Efluentes: Como Realizar Seu Tratamento
EFLUENTES: COMO REALIZAR SEU TRATAMENTO Você sabe o que são efluentes? Conhece seus tratamentos? Saiba mais sobre a importância da análise e como ela auxilia
O Brasil é um dos países que possui uma bacia hidrográfica gigantesca, de onde vem o abastecimento de água da população. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, 94% da população brasileira tem acesso à água potável. Apesar disso, quando falamos de manutenção da qualidade da água e como ela pode se tornar imprópria para consumo, o assunto é mais delicado.
Toda água disponibilizada para consumo no Brasil segue um conjunto de parâmetros para que a mesma não seja maléfica para a saúde humana. Esse conjunto de parâmetros está contido na Portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde de 12/12/2011. Nesse documento há quantidades mínimas e máximas aceitáveis de determinados indicadores para que a água analisada seja classificada como potável ou não.
Dentre todos os parâmetros da Portaria, alguns destacam-se pela sua importância no conhecimento de suas concentrações. Os testes desses serão mais relevantes que outros, devido a gravidade das possíveis consequências. Tais referências são os coliformes termotolerantes, os coliformes totais, alguns íons, o pH, os sólidos totais dissolvidos (TDS) e a turbidez.
Os coliformes termotolerantes são bactérias encontradas em homens e animais homeotérmicos, animais que possuem temperatura corporal constante. Localizam-se no intestino e somente são nocivas à saúde se encontradas fora deste órgão.
Caso uma amostra de água contiver tais bactérias, é um indicativo de que a mesma teve contato com material orgânico ou até mesmo com fezes de outros animais.
Dentre as bactérias existentes, a E.Coli releva-se como sendo uma das que são mais prejudiciais se ingeridas por via oral. Uma vez no estômago, essa bactéria pode causar, por exemplo, gastroenterite e outros distúrbios gastrointestinais, infecções urinárias, pneumonias e meningite.
Assim como os coliformes termotolerantes, os coliformes totais também são utilizados para determinação de potabilidade. O teste para coliformes totais é menos preciso do que para as coliformes termotolerantes. Por esse motivo, os dois testes são realizados para que não se tenha dúvida da qualidade da amostra analisada.
Semelhantemente às termotolerantes, a confirmação da presença de coliformes totais em uma alíquota de água torna esta imprópria para consumo. A presença de coliformes totais podem provocar doenças de veiculação hídrica, como, febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera.
Os íons presentes na água são responsáveis por regular alguns fatores físicos-químicos. Estão presentes em água os íons Fluoreto, Cloreto, Nitrito, Brometo, Nitrato, Fosfato, Sulfato, Sódio, Amônio, Potássio, Cálcio e Magnésio.
Tais substâncias interferem no potencial de eletricidade da água e fazem parte da quantidade necessária para consumo diário da nutrição humana. Beber água com um teor de sódio alto, por exemplo, pode fazer com que o corpo desidrate aos poucos devido o sódio ser osmoticamente ativo.
Em regiões do interior como sítios ou fazendas onde utiliza-se agrotóxicos, a concentração de nitrito e nitrato no solo pode fazer com que a água fique contaminada. Ingerir grandes quantidades desses dois íons diariamente pode provocar, a longo prazo, câncer de estômago e, em crianças menores do que 6 meses, a “síndrome do bebê azul”.
O pH (potencial hidrogeniônico) mede a concentração de íons hidrônio em algum meio, no nosso caso a água. Dentre todos os testes realizados para determinar se a água é própria ou não para consumo, o de pH seria o que tem maior margem para adequar-se às normas.
Podendo variar de 6,0 até 9,5, e a escala original variando de 0 até 14, sendo 0 a 6,9 ácido, 7 neutro e de 7,1 a 14 básico. O que significa que a cada 1 unidade de pH, a concentração de hidrogênio é 10 vezes maior ou menor dependendo da variação, sendo positiva ou negativa.
Beber uma água com pH fora da faixa aceitável é motivo de discussão até os dias atuais. Médicos dizem que o ideal é beber uma água que esteja com pH alcalino, no limite da Portaria nº 2.914, algo em torno de 9,5, pelo fato de, com o passar dos anos, o corpo vai tornando-se mais ácido e isso prejudica certas funções corporais e, consequentemente, a saúde do indivíduo.
