Rotulagem Nutricional: Uma Aliada Para Impulsionar Vendas
ROTULAGEM NUTRICIONAL: UMA ALIADA PARA IMPULSIONAR VENDAS Você sabe as substâncias que estão presentes no alimento que você vende? Você conhece as determinações da Anvisa
A água residual, também conhecida como água cinza, é toda água utilizada anteriormente, na pia da cozinha, vaso sanitário, máquina de lavar, fábricas e indústrias. De acordo com a Base Legal do INEA, o reúso de água é definido como a prática de racionalização e conservação de recursos hídricos, ou seja, é preciso que haja o tratamento da água cinza para ser utilizada na lavagem de quintal, irrigação das plantas, reaproveitamento industrial e dessa forma minimizar o consumo da mesma.
Após algumas crises de abastecimento no Brasil, essa prática de gestão de água se tornou mais comum. Afinal, os resultados dela impactam não só os indivíduos, mas também diversas atividades como a irrigação, alimentação de caldeiras, lavagem de pisos e peças industriais.
Além disso, de acordo com a CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo “O reúso reduz a demanda sobre os mananciais de água devido à substituição da água potável por uma água de qualidade inferior…ela é baseada no conceito de substituição de mananciais”. Então o reúso da água ocasiona também na conservação dos mananciais, sendo então mais um ponto positivo, tendo em vista a baixa disponibilidade desse recurso e seu uso exacerbado.
De acordo com a ANA – Agência Nacional de Águas, “em um cenário de escassez hídrica, a discussão sobre reúso de água no Brasil está sendo impulsionada pela necessidade de melhorar a disponibilidade hídrica, principalmente no Nordeste e nos grandes centros urbanos brasileiros.”, logo, o conhecimento dessa aplicação se faz muito importante.
Não apenas nos setores citados, mas esse reúso é aberto para qualquer atividade, desde que suas características atendam aos requisitos para que se pretende usar. Vamos agora então conferir seus benefícios, importância, classificações, exigências e formas.
Em um contexto em que a água se torna um recurso cada vez mais escasso, procurar formas de reutilizá-la é essencial. Para exemplificar a realidade do recurso hídrico brasileiro, é possível comentar sobre a crise hídrica no Sistema Cantareira (reservatório de água do Estado de SP), no qual, de acordo com a BBC News, chegou ao seu volume mais baixo, restando apenas 14,6% do seu total. Assim, é necessário avaliarmos alguns pontos importantes e que remetem aos benefícios de se reutilizar a água:
Tendo em vista a situação do Sistema Cantareira, inúmeras medidas foram tomadas pelo governo do estado a fim de impedir o esgotamento do sistema. Uma delas foi uma redução na 30% na conta de água de quem economizasse 20% água utilizada.
Engana-se quem acredita que o ocorrido foi uma situação esporádica e restringida ao Estado de São Paulo. Maria Assunção Silva Dias, pesquisadora de Ciências Atmosféricas da USP, disse “Desde 1930, tivemos vários anos de precipitação bem abaixo da média, alguns deles seguidos.” O que demonstra que é corriqueiro o ocorrido.
Imaginemos agora o cenário de 2020 o qual a água é requisitada a todo momento para a higienização, por conseguinte combate ao COVID-19. Reflita sobre o reflexo que seria passar por nova crise hídrica em um momento em que a água é de suma importância para vencer o contexto de pandemia.
Dessa forma, devemos reduzir nosso gasto de água mensal e, principalmente, reutilizar nossa água. O reúso de água é uma medida que preconiza essa problemática e a evita, tanto em edifícios, quanto em indústrias e agronegócios.
Utilizando como referência apenas um apartamento com 4 pessoas, o consumo mensal é de aproximadamente 30.000L de acordo com ABIDES (Associação Brasileira de Integração e Desenvolvimento Sustentável), gerando um custo de R$ 420,00 por mês, preço esse estabelecido pela Sabesp.
Sendo assim, caso esse cálculo seja feito para todos os apartamentos de um edifício residencial, é perceptível que um alto valor poderia ser reduzido com o reúso de água.
No ramo das indústrias, temos um consumo ainda maior, sejam elas têxteis, metalúrgicas, de papel e celulose, entre outras. As têxteis, por exemplo, realizaram fortes investimentos no reúso da água e hoje reduziram o seu consumo de água em 80%, de acordo com o G1 da Globo.
Uma camisa de algodão ou fibra natural gasta 2.500L de água. Em uma escala industrial de 3.000 camisas produzidas por dia, o gasto de água diário seria de 7.500.000L, levando a um consumo mensal de 225.000.000L. Dessa forma, quanto maior o reúso da água, maior a economia realizada.
“A cada cor que eu fazia, eu era obrigado a soltar aquela água quando eu fosse colocar uma outra cor. Agora não, agora eu utilizo aquele mesmo banho para outras cores, é uma reutilização da água”, conta o gerente industrial Walter Costa, em uma entrevista para o G1 Globo.
