CÁPSULAS DE CAFÉ: UM RISCO PARA O MEIO AMBIENTE

O café já se tornou a cara do brasileiro. É o hábito de muitos tomar pelo menos uma xícara ao dia. Há quem ainda diga que a manhã só começa depois do primeiro gole desse líquido.

 

O café é conhecido principalmente pelo seu efeito energético, contudo o consumo dele também funciona como anti estressante ou até mesmo, como remédio “natural” que diminui as dores de cabeças de algumas pessoas.​

O café pode ser feito com coador de pano, filtro de papel, cafeteira italiana, máquina de expresso ou as máquinas de café que usam as chamadas monodoses.​

Com isso, o crescimento no consumo das cápsulas de café no Brasil é cada vez maior. Mas quais são os impactos disso?

 

O café no Brasil

A importância do café no Brasil não é apenas social, é também econômica. Atualmente nós somos o maior produtor e o segundo maior consumidomundial. Mas nem sempre foi assim.​

A origem da planta é na Etiópia, África, e os responsáveis pela propagação foram os árabes.​

Ela chegou ao Brasil em 1727, no norte do país, e não muito tempo depois se expandiu para o restante do território nacional.​

Logo, o país se tornou destaque na produção, atingindo o patamar atual de 30% da produção mundial.

Em 2015 foram consumidos, no Brasil, mais de 4 kg de café torrado por habitante e a produção foi de 20,5 milhões de sacas. A previsão para 2016 era aumentar a produção para 21 milhões de sacas. ​

Porém o café torrado vem perdendo lugar para as práticas cápsulas de café.

 

A forma como tomamos o café

Nos primórdios do café ele era consumido cru, depois macerado com banhas de animal e por fim consumido em uma infusão.

 

A forma que os brasileiros consumiam o café, era a partir da infusão, onde o café era filtrado em água quente. Hoje em dia, apesar desta ainda ser a forma majoritária que tomamos café, o consumo de doses individuais pelas famosas cápsulas de café cresce exponencialmente.​

As vantagens de tomar o café em doses contadas são muitas: evita o desperdício, visto que são quantidades para doses únicas; variedade no café tomado, onde pode ter cápsulas de diferentes sabores, cheiros, entre outras; e uma das principais vantagens é a facilidade com que o café é preparado.​

Com somente um botão você prepara o seu café quentinho, sem se preocupar em ferver a água, passar ela pelo filtro ou guardar em uma garrafa térmica o líquido.​

A máquina possui um reservatório de água, com diferentes temperaturas para seus diversos tipos de sabores, e a quantidade final é perfeita para uma única pessoa saciar sua vontade daquele famoso cafezinho da tarde.​

O processo que demorava até uns 5 minutos e possuía o trabalho manual com os equipamentos, foi otimizado para menos de um minuto ao simples apertar de um botão.​

O consumo dessas cápsulas no Brasil em 2015 foi de 7 mil toneladas e o mercado foi de R$ 1,4 bilhões em 2015, enquanto que em 2005 foi apenas de R$ 19 milhões. ​

A primeira cápsula de café foi desenvolvida por John Sylvan na década de 90 nos EUA, em parceria com a marca Keurig, a chamada K-Cup.​

Mas nem tudo são flores, ou melhor, cafés quentinhos. John Sylvan já declarou estar arrependido de sua criação, pois o impacto ambiental que as cápsulas estão causando é enorme.​

Pioneira nesse tipo de ação, a cidade de Hamburgo, Alemanha, proibiu em 2016 a compra de cápsulas de café pelos repartimentos públicos, como uma atitude para a redução de lixo produzido, sendo parte de um conjunto de ações com o intuito de reduzir o resíduo sólido. 

Cápsulas de café e lixo em números

A maioria das cápsulas são constituídas por partes de alumínio, partes de plástico e a parte orgânica (que pode ser de café, chá ou outra bebida).

