Os Perigos do Descarte Indevido de Lixo
OS PERIGOS DO DESCARTE INDEVIDO DE LIXO “O Brasil produz lixo como um país de primeiro mundo e descarta como as nações pobres”. Essa
A cada ano que passa a produção de lixo no Brasil vem aumentando significativamente.
A geração de resíduos sólidos no Brasil aumentou 29% de 2003 a 2014, o equivalente a cinco vezes a taxa de crescimento populacional no período, que foi 6%, de acordo com levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE).
Porém nem todo esse material teve um destino adequado. Segundo a mesma ABRELPE, mais de 40% do resíduo sólido produzido no país, tem nos lixões o seu destino final.
Nem sempre. Na Idade Média acumulava-se resíduos sólidos pelas ruas e imediações das cidades, provocando sérias epidemias e causando a morte de milhões de pessoas.
A produção desses resíduos começou a tomar proporções gigantesca com o início da primeira revolução industrial, iniciada no séc. XVIII, na Inglaterra e espalhada para o mundo todo.
Com o aumento da produção, facilidade de obter produtos e crescente qualidade de vida, o crescimento populacional nas cidades fez-se de forma exponencial.
As atividades que se realizavam em máquina caseira ou manualmente foram substituídas por processos com máquinas industrias e em grande quantidade.
Entretanto o pensamento humano em relação a durabilidade e obsolescência não havia chegado ao ponto que se encontra hoje. No Séc. XX, com intuito de fazer seus produtos rodarem no mercado, inaugura-se a ideia de descartabilidade e irreparabilidade. Porque criar um produto que o cliente compra e nunca mais precisará do meu serviço?
Com uma mudança cultural profunda, inaugurou-se a ideia de obsolescência programada que é nada mais nada menos que fazer produtos com validade curta ou semi-curta que possam ser facilmente substituídos, aumentando ainda mais a geração de resíduos sólidos por pessoas e indústrias.
A fim de administrar todos os resíduos gerados desde então, foram estabelecidos padrões que devem ser seguidos e que são fiscalizados por órgãos públicos. Desta maneira assegura-se a qualidade do meio ambiente e a proteção da saúde pública.
É tudo o que chamamos de lixo: materiais sólidos considerados sem utilidade supérfluos ou perigosos, gerados por qualquer atividade humana e que devem ser descartados da melhor forma possível.
Podem ser classificados em lixo comum, público ou especiais. O resíduo comum é formado por lixos provenientes das residências, dos prédios públicos, do comércio e das escolas. Faz parte desse lixo uma grande variedade de materiais recicláveis, entre eles, o papel, o papelão, os plásticos, as latinhas etc.
Os resíduos gerados no lixo público são o resultado dos trabalhos da limpeza urbana de ruas e praças, entre eles, as folhas e galhos e o lixo recolhido dos córregos, rios, lagos etc.
Os resíduos especiais são aqueles provenientes do lixo gerado na construção civil, chamados de entulhos, os resíduos biológicos, químicos ou rejeitos radioativos, provenientes de equipamentos usados no serviço de saúde e o lixo industrial formado por resíduos corrosivos, inflamáveis, tóxicos etc.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), uma expressão cada vez mais falada. Mas o que significa fazer o que chamamos comumente de gestão de resíduos? É todo um conjunto de práticas e técnicas para melhor aproveitar e dar um fim em todo o tipo de resíduo seja o produzido por uma pessoa, gerado por uma megaempresa, hospital, ou qualquer lugar que produza lixo.
Envolve o gerenciamento de todas as etapas que o lixo percorre, desde a sua fonte, o seu manejo até chegar ao seu destino final.
O PGRS é um documento que visa mapear o local gerador de resíduos, quantificando o lixo gerado e as fontes deles, inserindo também como esses resíduos vão ser armazenados, segregados, transportados, tratados e qual será seu destino final correto.
Tudo isso visando à preservação do meio ambiente, a prevenção de ameaças à saúde pública (seja por contaminações, pela proliferação de vetores de doenças, etc). Todas estas etapas devem ser feitas seguindo algumas normas previamente estabelecidas.
Desde 2010 foi determinado por lei como obrigatória a elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos para algumas instituições.
