Produção de Cerveja: Etapas, Características e a Química da Cerveja
PRODUÇÃO DE CERVEJA: ETAPAS, CARACTERÍSTICAS E A QUÍMICA DA CERVEJA Conheça na íntegra o processo de produção de cerveja em todos os seus aspectos, desde
Confira mais sobre a realidade do mercado cervejeiro no Brasil e no mundo:
-Cenário do Mercado atual
–Mais do que uma bebida
-Investimentos
-A Relação: Mulher e Cerveja
-Cerveja Artesanal: “Beba menos, beba melhor.”
-Falsa Explosão
-Produção Cigana
O mercado cervejeiro no Brasil teve um forte crescimento nos últimos anos. Segundo dados da Euromonitor International, o volume de vendas desta bebida no país subiu 17,6% entre 2009 e 2014.
Este mercado ocupa a 3ª posição no ranking mundial de produção de cerveja. Tendo produzido 14,1 bilhões de litros de cerveja em 2014, atrás apenas da China (com 44,9 bilhões de litros) e dos Estados Unidos (com aproximadamente 22,5 bilhões de litros), segundo dados da Kirin Beer University.
Já no ranking mundial de consumo per capita, o Brasil situava-se na 27ª posição em 2014, com um consumo de 66,9 litros por pessoa.
Apesar da boa posição nos rankings, este mercado deve começar a perder força. A previsão é que de 2014 a 2019 esse ritmo de expansão passe para 7,9%. Um dos motivos para esta queda se dá pela relação clara com a disponibilidade de renda do consumidor.
O cenário atual do país, com inflação elevada, alta no desemprego e nos juros, acarreta na diminuição da parcela de dinheiro que a população costuma designar ao consumo da cerveja. Além da alta no preço do produto, como também consequência da situação financeira do Brasil.
O mercado cervejeiro é gigante. Sua produção teve início no final do século XIX. De lá pra cá este setor, que engloba diferentes setores da economia brasileira, vem contribuindo para a prosperidade do país.
Sua cadeia produtiva movimenta R$ 74 bilhões e responde por 14% da indústria de transformação, de acordo com os dados de uma pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas para a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil). Associação essa que junta as 4 maiores fabricantes de cerveja do país, Ambev, Heineken, Brasil Kirin e Grupo Petrópolis, e que corresponde a 96% do mercado.
Para tal importância, os fabricantes investem vigorosamente em inovações e na ampliação da sua esfera produtiva. O que reflete na geração de mais empregos e renda.
O comércio cervejeiro envolve além dos grandes fabricantes de cerveja, diversas áreas como a pesquisa, o agronegócio, o mercado de embalagens, logística, maquinário, construção civil, entre outros. Todos influenciam e participam dos resultados relacionados ao mercado da cerveja, o seu crescimento é benefício para muitos.
Com mais de 2,2 milhões de pessoas empregadas ao longo de toda a cadeia produtiva, o mercado cervejeiro é um dos maiores empregadores do Brasil.
Os pontos de venda da bebida são partes cruciais desse mercado e merecem atenção especial. Aliás, não é só a cerveja que deve ter um aspecto estimulante.
Para tal, a Ambev, maior produtora da bebida no país, por exemplo, criou uma rede de franquias chamada “Nosso Bar”. Por ela o proprietário do estabelecimento tem direito a diversas ferramentas de gestão, acompanhamento de operações, suporte de consultoria, planejamento de campanhas e promoções, e treinamentos de equipe.
Além disso, o estabelecimento recebe uma reforma no visual, com direito à freezer, decoração, mesas, luminárias, entre outros. Por meio de um contrato de exclusividade de quatro anos, a franquia é uma possibilidade de melhorar o serviço e expandir seu negócio de forma mais atrativa e rentável.
A preferência pela bebida entre as mulheres vem crescendo significativamente. Em um estudo feito pela Latin Panel em 2009, 41% das mulheres apontam a cerveja como primeira opção entre bebidas alcoólicas e não-alcoólicas.
