Para isso, grandes investimentos são feitos em estações de tratamento de água para que esse bem de domínio público e dotado de valor econômico seja melhor aproveitado.​

É importante ressaltar que não só a água para o consumo humano deve ser tratada como também a água proveniente de esgotos, para que seja descartada causando baixo impacto ambiental.

 

Estação de Tratamento de Água - ETA

Uma ETA realiza o tratamento da água retirada de fontes naturais para o consumo humano.​

O tratamento dessa água, de forma geral, segue algumas etapas padrões. Primeiro a água é captada e transportada até a estação. Ao chegar à estação ela passa pela floculação. ​

​Nessa etapa são adicionados produtos químicos à água para que os sedimentos presentes se aglutinem na forma de flocos. Para que isso ocorra são usados produtos como sulfato de alumínio ou cloreto férrico, por exemplo. Esses sais são acrescentados juntamente com outras substâncias que controlam o pH do meio e formam uma substância gelatinosa capaz de gerar flocos com as impurezas coloidais.​

Após aglutinar todas as partículas de forma que elas possuam a capacidade de serem decantadas, a próxima etapa sedimenta os flocos produzindo a clarificação da água.​

Sabemos que o aspecto físico da água não é a única preocupação em seu tratamento, então a próxima etapa tem a função de remover grande parte da carga biológica da água através da filtração.​

Por fim, a desinfecção é realizada a fim de livrar a água da carga biológica restante da filtração. No Brasil, os maiores agentes usados para a desinfecção são o cloro e o flúor.

 

O IBGE expõe que essa operação de limpeza atende a 80% dos brasileiros.

 

Estação de Tratamento de Efluentes - ETE ​

Uma ETE trata os efluentes domésticos e industriais, ou seja, resíduos descartados ao final de um processo.​

      • Efluente doméstico: composto por água mais impurezas geradas pelo uso. Essas impurezas consistem em matéria orgânica, nutrientes, bactérias, vírus, sólidos dissolvidos e sólidos suspensos.​

      • Efluente industrial: composto por água de consumo industrial mais impurezas geradas pelo uso. Essas impurezas variam de acordo com a indústria em questão e podem conter metais pesados, óleos entre outras substâncias contaminantes e tóxicas.​

Boa parte desses efluentes, tanto domésticos quanto industriais, é lançada novamente ao meio ambiente e, por isso, precisa ser tratado para não contaminar o solo e os mares. Algumas das principais características dos efluentes são odor e a cor, que são desagradáveis para os seres humanos, além do caráter perigoso das substâncias.

O tratamento de efluentes é um serviço muito importante para qualquer tipo de estabelecimento que tenha um volume mínimo de efluente e que sejam perigosos para o meio ambiente, como por exemplo de empreendimentos hospitalares e lugares que trabalham com reações químicas.​

O tratamento de efluentes industriais ideal é indicado de acordo com a carga poluidora e presença de contaminantes. Os processos de tratamento são classificados em físicos, químicos e biológicos.

      • Processo Físico: processos em que há a remoção dos sólidos em suspensão sedimentáveis e flutuantes através de separações físicas, tais como gradeamento, peneiramento, caixas separadoras de óleos e gorduras, sedimentação e flotação. Ocorre ainda a remoção da matéria orgânica e inorgânica em suspensão coloidal e reduzem ou eliminam a presença de microrganismos.

      • Processo Químico: ocorre a utilização de produtos químicos em seu processo, tais como agentes de coagulação, floculação, neutralização de pH, oxidação, redução e desinfecção em diferentes etapas dos sistemas de tratamento. Conseguem remover os poluentes por meio de reações químicas, além de condicionar a mistura de efluentes que será tratada nos processos subsequentes.

      • Processo Biológico: o tratamento biológico de esgotos e efluentes industriais tem o objetivo de remover a matéria orgânica dissolvida e em suspensão ao transformá-la em sólidos sedimentáveis (flocos biológicos) e gases. Basicamente, o tratamento biológico reproduz os fenômenos que ocorrem na natureza, mas em um tempo menor.

Dentro desses processos existem algumas outras etapas de tratamento. Em uma ETE, os efluentes passam por cincos etapas antes de serem devolvidos ao meio ambiente e reutilizados.

 

Pré-tratamento ​

Nessa etapa ocorre a remoção do material mais grosseiro, flutuantes e materiais minerais sedimentáveis através de processos físicos, para então preparar o efluente restante para as próximas etapas do tratamento. São utilizados processos como o de gradeamento em que há a retenção do material sólido grosseiro. Outro processo muito utilizado é a caixa de retenção de gordura as quais funcionam como uma espécie de filtro, retendo os materiais oleosos.