Também é obrigatória a existência de um Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, onde o município mapeia seus resíduos e apresenta como são destinados e coletados. Também dita as regras para que as instituições privadas obrigadas a apresentar um PGRS consigam entregar seus documentos à prefeitura.
É também obrigatória a renovação do PGRS pelas empresas. Na maioria dos municípios, como Niterói, por exemplo, a renovação deve acontecer anualmente. A partir da data que seu PGRS expira, a empresa tem 30 dias para apresentar o novo plano, atualizado.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal n°12.305/2010), a elaboração e execução do PGRS são obrigatórias a:
Geradores de resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, excetuados os resíduos sólidos urbanos domiciliares e de limpeza urbana, originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de higienização urbana;
Geradores de resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
Geradores de resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, como hospitais, clínicas veterinárias, policlínicas, clínicas odontológicas, dentre outros.
Geradores de resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;
Estabelecimentos comerciais que gerem resíduos perigosos, ou mesmo caracterizados como não perigosos mas que por sua natureza, composição ou volume, não sejam semelhantes aos resíduos domiciliares aos olhos do poder público municipal, como supermercados, grandes restaurantes, shoppings, dentre outros.
Os responsáveis pelos terminais ou outras instalações de serviços de transporte;
Os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, conforme exigência do órgão ambiental ou vigilância sanitária.
Em geral, o PGRS é exigido pelo órgão ambiental municipal conforme a regulamentação específica de cada município a respeito das responsabilidade pelo manejo de resíduos sólidos. O PGRS é condição para emissão de licenças das atividades.
Essa política consiste em buscar maneiras de reduzir o número de resíduos descartados no meio e são atitudes bem simples que, quando feitas conjuntamente, causam um impacto muito positivo. Ela pode ser aplicada em diferentes situações, desde grandes negócios até dentro de sua residência.
A maioria das pessoas já conhecem a política dos três R’s (reduzir, reutilizar, reciclar) mas por que pensar em três se podemos utilizar cinco para agredir menos o meio ambiente e reduzir os custos do seu empreendimento?
Reduzir: trata-se de usar com inteligência e economia os recursos da natureza. Ou seja, procurar usar menos materiais, assim, menos lixo. Quando uma pessoa compra produtos sem a devida necessidade, este passa a se tornar sem utilização e se torna lixo em pouco tempo.
Considerando que uma parte considerável da população tem hábitos de consumo inadequadas, o lixo gerado sem necessidade é muito alto. Ao colocarmos a redução em prática, diminuiremos o número de resíduos gerados. Além disso, optar por comprar produtos com duração maior em relação aos demais é um modo de reduzir a quantidade de lixos gerados.
Reutilizar: é usar materiais que iriam para o lixo, transformando-os em outros objetos. Nesse caso, ocorre a reutilização de um material sem o modificar. A reutilização traz um benefício duplo, pois transforma um produto que seria jogado fora em outro produto que, provavelmente, seria comprado. Logo, diminui a quantidade de lixo e de consumo sem a devida necessidade.
É possível encontrar diversas ideias de reutilização que você pode fazer facilmente, como, por exemplo, criação de jardins de garrafa PET ou porta lápis com latas de leite. A criatividade é a principal aliada da reutilização.
Repensar: é refletir sobre como usar melhor os recursos da natureza, usando apenas aquilo que é necessário. O ato de repensar causa a reflexão a respeito do uso incorreto dos diferentes materiais para, com ações práticas no dia a dia, poder reduzir, reciclar e repensar cada vez mais.
Dessa forma, um cliente pode adquirir um produto mais sustentável em detrimento de um que seja feito com materiais não recicláveis ou por empresas que não busquem melhorias em relação ao meio ambiente. É importante que a ação de repensar seja feita tanto por produtores quanto por consumidores.
Reciclar: trata-se de transformar materiais usados em novos materiais. Nesse caso, é preciso tratar o material para que ele possa se tornar, novamente, uma matéria-prima para a confecção de novos produtos.
A separação do lixo em plásticos, vidros, metais, papéis e orgânicos antes de irem para aterros sanitários facilita o processo de reciclagem, pois não será necessário fazer uma separação intensa quando todo o lixo estiver misturado.
Nesse caso, o lixo é gerado, mas procura-se inserir esse lixo em outro ciclo de produção. Assim, é bom procurar meios de reduzir, reutilizar e repensar antes de utilizar o processo da reciclagem. Todavia, é melhor reciclar do que somente gerar o lixo.