De acordo com um estudo feito pela ANA (Agência Nacional de Águas), “a cada 100L de água tratada produzidos no Brasil, cerca de 72L são destinados aos agronegócios”. Assim, o agronegócio alcança, no Brasil, 70% dos recursos. Totalizando ao final do ano aproximadamente 7 trilhões de litros de água tratada.
A ANA aponta como resolução dessa problemática, maiores investimentos em educação e soluções. Sendo uma solução direta o reúso de água, mostrando que economicamente, é algo extremamente vantajoso para esse setor.
A sustentabilidade é um assunto presente a tempos em inúmeras pautas, desde a Conferência de Estocolmo (1972) ao Acordo de Paris (2015). E estar de acordo com normas ambientais, buscando soluções ecológicas, é um forte diferencial exemplificado pelo presidente da Editora Abril, Roberto Civita, na Revista Exame.
Neste evento, Civita diz “Do total de companhias analisadas, 63% contam com um comitê de sustentabilidade, 83% têm uma política corporativa ambiental e 81% utilizam critérios sociais para a escolha de seus fornecedores. Cerca de um terço dessas empresas também vincula a remuneração variável de seus executivos a metas ambientais e sociais. São números notáveis, sem dúvida”.
Desse modo, explicita-se a força do marketing verde em 2007 e que só avançou ao longo dos anos. A água de reúso está intimamente correlacionada a essa estratégia, uma vez que reduz consideravelmente o consumo de água pelos empreendimentos, uma excelente prática sustentável.
O reaproveitamento de água proveniente de determinados meios sendo utilizadas para outros fins é constante em indústrias, hotéis, condomínios e outros setores. Para isso, é necessário compreender quais são as divisões e classificações presentes no reúso da água cinza industrial e na reutilização residencial. Para isso, há 4 tipos de classe propostas pela NBR-13.969, são elas:
A Classe 1 se restringe a reutilização em lavagens de carros e outros usos que requerem contato direto do usuário com a água.
A Classe 2 tem como aplicação a lavagem de pisos, calçadas e irrigação dos jardins, bem como a manutenção de lagos e canais para fins paisagísticos.
A água residuária da Classe 3 é destinada a aplicação na descarga dos vasos sanitários e também o enxague das máquinas de lavar roupa.
A Classe 4 se restringe ao reúso nos pomares, cereais, pastagens para o gado e diferentes cultivos através do escoamento superficial ou do sistema de irrigação pontual.
Essas classes são divididas do 1 ao 4 por conta do Grau de Qualidade necessário dessa água. A “Classe 4” é o grau mínimo e a “Classe 1” o máximo. Como estão em contato direto com o ser humano, é possível o contato com agentes patogênicos.
É importante citar que a água residuária não pode ser potável, ou seja, não deve estar destinada ao consumo humano, sendo regida pela Norma ABNT NBR 13969/97, conforme o citado acima sobre sua legislação.
Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, o reúso da água pode ocorrer de forma direta, indireta ou até mesmo através da reciclagem interna. São elas:
Ocorre quando, após ser reutilizada por uso doméstico ou industrial e seu posterior tratamento, é despejada e introduzida em rios e lençóis freáticos. Assim, podem ser novamente utilizadas de forma controlada.
É válido citar que, a partir do momento que a água é introduzida novamente ao solo, ela passa por uma série de tratamentos. Esses tratamentos fazem o controle de todos os efluentes que são despejados no ambiente, para que não sofram modificações e prejudique todo um ecossistema.
Diferentemente do item anterior, os efluentes são introduzidos em rios para posteriormente serem recolhidos e serem diretamente encaminhados para o local no qual serão utilizados. É o uso planejado da reutilização dos esgotos tratados.
A reciclagem interna é o reúso da água dentro de empresas, condomínios e lava jatos, não sendo necessário o descarte no ambiente. Tem o principal objetivo do controle da poluição ambiental e da economia de água.
No mundo todo é produzido água residual e em grande parte ela não é reutilizada. Ocorre então o descarte sem os tratamentos adequados, retornando para a natureza e prejudicando a preservação do meio ambiente.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas): “Países de baixa renda, em média, tratam apenas 8% das águas residuais domésticas e industriais, em comparação com 70% nos países de alta renda”. Este fato nos faz pensar muito na saúde pública, tendo em vista que esta água, contaminada, é um dos responsáveis por transmitir doenças à população.
Com as técnicas de tratamento adequado, o esgoto residencial e industrial pode ser reciclado e transformado em um forte aliado contra a escassez hídrica. Como apontado pela ANA , essas técnicas também estarão diminuindo os impactos na saúde pública. Concluindo, o reúso de efluentes tratados se mostra além de uma solução possível para amenizar as crises hídricas, mas um benefício para toda a população.
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