Dentre essas consumidoras, 53% estão entre 30 e 49 anos de idade e preferem consumir em garrafas de vidro. Já sobre as cervejas especiais, a pesquisa aponta que as mulheres gastam também 6% a mais do que os homens.
Ainda assim, o volume de consumo por elas não chega perto do masculino, podendo ainda ser muito explorado.
O crescimento do consumo de cerveja pelo público feminino caminha junto com a mudança na abordagem das campanha publicitárias das empresas do ramo.
Percebe-se que a forma como a mulher vem sendo retratada nessas propagandas está fora de contexto.
Algumas empresas, como a tradicional Bohemia, já vem mudando o estilo dos seus comerciais, representando a mulher não como a recompensa por comprar a cerveja, mas sim ao lado do homem como a consumidora que é.
Por tanto tempo em um mercado massificado, o consumidor, ou melhor dizendo, o apreciador de cerveja vem se interessando cada vez mais nas cervejas especiais.
A sede de experimentar coisa nova é um incentivo para novos rótulos. Ainda mais em um país como o Brasil, com vasta extensão e diversas culturas, onde em cada canto pode-se explorar o que se encaixa melhor no gosto do consumidor local.
Além do que, as especiais ainda não chegam a 1% do mercado de cerveja brasileiro, que em países como o Estados Unidos ocupam 17%, podendo então crescer consideravelmente.
Entender os hábitos da região, conversar com negociantes locais, realmente fazer uma pesquisa de mercado, é uma interessante maneira de apostar em inovações com maior probabilidade de acerto.
A Amazon Beer, empresa cervejeira de Belém do Pará, é pioneira no quesito inovação. Procurando se encaixar nos costumes locais e ainda aproveitar as oportunidades oferecidas pela rica Amazônia, a marca oferece cervejas de açaí e cupuaçu, por exemplo. Tendo a Stout com aroma e sabor de café, toffee, chocolate, malte torrado e açaí, sido eleita a Melhor Cerveja do Brasil no Concurso Brasileiro de Cervejas.
Por um lado, há um grande incentivo na criação de novos rótulos e investimentos referentes às cervejas especiais. Entretanto, há também a chamada “falsa explosão” desse estilo de cerveja no país.
Nos últimos anos vêm surgindo a cada dia diversos novos produtores de artesanais, o que é algo bom. Todavia estes enfrentam uma grande dificuldade de se manter no mercado, tendo que resistir ao tempo e à economia, além da concorrência com a enorme oferta.
Muitas vezes o desejo em investir na criação da sua própria cerveja faz com que haja um mau planejamento dos custos. Sendo assim, diversos produtores não possuem economias para serem investidas no marketing do seu produto, o que dificulta muito a sobrevivência desses novos rótulos.
Portanto, antes de qualquer investimento o produtor deve pesquisar e se informar sobre como entrar nesse mercado e principalmente como se manter nele.
Essa “falsa explosão” também se dá pela enorme quantidade de produtores ciganos existentes neste cenário, que tentam um destaque nesse mercado disputado.
Para tornar realidade o sonho de produzir sua própria cerveja, e começar a comercializar suas receitas caseiras, os pequenos produtores acharam uma saída para a falta de capital inicial para ter sua própria fábrica.
Então, essas produções ciganas são a forma na qual, quem não tem uma fábrica, aluga a estrutura de quem tem para produzir comercialmente os serviços que já fazia em casa.
O termo “cigano” vem exatamente por se tratar de uma produção “emprestada”, ou seja, sem lugar fixo. E não se engane, não é tão simples conseguir um local terceirizado para a produção, ainda mais para quem está começando no ramo.
O fato é, o Brasil é um mercado admirável para a cerveja. Apesar dos altos e baixos da economia, enfrentada pelo mundo inteiro, o país continua sendo uma ótima opção para este mercado a longo prazo.
Para saber mais sobre a Cerveja, sua história e produção, fique ligado nos outros textos dessa série. Torne-se um Mestre Cervejeiro!
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