Rotulagem Nutricional: Uma Aliada Para Impulsionar Vendas
ROTULAGEM NUTRICIONAL: UMA ALIADA PARA IMPULSIONAR VENDAS Você sabe as substâncias que estão presentes no alimento que você vende? Você conhece as determinações da Anvisa
No início do mês de julho de 2019, a Ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) confirmou a informação de que, durante um ano e meio, o Reino Unido devolveu ao Brasil 1,4 mil toneladas de frango por contaminação com salmonela, de acordo com a Folha de São Paulo.
Neste período, que durou entre abril de 2017 e novembro de 2018, as aves congeladas foram impedidas de entrar no Reino Unido pela presença da bactéria. De acordo com a ministra, foram devolvidos 17 contêineres, sendo 16 por causa da bactéria e um por problemas de refrigeração.
A investigação foi conduzida pela ONG Repórter Brasil e divulgada pelo Jornal The Guardian. A Ministra informou ainda que a carne devolvida poderia ser utilizada no mercado brasileiro. Segundo a assessoria do órgão, esses frangos não podem ser vendidos crus, mas com um termoprocessamento eles podem ser comercializados.
Para sabermos como prevenir a contaminação e a transmissão dessa bactéria, precisamos entender melhor sobre ela.
Segundo o Ministério da Saúde, a Salmonela é uma bactéria que possui duas espécies causadoras de doenças em humanos: S. entérica e S. bongori.
A Salmonela pode causar dois tipos de doença: a salmonelose não tifóide e a febre tifoide, sendo esta a mais grave, possuindo uma taxa de mortalidade maior que a samonelose não tifóide, embora ambas possam levar à morte.
O principal sintoma da infecção é a diarreia, mas antes da mesma se manifestar, pode haver dor abdominal e constipação. Pode haver também um aumento da sensibilidade do cólon intestinal porque a infecção leva a inflamação do órgão.
O não tratamento pode piorar o quadro de sintomas, podendo levar a febre tifoide, que quando não tratada, pode levar a morte. A bactéria atua sobre o intestino do indivíduo, onde se multiplica e pode entrar na corrente sanguínea, atingindo outros órgãos no corpo e por isso é tão perigosa.
Para as gestantes a atenção deve ser redobrada, não se deve manter contato com uma pessoa infectada e aumentar a atenção em relação a alimentação, pois a infecção pode chegar a placenta e causar doenças graves e até a morte do feto.
A transmissão da doença, na maior parte dos casos, se dá por meio da ingestão de alimentos contaminados e dos maus hábitos de higiene.
A Samonella fica dispersa no ambiente e pode entrar no organismo ao se ingerir alimentos contaminados por meio de fezes de animais. Isso acontece ao se comer carnes e ovos crus ou mal passados ou quando não se lava as mãos antes de cozinhar. O maior risco, em geral, está em carne de aves, ovo, leite não pasteurizado e seus derivados.
Também pode ser transmitida pelo contato com água contaminada ou ingestão de alimentos que tenha tido contato com animais como galinhas, porcos, répteis, anfíbios, vacas e até mesmo animais domésticos.
O contato com as fezes do animal, mesmo que pelo ar particulado é também um grande risco pois contamina alimentos e estes são considerados uma via de transmissão. Assim como a ingestão da carne do próprio animal contaminado.
Para isso, é preciso que sejam tomadas medidas de controle em todas as etapas da cadeia alimentar. O alimento precisa passar por essas medidas desde a produção agrícola até o seu cozimento nos estabelecimentos comerciais e residência.
Vamos comentar algumas medidas imprescindíveis para evitar a contaminação.
É essencial lavar as mãos de modo adequado antes, durante e após manipular, preparar ou consumir alimentos, assim como após tocar em animais, usar o banheiro ou manipular lixo e resíduos.
É de extrema importância lavar todos os utensílios utilizados no preparo da comida, desde talheres, tábuas e pia antes, durante e depois o manuseio. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, na preparação, recomenda-se o uso de facas e tábuas diferentes para carnes e demais alimentos, como saladas e vegetais.
Se estes forem higienizados de forma inadequada, pode ocorrer contaminações cruzadas, ou seja, se houver um alimento contaminado e outro não, o uso do mesmo utensílio para ambos para contaminar o que estava seguro para consumo.