Considerando que a cada cápsula de café são 6g de conteúdo orgânico e 3g de embalagem propriamente dita, temos então em 7.000.000 kg de cápsulas (vendidas em 2015 no mundo) o correspondente à mais de 750 milhões unidades de cápsulas.​

Imagine isso no panorama nacional, onde apenas 3% de todo o lixo reciclável é de fato reciclado

 

Mas esse não é um problema exclusivo do Brasil; o crescimento do consumo das cápsulas de café foi repentino e as políticas de reciclagem não conseguiram acompanhar esse progresso.​

Já ouviu falar no Lixão do Pacífico? É um amontoado de mais de 1.000 km de extensão entre a costa da Califórnia e do Havaí. Com mais de 4 milhões de toneladas de lixo plástico, proveniente de praias e embarcações.​

Foi descoberta por acaso em 1997 pelo oceanógrafo Charles Moore. Porém até hoje não foram tomadas medidas para redução desta ilha de lixo que além de retornar os detritos às praias, prejudica muito todas as atividades biológicas da área.​

É imprescindível que sejam tomadas atitudes para zelar por nosso meio ambiente.

O que eu posso fazer para ajudar?

Sabemos que o plástico pode demorar até 200 anos para se degradar no ambiente e o alumínio não se deteriora, logo é inevitável que teremos um grande acúmulo desse tipo de cápsula.​

Essa combinação de materiais (plástico, alumínio e material orgânico), dificulta a reciclagem, tornando a recuperação dessas cápsulas algo extremamente difícil. Pois o alumínio tem uma forma de reciclagem, o plástico outra e a parte orgânica outra diferente, eles não podem ser reciclados juntos, ou seja, devem ser separados.​

Os que usam essas cápsulas podem abrí-las e separar seus componentes, destinando-os corretamente.​

O material orgânico pode ser reciclado por compostagem, por exemplo. Na compostagem os lixos orgânicos (com algumas restrições) são transformados em fertilizante. Você pode montar composteiras em casa, pois elas podem ser de diversos tamanhos, de forma que se adeque ao espaço disponível. ​

O plástico e o alumínio, uma vez separados, podem ser descartados devidamente. Outro destino para esses materiais é artesanato, como luminárias e enfeites. 

E as empresas produtoras de cápsulas de café? ​

 

A Nespresso possui um sistema próprio de reciclagem de suas cápsulas. No qual o consumidor pode devolver cápsulas usadas nos pontos de reciclagem. Existem no estado do Rio de Janeiro 5 postos, 1 em Niterói. ​

Além disso, suas cápsulas são apenas de alumínio, facilitando a separação para reciclagem. Apesar disso, não são divulgadas as taxas de retorno das cápsulas para reciclagem.​

A Dolce Gusto, da Nescafé, também tem um sistema de coleta de cápsulas usadas. Mas com apenas 2 postos de coleta em todo o estado do Rio de Janeiro.

​Um argumento dos que apoiam o uso das cápsulas é a quantidade de café que não é desperdiçada, assim como todos os recursos utilizados naquela parcela que está sendo descartada.​

Mas não deixa de ser importante o estudo de novas cápsulas com novas tecnologias, como biodegradáveis.​

John Sylvan afirma ter desenvolvido uma cápsula biodegradável e em 2015 uma campanha, a Kill the K-Cup, foi lançada para que a Keurig testasse essas novas cápsulas.​

Eles fizeram um vídeo para conscientizar sobre o perigo que essas cápsulas representam.

Existem ainda empresas que coletam lixo reciclável e o transforma em novos produtos. Como é o caso da TerraCycleQue trabalha com um sistema de pontos.​

A cada vez que você recicla algum material você recebe pontos que são revertidos em doações para instituições sem fins lucrativos ou escolas.​

Outra forma de você lidar com os resíduos sólidos da sua empresa ou negócio é a partir de uma consultoria de Gestão de Resíduos.

 

Por que uma gestão de resíduos?

Uma gestão de resíduos mapeia todas as entradas de produtos e saídas de rejeitos. Bem como as movimentações dentros dos processos.​

Você pode destinar seu lixo corretamente, reduzindo desperdícios e custos, e assim, aumentando lucros.​

Saiba mais sobre Gestão de Resíduos. Leia Venha Para o Lado Verde da Força: PGRS.

 

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