O BRASIL DESCARTA CERCA DE 6 MIL PISCINAS OLÍMPICAS POR DIA

O Brasil ainda despeja uma quantidade de aproximadamente 6 mil piscinas olímpicas por dia de esgotos sem tratamento na natureza. A perda total de água por ano com o desperdício chega a 37% de tudo o que é consumido, de acordo com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e o Instituto Trata Brasil.​

Essa situação é alarmante, levando em conta que 35 milhões de pessoas não possuem abastecimento de água potável e que o Brasil assumiu um compromisso com as Nações Unidas de levar água e saneamento para toda a população até 2030.​

Esse desperdício se dá das mais variadas formas, seja por imóveis que não estão ligados à rede de esgoto, por vazamentos, roubos, ligações clandestinas e outros problemas no transporte, além do desperdício dado por atividades domésticas.​

Não tão evidente, mas ainda sim expressivo está o desperdício por parte das águas de piscina. Estima-se que os procedimentos de manutenção desses artifícios de lazer consomem cerca de 1,2 bilhão de litros de água por ano.​

Estabelecimentos esportivos, clubes, condomínios e residências que possuem piscina demandam um grande volume de água e precisam garantir que a água possua as condições necessárias para contato primário, que são condições específicas para que não apresente riscos à saúde e bem estar humano.​

As características mais almejadas são ter uma piscina sempre limpa, azul, com água transparente, saudável aos banhistas, sem sujeiras em suspensão ou no fundo, com cheiro agradável, que não arda os olhos, não resseque o cabelo e nem a pele.​

Para garantir essas características, deve-se investir na manutenção das piscinas. Essa manutenção pode ser dada pelo tratamento e controle com processos químicos e físicos, mas a falta de conhecimento ou ainda de tempo disponível para esse cuidado fazem com que a água dessas piscinas sejam trocadas com uma frequência menor do que a necessária e indicada.

Um exemplo é que nas olímpiadas de 2016, no Rio de Janeiro, houve despejo impróprio de produto nas piscinas, o que mudou a coloração das águas e as tornou imprópria para a atividade a ser realizada. A mistura de peróxido de hidrogênio com cloro “enganou” o sistema que mede o aspecto da água e, assim, houve a proliferação de material orgânico.​

Entre os problemas mais comuns encontrados nas piscinas estão a água verde, turva, o desenvolvimento de algas na superfície, sujeira decantada, bordas manchadas, pintura desbotada e o forte cheiro de cloro e outras substâncias.

 

Como manter a qualidade das piscinas

O estabelecimento de uma piscina deve ser pensado desde o local da implantação até às características que definirão sua durabilidade e qualidade. As piscinas devem ser estabelecidas em locais resguardados, para evitar contaminações e acúmulo de resíduos, como folhas de árvores e poeira.​

Os materiais em contato com a piscina devem ser bem escolhidos, de modo a evitar corrosão ou deteriorização.​

Em caso de piscinas maiores, como em clubes e condomínios, deve-se garantir que as substâncias aplicadas sejam homogeneizadas com o uso de equipamentos, como bombas. Assim, também é necessário ter conhecimento do volume da piscina.​

Inicialmente a piscina deve ser abastecida com água destinada ao consumo humano. Após isso, para garantir a qualidade da água, são necessárias análises laboratoriais que indicarão tratamentos mais ou menos dispendiosos de acordo com o pH, a condutividade elétrica, a turvação e a quantidade de microrganismos.​

Tendo em mente que a água fica retida na piscina por longos períodos de tempo, o tratamento adotado deve ser periódico para manter a piscina limpa e sem riscos para a saúde dos utilizadores. Atente-se de que mesmo com aspecto límpido, a água pode conter microrganismos, alguns deles, eventualmente, transmissores de doenças.​

Uma filtração e desinfecção adequada removem gorduras, óleos e outros contaminantes e matam os microrganismos que constituem riscos.​

O tratamento da água pode ser bem simples. A desinfecção pode ser feita com cloro disponível na forma de hipoclorito de sódio líquido, facilmente encontrado. Mas cuidado, o alto teor de cloro pode gerar olhos vermelhos, ardor ou ainda odor forte.​

A correção do pH pode ser feita com ácido clorídrico ou soda cáustica, no sentido de diminuir ou aumenta-lo. Se os acessórios da piscina apresentarem sinais de corrosão, existem grandes chances do culpado ser o pH.​

Em casos de algas ou paredes com limo podem ser resolvidas com sulfato de cobre comercial dissolvido.

 

Já pensou em reaproveitar a água desperdiçada nas piscinas?

Existem sempre soluções práticas e criativas para otimizar nossos recursos e obter o máximo de benefícios dos nossos processos, e quando o assunto em questão é água, é ainda mais significativo. Segundo a CEBDS, a Braskem, empresa química e petroquímica brasileira, investiu investiu R$ 280 milhões, desde 2002, em projetos de melhoria da eficiência hídrica e já obteve uma economia acumulada superior a R$ 188 milhões em redução de custos.​

Para o reaproveitamento das águas de piscinas, a instalação de um reservatório na saída do sistema de limpeza permite que a água seja captada ao invés de ir para o esgoto. Ela pode ser utilizada em aplicações que não envolvem o consumo humano, como na higienização de áreas comuns ou na rega de jardins, como sugere Paulo Rodrigues Félix, sócio-gerente de uma empresa que oferece cursos para administradores de condomínios no site da AECweb.​

Além da economia de água, os empreendimentos que adotam essa alternativa têm outros benefícios, como a diminuição no valor pago às concessionárias públicas de abastecimento.​

O cuidado à água é uma questão de responsabilidade social. Procurar formas de diminuir perdas e desperdícios é uma tarefa simples e rápida graças aos benefícios oferecido pela grande conexão entre ideias e invenções das diferentes partes do mundo. A implantação desses projetos é muitas vezes barata e traz grande retorno. Não deixe de investir na sustentabilidade e garantir bem estar à sociedade atual e às futuras gerações.

 

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