O teste de TDS mede a concentração de minerais na amostra. O motivo para esse teste ser relevante perante aos demais é que, dependendo do valor da concentração, a condutividade elétrica e a tensão superficial podem ser alteradas. Se o valor em ppm (partes por milhão) for igual ou menor do que 1000, a concentração das partículas dissolvidas é considerada satisfatória.
Beber uma água com TDS alto ou baixo pode ser prejudicial à saúde pelo fato de, como já citado anteriormente, a condutividade elétrica e a tensão superficial estarem fora dos valores padrão. Isso interfere na transmissão de impulsos nervosos, consequentemente na realização de movimentos e na atividade cerebral, e na osmorregulação corporal, o que pode causar desidratação quando a água passar nos capilares sanguíneos.
A turbidez da água é uma importante propriedade para determinar se a água é potável ou não. Esse teste está relacionado a absorção e reflexão da luz. Dependendo da quantidade, do formato e do tamanho de partículas sólidas em suspensão, pode-se formar colóides e estes interferirem na propagação da luz pelo meio aquoso.
Com todas essas variáveis, foi determinado uma medição matemática para classificar como potável ou não uma amostra a ser analisada. O NTU (Nephelometric Turbidity Unit, em português, Unidade Nefelométrica de Turbidez) é a medida utilizada para o controle da qualidade. Caso o teste aponte uma quantidade menor ou igual a 5 NTU, pode-se considerar o resultado satisfatório.
Ingerir água com valor acima de 5 NTU é prejudicial a saúde. Especialistas dizem que é quase certo de existirem microorganismos patogênicos e estes ficam “protegidos” pela turbidez da água, para que assim possam conseguir sobreviver e proliferar. Tais microrganismos são protozoários ou bactérias que causam problemas à saúde humana e a “proteção” é ocasionada pela presença de matéria orgânica que proporciona o desenvolvimento.
E o que acontece se ingerirmos água não potável?
Por passar por mananciais contendo efluentes que comprometem a qualidade da água, o que exige investimentos em ETA’s (Estações de Tratamento de água), a água pode tornar-se não potável ao chegar até nós. As instalações hidráulico-sanitárias em má condição de conservação prejudicam as características da água, tornando-a imprópria para o consumo, visto que afetam os parâmetros de qualidade indicados.
Os meios de chegada da água até a sua torneira ou bebedouro precisam de grandes cuidados para que o seu consumo seja proveitoso. Quando as caixas d’água ficam destampadas ou surgem os conhecidos “limos”, os parâmetros são alterados e os riscos de alteração da água aumentam. Além disso, encanamentos corroídos ou desgastados também são focos de proliferação de microorganismos que podem afetar a qualidade da água.
As consequências da ingestão de água não potável são doenças já conhecidas, como hepatite A, amebíase e as demais já citadas anteriormente no texto. Todas têm em comum a forma de como são contraídas: ingestão de água contaminada.
Uma das maneiras de evitar que as consequências da ingestão de água potável chegue até você é por meio de uma análise da água . Através da análise de potabilidade de água, os parâmetros citados são conferidos e comparados com a margem das taxas estabelecida pela Portaria nº 2.914.
O ideal é que a análise, realizada em laboratório, seja feita de 6 em 6 meses. Dessa maneira, o risco de (re)contaminação diminui, sendo então seu consumo de maior garantia.
Uma das maneiras de evitar a ingestão de água não potável é certificar que a mesma está apta para o consumo. Buscar saber a procedência da água e os teores de íons presentes é de suma importância.
Por exemplo, os teores de nitrato na água nem sempre são bem definidos. Mesmo não sendo prejudicial em poucas quantidades, o íon nitrato também está presente em outros alimentos ingeridos. O seu consumo em excesso acarreta na conversão deste em nitrito, outro íon considerado agravante para a saúde humana, principalmente para grávidas e crianças.
Com o conhecimento adquirido nesta leitura, pode-se perceber que há inúmeras razões para ter cuidado com a água que está bebendo. As doenças citadas, em sua maioria, são graves e podem levar à consequências mais sérias se diagnosticadas tardiamente.
Por isso, sempre que surgir dúvidas, procure fazer uma análise de água de qualidade para que sua saúde seja preservada, já que este é o maior bem que possuímos.
Para saber mais sobre o assunto, confira outros textos do nosso blog:
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