Não é recomendável que se use tábuas de madeira para cortar carnes, pois a bactéria pode ficar na sua superfície mesmo após a higienização.
Os alimentos precisam ser bem lavados, especialmente frutas e verduras. Os vegetais podem ser higienizados com uma colher de água sanitária ou com hipoclorito de sódio. O vinagre, que é amplamente utilizado, não é ideal para fazer a lavagem, pois não higieniza de forma completa.
Carnes devem ser descongeladas aos poucos. Caso elas estejam no freezer, é aconselhável descongelá-las na própria geladeira ou com água fria, pois temperaturas mais elevadas são propícias para o surgimento e desenvolvimento de bactérias.
Enter your text here…
Segundo a infectologista e presidente do CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) do Emílio Ricas, Rosana Richtmann, afirma que um bom cozimento é a principal forma de evitar a infecção por salmonela.
O ovo precisa ser muito bem cozido para evitar riscos. Deve-se evitar o consumo deste com gema mole. A casca precisa ser levada e o ovo precisa ser armazenado sob refrigeração. A especialista recomenda temperaturas superiores a 70ºC para fritá-lo durante pelo menos dois minutos e meio e, para fervê-lo, pelo menos três minutos. Quanto a conservação, especialistas indicam que alimentos à base de ovos sejam conservados entre 2ºC e 8ºC para evitar a multiplicação de bactérias.
O leite deve ser fervido por, no mínimo, cinco minutos. É aconselhável, desse modo, ingeri-lo fervido ou pasteurizado, assim como seus derivados.
São necessários pelo menos 45 minutos para cozinhar o frango, a 80ºC para matar as bactérias.
Todas essas medidas são necessárias para diminuir consideravelmente as contaminações e melhorar assim a saúde pública.
A legislação brasileira que regula a quantidade de Salmonela mínima permitida é mais flexível que os países da União Europeia. De acordo com a instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 20% de cada lote de fezes de aves analisado antes do abate pode conter a bactéria.
A ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, regulamenta através da legislação sanitária federal medidas em caráter geral que se aplicam a todo tipo de indústria de alimentos e serviço de alimentação e também de acordo com indústrias que processam determinados tipos de alimentos em específico.
Para garantir a qualidade sanitária, conformidade dos alimentos em quesitos técnicos e a segurança alimentar, existem as Boas Práticas de Fabricação (BPF) que abrangem essas normas.
As BPF são um manual que todo estabelecimento alimentício deve possuir. De acordo com a resolução 216 da ANVISA, são exigidas normas para o processo de manipulação, preparação, fracionamento, armazenamento, distribuição, transporte, exposição à venda e entrega de alimentos preparados ao consumo.
Por meio das Boas Práticas de Fabricação é possível garantir a inocuidade do alimento, padronização da produção e que todo o estabelecimento está de acordo com as normas da ANVISA. Visa-se, portanto, alcançar a execução mais adequada de todo o processo, alcançar a qualidade da produção e oferecer produtos seguros aos consumidores.
É de extrema importância que estes cuidados sejam levados a sério tanto dentro de casa quanto nos estabelecimentos para que contaminações como a contaminação por Samonela diminuam sua ocorrência e que as pessoas sejam submetidas a condições alimentares seguras.
RELACIONADOS:
ROTULAGEM NUTRICIONAL: UMA ALIADA PARA IMPULSIONAR VENDAS Você sabe as substâncias que estão presentes no alimento que você vende? Você conhece as determinações da Anvisa
SEGURANÇA ALIMENTAR: PRIORIZE A SAÚDE DA POPULAÇÃO A segurança alimentar da população é uma responsabilidade do mercado alimentício. Nesse sentido, as etapas na fabricação de
ALIMENTE SUA PRODUÇÃO Já parou para pensar em como o alimento é essencial para a sustentação da vida? Por isso é importante que este não ofereça riscos à
MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS: A VIDA-DE-PRATELEIRA DO SEU ALIMENTO Cada vez mais as pessoas buscam comprar alimentos que demorem para estragar, seja por economia,
FORMULAÇÃO DE ALIMENTOS – ALIADA DA INOVAÇÃO Com o crescimento da indústria alimentícia, a busca por um diferencial é crucial para o sucesso de uma
ENTREVISTA COM O BROWNIE DO LUIZ Como mostramos nos últimos textos, o mercado de alimentos é um ramo em crescimento e empreendedores nessa área surgem