Recusar: consumir produtos que geram impactos socioambientais significativo. Esse “R” é o que mais exige mudança comportamental. Isso porque é necessário retirar alguns hábitos comumente realizados durante a vida, como, por exemplo, utilizar sacolas plásticas para levar as compras do mercado.
É importante que cada um analise a própria vida e reveja os hábitos que podem ser mudados para impactar menos o ambiente. Às vezes, uma simples mudança, toma uma proporção incrível, capaz de mudar os impactos gerados ao meio ambiente.
De modo geral, a política dos cinco R’s são mudanças educativas e precisam de um processo para serem realmente utilizadas pela sociedade. Por isso, é importante que todos que conhecem a política dos 5 R’s a pratique e incentive os demais a praticar. Assim, será possível reduzir o consumo exagerado e o desperdício, seja em uma grande empresa, seja na própria vida.
Hm… Ainda tá na dúvida?
O lixo representa, hoje, uma grande ameaça à vida no Planeta por duas razões essenciais: a sua quantidade e seus perigos tóxicos. Do material descartado no Brasil, uma grande parte é abandonada em locais impróprios.
A matéria orgânica disposta de forma desordenada entra em processo de putrefação, formando uma outra mistura complexa de gases de metano, dióxido de carbono, sulfídrico, amônia e alguns ácidos orgânicos voláteis, os quais, quando em contato com o sistema respiratório de seres humanos, podem causar lesões irreversíveis e levar à morte. Sem contar a contaminação dos recursos hídricos devido à migração de chorume (líquido que sai do lixo).
O que podemos fazer? Resumindo tudo o que aprendemos: Reduzir a quantidade de lixo produzido, diminuindo, por exemplo, a quantidade de plásticos e embalagens não biodegradáveis de seus produtos. Reutilizar diretamente materiais, geralmente tornando-os disponíveis novamente dentro do ciclo produtivo, seja sob a forma de embalagens ou recipientes vítreos. Por fim, desenvolver novos sistemas voltados ao reaproveitamento de certos resíduos.
Uma boa gestão de resíduos agrega um programa interno de diminuição dos desperdícios, ou seja, auxilia na redução de custos e consequentemente aumenta a lucratividade.
Se quer implantar uma gestão de resíduos na sua casa, lembre-se: Há meios de economizar sua renda através dessa prática. Substituir objetos decorativos por um feito a mão a partir de seus resíduos. Se tiver um jardim na sua casa, aprender a usar matéria orgânica que sobre para nutrir seu solo. A própria venda de materiais reciclados é uma fonte de renda, mesmo que pequena. Há vários exemplos de pessoas que mantém boa parte da sua renda através de material reciclado.
Se quer implantar uma gestão de resíduos na sua empresa, lembre-se: fazer uso da gestão dos seus resíduos pode reduzir significativamente os custos de produção, aumentando os lucros finais da empresa no médio e longo prazo sem que esta precise aumentar a sua produção linear, ao mesmo tempo em que permite diversificar a gama de seus produtos ofertados e também os parceiros de linhas de produção.
Os cuidados com o meio ambiente são assunto muito importante atualmente, visto a crescente globalização e debates sobre o aquecimento global causados, principalmente, por empresas poluentes. Por isso, uma empresa que aplica a gestão de resíduos em seus processos passa a ser melhor conceituada no mercado, atraindo cada vez mais clientes.
Aplicar os 5R’ seja na sua empresa, na sua casa, no seu prédio ou no seu condomínio reduz significativamente os custos que terá. Lembrando que, os 5R’s são uma metodologia simples e a base para uma boa Gestão de Resíduos. Mas há metodologias mais complexas a qual há empresas especializadas em aplicá-las, principalmente para pequenos, médios ou grandes negócios. Qualquer dúvida, as procure.
É de suma importância que todas as ações que tomamos sejam pautadas na sustentabilidade e preservação ambiental. Atitudes que contradizem o conceito de desenvolvimento sustentável podem ser caracterizados como crimes ambientais.
E sim, nós podemos fazer um mundo melhor, um mundo mais sustentável, para um futuro mais próspero com pequenas práticas sustentáveis.
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