Esse processo ajuda a evitar danos nos equipamentos ao longo do tratamento, como bombas, tubulações e unidades subsequentes. Sendo uma forma de prevenção de problemas que podem ocorrer.

 

Tratamento primário ​

O tratamento primário é um pouco mais complexo que o pré-tratamento, visto que, ocorre a remoção dos sólidos em suspensão sedimentáveis, materiais flutuantes e parte da matéria orgânica em suspensão.

A decantação simples, isto é, um método de separação físico usado para misturas heterogêneas de líquido e sólido é um processo do tratamento primário. Nele utiliza-se a ação da gravidade para fazer com que as partículas do sólido se depositem no fundo do recipiente.

A flotação também pode ser utilizada nessa etapa. Visto que neste processo há a separação de misturas heterogêneas por meio da adição de bolhas de ar ao meio, isso faz com que as partículas fiquem em suspensão no líquido. Então, a espuma formada pode então ser removida, arrastando consigo as partículas de impurezas.

Tratamento secundário ​

Nessa etapa, busca-se a remoção de sólidos finos, da matéria orgânica dissolvida e em suspensão. Esta última é removida totalmente. Muito utilizadas no tratamento de esgoto, as lagoas aeradas são formadas por uma suspensão de bactérias heterotróficas que metabolizam o material orgânico.

A massa bacteriana forma flocos macroscópicos que são mais densos do que a água e, portanto, tendem a sedimentar. Contudo, na lagoa os flocos são mantidos em suspensão, pela turbulência introduzida pela aeração mecânica. Por isso, após passar por esse processo, esta água residual deve voltar a se decantada, decantação secundária, pois ainda apresenta bactérias.

 

Tratamento do lodo ​

O lodo é um subproduto do tratamento de efluente e também resulta da remoção da matéria orgânica contida no esgoto. Dependendo do efluente inicial e do processo de tratamento escolhido a quantidade e a natureza do lodo variam. Sendo assim, o tratamento do lodo busca diminuir o volume e o teor de matéria orgânica.

 

Tratamento terciário ​

Após o tratamento secundário, o efluente pode ser usado para lavagem de ruas ou rega de jardim. Também pode ser submetido a outro tratamento para ser reutilizado interna e interinamente, com fins não potáveis. Isso é importante porque ajuda bastante na economia de água.

O uso como água não potável, mesmo após tratado, pode conter organismos patogênicos, nitrogênio, fósforo, entre outras substâncias. Aí que entra o tratamento terciário, na remoção dessas substâncias através de técnicas de filtração, ozonização, cloração, carvão ativado, osmose reversa, troca iônica, eletrodiálise, entre outras.

 

Garantia da qualidade

Como a maioria dos processos relacionados à água, existem normas impostas pela ABNT que estabelecem padrões para a qualidade da água e para a construção das estações de tratamento e resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA, para que os resíduos desses processos sejam descartados da forma menos nociva possível para a natureza e que o produto final possua a qualidade necessária para ser reutilizado.

 

​Desempenho no Brasil

O Brasil é destaque em construções sustentáveis, segundo informações do G1, e podemos ver o crescente investimento em sustentabilidade com as construções de ETEs em vários estados do país. Logo no início de 2018 foi inaugurada a ETE Pirajibu, no município de Itu, em São Paulo, no dia do aniversário da cidade. Por meio dessa inauguração, o município de Itu atingirá 100% de tratamento de esgoto em 2018. Todas as regiões serão abrangidas.​

Niterói também apresenta grande destaque em saneamento básico. Um levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil mostra a cidade como a 1° no estado do Rio de Janeiro e 12° no ranking nacional. Em 2016, 95% do esgoto da cidade era tratado, mas a expectativa é que até 2019 a marca de 100% seja atingida.

 

Geração de novas oportunidades

O biogás que é produzido durante o tratamento de efluentes tem sido estudado para que possa ser utilizado na geração de energia elétrica para a própria estação de tratamento. Também é possível usá-lo como gás doméstico e industrial e combustível para automóveis.​

Não apenas promissoras no campo ambiental, as ETEs e ETAs oferecem também oportunidades à mão de obra qualificada do país. Através de concursos, são oferecidas vagas nas áreas de operação das ETEs e ETAs em alguns estados do país.

Após essas informações, fica claro o quão importantes esses processos são e também o quão essenciais. A construção dessas estações devem e estão a ser estimuladas com a finalidade de garantir que a água seja preservada.

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